Capítulo 2

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Virginia estava em seu quarto, de pé, em frente a enorme janela de seu quarto, da qual proporcionava uma vista de tirar o fôlego

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Virginia estava em seu quarto, de pé, em frente a enorme janela de seu quarto, da qual proporcionava uma vista de tirar o fôlego. Enquanto uma de suas mãos estava na cintura, a outra segurava um livro, que a mergulhava em uma história de mitologia.

Em alguns momentos, ela desviava o olhar do livro para admirar a paisagem noturna de seu reino, Mas foi interrompida por Trisha, uma criada, exclusivamente de Virginia, Que invadiu o quarto sem ao menos bater:

—  Perdoe-me vossa alteza pelo incômodo inoportuno porém, a majestade lhe..

   Virginia fechou o livro enquanto a mulher falava, Se virou devagar fazendo a mesma se calar, Segurou o livro com as duas mãos, na frente do seu corpo, fuzilando a criada com um olhar.

— Por acaso os outros miseráveis servos, que trabalham para esta família, invadem o quarto da alteza dessa maneira? — Virginia disse com sua voz arrogantemente suave, Fazendo a criada engolir seco.

—  Não. Não fazem — Ela complementou, sorrindo de maneira sarcástica e caminhando lentamente até a criada.

—  Lamento, alteza, isto não vai acontecer de novo — A pobre mulher acariciava suas próprias mãos, com a cabeça baixa

— Isso mesmo! Não vai acontecer de novo. — Virginia disse próximo aos ouvidos da mulher — Pois se acontecer, vais ser apenas uma asquerosa plebéia a lutar para vender a tua fruta podre no centro desta aldeia — A princesa megera empurrou o livro contra o peito de sua servente e saiu do quarto pisando forte, rumo a escada.

    Segurava as laterais de seu vestido para não tropeçar no mesmo enquanto pisava duro descendo as escadas. O enroupado que cobria a mesma era preto, com um decote central, extremamente provocativo pois deixava a mostra seus seios, acompanhados de um colar refinado de ouro. Na parte de seus ombros, Um tecido brilhante, também preto, descia até a ponta das mangas justas a seus braços. E para finalizar, A maior parte de seus cabelos eram soltos, com exceção de duas mechas laterias que, enroladas, Se encontravam na parte de trás dos seus cabelos, presos com uma presilha de brilhantes, que se misturavam entre e cachos perfeitos nas pontas dos seus enormes fios, Sustentando uma coroa de ferro, No topo de sua cabeça.

    Ao chegar até a mesa, Seu pai, um velho homem de cabelos grisalhos, também com uma coroa no topo de sua cabeça, desta vez de ouro, esperava a filha amada para iniciar a refeição:

— Desta vez, demoraste mais do que o normal, minha filha — Sebastian sorriu e então uma empregada colocou os pratos na mesa, Outro criado por sua vez, puxou a cadeira para que Virginia sentasse.


—  Tive alguns problemas meu pai, mas nada que já não foi resolvido — A mulher sorriu também e começou sua refeição, O criado que anteriormente puxou a cadeira para a princesa, agora servia vinho para ambos.

   O rei então assentiu para os criados, que estavam parados na sala os olhando comer, que rapidamente saíram da sala de jantar, que agora, só estava sendo ocupada pela Alteza e Majestade

—  E então minha filha? Como foi o teu dia? — O pai dizia enquanto cortava um pedaço da carne de seu prato.

  — Nada diferente! Fui ao jardim, almocei e fui ao meu quarto para ler um pouco, onde estava até me chamares — Virginia disse bebericando da taça de ferro que segurava —  E o senhor? Houve alguma conclusão em negociações com o reino de vizinhos?

   Sebastian suspirou, Balançou a cabeça negativente e abaixou os talheres colocando sobre a mesa:

  — Não minha filha. Em breve teremos de avisar toda a nossa gente que com a falta de minérios, Nosso reino poderá enfrentar uma crise gigante para todos nós — Ele segurou a mão da filha.

  Montesburgo era o reino conhecido pelo esbanjar de pedras preciosas, que consequentemente, abasteciam o mercado de outros reinos.

   Prata, bronze, ouro, e até mesmo o diamante eram extraídos de solos Monteburgueses. Isso fora explorado por muitas gerações, mas agora, a escassez desses recursos poderia levar a decadência da Realeza e a miséria dos povos baixos, que não viviam em uma realidade tão distante desse fato.

  Virginia sempre teve pavor da pobreza e miséria, e isso seria o fim dos seus dias gloriosos em um castelo, prazer do qual ela desfrutava muito bem. Seu pesadelo não podia se tornar realidade nem mesmo enquanto dormia, e a mulher faria de tudo para conseguir reverter a situação em que se encontrara.

  Só não diria ao pai o seu modo de agir, já que o velho bondoso não suportava nem ao menos presenciar o enforcamento de um ladrão do reino, quem dirá de sua filha, que instalaria o caos, se necessário.

— Lamento por isso Papai, mas vamos encontrar uma maneira de reverter este problema — Ela sorriu beijando as mãos do pai, Tirou o guardanapo de suas pernas e limpou a boca, empurrando a cadeira para trás e abandonando a sala de jantar.

   Enquanto caminhava até a escada, Virginia notou a presença de Lancelott, um guarda real que fazia ronda no hall do castelo. A princesa então tossiu chamando sua atenção, Seus olhares cruzaram e ela sorriu subindo para o quarto.

   Encostou a porta e sentou-se na cama com suas pernas cruzadas. Sem sequer aguardar segundos de intervalo, suaves batidas ecoaram pelo quarto da moça que já sabia quem era, ordenando sua entrada

  Lancelott era um rapaz alto, seus cabelos eram cacheados e negros, vira e mexe um dos fios definidos escorriam por sua testa. Sua boca carnuda era cercada por um cavanhaque âncora e seus olhos castanhos destacavam o nariz largo.

  O mesmo trancou a porta, tirou a camisa que usava, indo em direção a Virginia, e sem hesitar cumprimentou a alteza com um beijo intenso, segurando sua cintura e a deitando de leve sobre a cama. A princesa respondeu os beijos, mas logo que as mãos de Lancelott começaram a subir por suas pernas, Virginia o empurrou, fazendo o mesmo cair deitado na cama, enquanto a mulher se levantava:

—  O reino cairá em miséria Lancelott! Os malditos recursos que estavam a sustentar o reino estão quase escassos. Preciso urgentemente de um plano para agir , já que o estúpido majestoso não conseguiu nada

—  Se o próprio rei não conseguiu nada, como é que vais fazer esta Virginia?

— Não tenho nada concreto ainda

—  Se não tiveres nada concreto, podes pensar nisso mais tarde. Sei que não vais deixar que te baixes o nível de um plebeu — O rapaz se levantou e passou a mão pela cintura de Virginia, que estava de costas para ele, observando a vista pela janela — Mas esquece um pouco — Ele segurou o laço do espartilho do vestido da dama       —Pense mais tarde — Beijou o pescoço de Virginia, que suspirou e forçou a mão do mesmo a desfazer o laço, Se virou para ele e o arrastou até a cama enquanto arrancava violentamente sua calça.

Os gemidos ecoaram pelo quarto.

A dama das floresOnde histórias criam vida. Descubra agora