Capítulo 11

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   Deitada no chão daquela sala fria, a vela era a única companhia da ruiva em meio a total escuridão

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Deitada no chão daquela sala fria, a vela era a única companhia da ruiva em meio a total escuridão. Eleanor ouvia sua própria respiração e o vento que chiava do lado de fora, fazia a madeira da janela rangir. Estava tão cansada que seu corpo não encontrava uma boa posição para adormecer e acompanhado de uma náusea e dor nas pernas, a noite foi longa até pregar os olhos.

Cochilou por alguns instantes, e logo depois acordou com um rangido um pouco mais alto. Eleanor abriu os olhos e levantou-se do colchão, apoiando seu corpo com um dos braços, enquanto segurava o pires que sustentava a vela na frente dos seus olhos, na esperança de enxergar um palmo a sua frente.

O rangido veio mais forte, e desta vez mais arrastado. Eleanor cerrou os olhos e foi levantando devagar, procurando pela origem do som, que vinha de trás dela em sentido a cozinha. A ruiva ajeitou o vestido fino que usava e começou a caminhar devagar.

Seus pés descalços tocavam o chão gelado e um arrepio interno percorreu seu corpo, descendo até o fim da sua espinha, Se aproximou um pouco mais e viu duas bolinhas cintilantes e espelhadas, um pouco avermelhadas no meio do nada pareciam observar Eleanor. Aquilo foi o suficiente para mantê-la paralisada por alguns instantes, e quando se deu conta, o ruído tinha acabado, em compensação estava sendo observada por o que quer que seja, no meio da escuridão.

Tentou recuar bem devagar. Deus dois passos para trás e respirou. "Ótimo, você está indo bem Eleanor". Quando ia dar o terceiro passo e correr, um miado estridente tomou conta do ambiente e as bolinhas vermelhas assemelharam-se a olhos normais. Stuart passou no meio da pernas de Eleanor e ela pode sentir os pelinhos acariciarem sua pele. Suspirou aliviada e quase riu de si mesma, o ruído não era nada além da refeição matutina do gato da casa, que na verdade começou bem cedo naquele dia.

Voltou para a sala e largou a vela no criado mudo, quando ia pegar no sono de novo, pode ouvir a voz rouca de Cassandra a chamar baixinho:

- Eleanor... Sobe aqui um instante...- E os passos de Cassandra se distanciaram do topo da escada. Eleanor bufou e subiu, segurando no corrimão. Pode ver o vulto de Cassandra mais a frente, entrar no quarto de Lancellot, e franziu as sobrancelhas.

- Eu não sei mais o que fazer, precisa me ajudar - Cassandra estava sentada ao lado de Lancellot, que estava só de cueca, mas suava e tremia muito - Ele está muito quente e até agora não me respondeu

Eleanor aproximou-se, e pegou a bacia de água que Cassandra deixara na cabeceira

- Volto já, abra as janelas do quarto e deixe o local bem arejado - E saiu com a bacia.

Desceu as escadas e foi até a parte de fora da casa, os primeiros raios de sol iluminavam o céu, mas ainda sim, não estava tão claro. Eleanor sentia o vento frio da manhã percorrer seus braços e se arrepiou toda. Caminhou até o riacho que havia perto da casa da amiga, ajoelhou-se na beira do mesmo, sujando sua combinação branca de terra e encheu a bacia com água corrente, e extremante gelada.

Voltou para casa carregando a mesma cautelosamente, para não levar todo seu esforço ao chão. Demorou, mais conseguiu subir as escadas e chegar ao quarto

- Pegue muitos panos Cassandra, por favor - A amiga rapidamente foi até o outro quarto, enquanto Eleanor tirava outros panos da barriga e pescoço de Lancellot, respectivamente. A amiga chegou com os outros panos, e Eleanor, sem perder tempo, afundou na água gelada, e sem torcer muito, colocou um em cada pulso de Lancellot, em seguida na sua testa. O homem começava a se arrepiar e a ruiva sabia que ele logo voltaria ao normal.

- Tá tudo bem, em breve ele vai acordar - Cruzou os braços e respirou fundo sentindo o vento balançar a roupa de cama, e seus cabelos. Quando olhou para baixo percebeu que estava de combinação, e ainda por cima suja.

- Preciso me trocar antes que Lancellot acorde, fique de olho por mim - Ela sorriu e Cassandra concordou. Eleanor foi até o banheiro, retirando o vestido de seda, tomou um banho bem rápido e se trocou adequadamente, com seu vestido tradicional. Quando chegou no quarto, Lancellot já estava com os olhos abertos, mesmo bem debilitado

- Bom dia Lancellot - A ruiva sorriu e o mesmo direcionou o olhar a ela

- Bom dia - Deu uma tossida e respirou fundo - Desculpe por todo trabalho - Ele disse rouco e sem forças

Eleanor deu um breve sorriso e Cassandra, que estava na varanda, viu o mensageiro se aproximar na praça central

- Eleanor.... Viste isso? O mensageiro está aqui

A ruiva foi até a varanda com a amiga, e o mensageiro começou a recitar:

- Caros aldeões, é com grande pesar que vos informo, que os homens do reino de Montesburgo, e todos seus distritos, sendo eles, Valle Nevado, Convales Cristalinos, Monte Floral, Serra Constelada, Lago donairoso e Bosque Eclipsado, São convocados para uma expedição organizada pelo rei Sebastian Vettel, amanhã a partir das 08:30h com finalidade de descoberta de novas terras para reabastecer a econômica local. Os convocados estão nessa lista que será exposta na parede principal do castelo.

- Uma expedição? - Eleanor arregalou os olhos e direcionou a Lancellot - E se ele foi convocado?

Cassandra ficou séria por alguns instantes, levou as mãos aos cabelos e saiu do quarto apressada. Eleanor encarou Lancellot que fechava os olhos devagar e saiu.

Um grande número de pessoas tentava olhar a lista, e Cassandra e Eleanor demoraram até conseguir visualizar. Procuraram feito loucas, no meio do empurra-empurra e perceberam que, sim

Lancellot havia sido convocado

- Ele não tem condições para ir Cassandra, ele não pode ir de jeito nenhum

- Eu sei disso, por isso nós temos um plano B.

- Plano B? Que plano B? - As duas conversavam em tom mais baixo para que ninguém ouvisse, mesmo com todo aquele alvoroço

- Vamos substituir Lancellot, alguém vai no lugar dele!

- Ah claro, e quem seria o idiota que gostaria de ir para uma expedição no lugar de um homem no leito de morte? - Eleanor retrucou

- Eu vou no lugar dele!

A dama das floresOnde histórias criam vida. Descubra agora