Crônicas de Bruce.

Cap.: 2

20 de agosto, o ano é 2019, estamos todos obcecados por nossa tecnologia sem fim, nossos mais belos e avançados aparelhos, nos permitindo ter uma visão virtual do mundo inteiro, algo realmente incrível, mas eu, Bruce, sou um cara bastante...diferente, este é o resumo:

Acordo pela manhã, escovo os dentes, tomo banho, opa, esqueci de vizualizar minha página no insta. Enxugo-me com uma incrível velocidade, (coisa que não faço diariamente), saio do banheiro todo molhado, (posso apanhar do meu colega de quarto, mas é por uma boa causa). O celular, esse aparelho começou a fazer parte da minha vida desde que entrei na universidade, onde posto meus projetos científicos, sou tido como o maior blogueiro da faculdade, mas fazer o que, é a vida.

Meus dias estavam muito empolgantes, tudo indo para as mil maravilhas, exceto por uma coisa...meu eu real era uma imagem esquecida por todos, e, na real? Eu gosto, mas ao mesmo tempo...

...acho uma total perca de tempo. Quer saber da verdade? Eu sou a parte esquecida desse blog, considerado o nerd da turma, fizeram-me uma proposta, enquanto eu fizesse o blog funcionar, eu seria um cara de sorte, eu ainda me pergunto o por quê de ter aceitado isso, eu deveria ter continuado na minha, mas é o que dizem, os mais fortes sobrevivem, mas, eu tenho outra frase...Os mais espertos se vingam.

Tendo isso em minha mente, decidi armar um plano para que minha curta e deliciosa vingança fosse concretizada, essa era, pelo menos, a minha visão do mundo onde eu vivia, onde haviam os caras mais fortes, altos, belos, com seus lindos e potentes carros, ostentando o poder por onde passavam, cheios da grana e das garotas, de um outro lado, temos as garotas que costumamos chamar de patricinhas, ostentando assim como eles a sua magnificante riqueza, sua beleza, e...ok, são realmente incríveis, e existe eu, Bruce, um cara simples, sem dinheiro, nem para comprar uma balinha, morto de fome, chegando perto do desmaio, certo, um pequeno exagero, mas esta é a minha realidade, pelo menos desse lado da universidade.

Mas, mesmo diante de tantos conflitos externos, possuo salvação, meus amigos, na verdade, eu tenho vários espalhados pelo mundo, pessoas iguais a mim, que tendem suas vidas aos estudos, nerds capazes de aplicar seus conhecimentos a prova em qualquer lugar que apareçam, e cerca de duas dessas pessoas estudam comigo, não na mesma sala, mas perto, um é meu colega de quarto, tive a sorte grande de ter sobrado ele, e a minha...como posso dizer, melhor amiga? Mas...bem que eu queria que fosse mais que uma amiga, ela é meiga...

- Bruce?

...carinhosa, gentil, amigável, doce...antes eu não possuía sentimentos além da amizade, mas depois de um tempo conversando com ela, desde o ensino médio, passei a gostar, e até os defeitos que ela dizia ter, eu os achava incrível.

- Bruce!

De repente, em meio aos meus belos e maravilhosos sonhos, fui interrompido por um ser, que pela qual está sempre interrompendo minhas imaginações, e quem seria ele? Meu colega de classe, Devan.

- Está sonhando acordado de novo? Já disse pra tu, vai falar com ela, melhor do que ficar remoendo esse sentimento aí, daqui a pouco aparece alguém conquistando ela e tu fica aí, de bobeira.

Meus olhos eram revirados até os dele, com um sorriso entre os lábios, mas não era do meu feitil mostrar os dentes para as pessoas no início das manhãs de segunda, principalmente para esse...gado.

- Já vai começar? Logo pela manhã? Poxa em Devan, seu nível de zoeira está absurdamente alto hoje.

Digo isso enquanto viro meu corpo para a frente dos antigos armários escolares, que de ano em ano diziam reformar, ou até mesmo alguns dias atrás, mas, o adesivo que eu havia colocado tempos atrás ainda residia lá, então, ou eles estão mentindo, ou então eles possuem algum tipo de ranço para com a minha pessoa, e se tivessem, sobre o que teriam? Permanecia ali parado, pensando, voando em pé sobre o concreto daquele corredor, Devan falava alguma coisa mas eu não conseguia ouvir nada em meio a tantos pensamentos que sobrecarregavam a minha mente, como um tornado em processo de formação, até o ponto que estava prestes a eclodir com a terra um chamado do além faz-me acordar, com um estalar de dedos, literalmente,

- Cara! Eu vou parar de falar com tu em algum momento, a cada passo que tu dá, parece que começa a viajar na maionese incansavelmente, tem que parar com isso, daqui a pouco vai ser atropelado. -Falava Devan, enquanto caminhava a passos rápidos em direção à sala de aula, eu o seguia, já havia me acostumado com aqueles sermões.

- Mano, existem coisas incríveis que podemos imaginar, e é a coisa mais simples do mundo, podemos fazer tudo que quisermos...

- Chega! Pelo menos se concentra em conquistar o amor da pessoa que você gosta desde o ensino médio mano. -Ele dava peteleco em minha testa, fazendo-me acordar para a dura realidade que me cercava.

- Agora está o porém, como? -Sentava-me na cadeira, ao lado da dele, colocando as duas mãos atrás da cabeça, pensativo.

- Você mesmo disse a resposta.

- Que? -Indagava perante a resposta que ele me ofereceu.-

- Da mesma forma que você faz com seus estudos, esforçando-se.

Um sorriso surgia nos nossos lábios, o que ocasionava em uma certa e curta risada da minha parte, ele realmente era um bom amigo para mim, mas, estava certo em uma coisa, estudar é a melhor coisa que eu fazia.