61 - Escuridão

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Me perdi entre os amores, fui sonho, sonhei, muitas bocas beijei, chorei, quis morrer, meu peito doeu, explodiu. Os amores se foram, eu aqui nas sombras, o que restou foi um grande vazio.

Me fiz poeta pra minha dor com outros amantes dividir, em versos, recordar os amores, as noites de prazer, os enganos que cometi. Não posso de mim fugir, curarei minhas feridas pra poder seguir.

Quem me amava não está mais aqui, me restam a saudade e as lembranças que trago dentro de mim. Sou poeta, um cometa errante perdido em algum céu por aí, viajando sem destino, chorando o amor que perdi.

Amores vem e vão, ela ainda está aqui, porque tinha que ser assim, se fez ninho e sem nada dizer partiu. Mulher, juro, juro, nunca amei tanto assim. As noites são meu tormento, meu castigo sem perdão.

Não sei pra onde ir, junto as letrinhas, escrevo algumas linhas, tento outra vez, apago tudo, recomeço, recolho os retalhos, sobras da ilusão do que podia ter sido, quero me libertar, não dá, ela ainda está aqui.

Ela foi o melhor que eu tinha, ignorei, quem me amava não cuidei, a festa acabou, já não sei quem sou, o amargo das lágrimas me fazem dela lembrar, a amava e não sabia, o que mais queria é voltar, não dá, eu sei, seu amor matei.


Autor
Ademir de O. Lima



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