Em plena madrugada, daquela mesma noite, Virgínia foi até a mercearia, encapuzada e comprou dois frascos de Veneno. É claro que não agiria no mesmo dia, para não levantar suspeitas, então, voltou para casa normalmente e guardou os frascos no fundo do seu armário.
Aproveitando um tempo, Virgínia apareceu no castelo, pedindo uma vaga para trabalhar na cozinha. As cozinheiras que lá já estavam não aceitaram muito bem, e a ofereceram o cargo de lavar pratos. O que tornou o plano da adolescente ainda mais descomplicado
Alguns meses se passaram e enquanto o reino se acostumava com o novo rei, o bebê real nascera, mais precisamente, Lancelott. O reino se alegrou com a notícia e todos levavam todo tipo de coisas para os novos reis, e para o novo príncipe do reino. Virgínia já cansada de tanto esperar, resolveu naquela noite, colocar o plano em prática.
A família real tinha um horário para todas as suas atividades, e não era diferente nas refeições. A megera sabia exatamente como funcionava a rotina dos mesmos e planejou o plano com grande cautela. Em uma de suas tediosas noites de trabalho, despejou o líquido do frasco comprado na conveniência, nas taças de vinho que acompanhavam o jantar do casal. Virgínia despejaria o restante do líquido na comida do bebê se houvesse tempo, mas outra criada chegou rapidamente no ambiente para levar a refeição até os monarcas.
O Veneno tinha efeito retardado, tempo suficiente para que o casal resolvesse dormir, para nunca mais acordar. Quando todos do castelo resolveram dormir, Virgínia se infiltrou no quarto real e por ser uma das poucas plebeias alfabetizadas no reino, colocou um diário, escrito por conta própria, com finalidade de parecer escrito pelo rei, nas gavetas do armário do mesmo.
Para o diário transmitir uma mensagem verídica, possuía fatos que realmente ocorreram com o rei, e que a morena só sabia, por estar presente no cotidiano da família. Além disso, em uma das páginas, havia por escrito uma espécie de desabafo do rei, que o mesmo afirmava ter mentido na descoberta do Laetus e confirmava que Sebastian, era o real desbravador da pedra.
Depois de concluir o plano, saiu do quarto silenciosamente e fora para a taverna. Foi de encontro a um rapaz qualquer, e com o seu jogo de charme, Subiu ao quarto do homem e fez o que queria fazer. Deitada, relaxou. Sorria satisfeita com a própria barbaridade que acabara de cometer. Não conseguia pregar os olhos. Não por remorso, Mas sim por desacreditar que dentro de algumas horas, pesaria sob sua cabeça a tão desejada coroa de prata.
Ao amanhecer, a garota levantou-se prontamente, antes mesmo que o rapaz que dormira tranquilamente, acordasse e a enchesse de chamegos desnecessários. Saiu da casa e em passos largos se direcionou a sua, onde chegando, deparou-se com a guarda real. Era hora de começar a atuação.
A hipocrisia da jovem era macabra. Agiu como se não soubesse do trágico incidente da noite anterior e tentava consolar seu pai, que parecia devastado com a notícia. O semblante do homem revelava o peso da culpa que parecia duplicar todas as vezes que as memórias do passado com Vincent vinham à tona, e o olhar confuso de porque Vincent mentiria em seu diário, poderiam comover qualquer um. Menos Virgínia
À tarde, lá estavam, subindo as escadas do castelo para a coroação. O público, caia em delírio, cantando, dançando, e saudando a nova família real. Infelizmente, após alguns anos, a mãe de Virgínia adoeceu. Acabou falecendo devido a uma infecção generalizada.
Lancelott, vivia o seu pior dia desde então, o mesmo caíra em miséria pois o povo parecia não se importar que o garoto era um pobre coitado, inocente. O Rei com pena, o designou sua antiga casa e fazia os criados levarem mantimentos mensalmente, até que o garoto crescesse e pudesse trabalhar como um dos guardas do castelo.
Virgínia criou um plano perfeito. Alcançou o que tanto almejava, sem medo das circunstâncias e de um possível flagra. Assim se tornou a princesa de Montesburgo, livrou-se da vida de plebeia que tanto odiava e alimentou seu espírito maligno, que Ansiava por mais poder.
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A dama das flores
Historical Fiction"Nem tudo na vida são flores, mas quando for, regue!" Assim pensava Eleanor, uma jovem plebéia crescida no pequeno distrito de Valle nevado, No reino de Montesburgo. A moça fora criada por uma bondosa senhora, chamada Cida e por seu esposo Alírio...