Crônicas de Bruce.

Cap.: 10

Então é assim que é morrer, sentindo uma dor repentina, breve, separando seu corpo e alma, criando um breve ilusão da sua vida passando diante de seus olhos, algo muito estranho, mas que ao mesmo tempo se torna comum, assim me senti quando estava já caído no solo daquela calçada, com o crânio totalmente estourado, sangue jorrando feito água sobre aquele seco chão desgastado pelo tempo, será que eu deveria ter terminado assim mesmo? Dizia eu, olhando par aquele já feito pedaço de carcaça, é estranho mas, eu sou um espírito agora, deve ser assim que pode entrar nesse mundo alternativo, pensei que em instantes meu corpo reapareceria em um portal, mas não, definitivamente eu morri, sem lembranças, sem amigos, isolado, já que nesse mundo atual todos estão mortos, graças a mim.

Permanecia em puro silêncio, estava parecendo mais uma cena, em que o protagonista morre, sua alma sai do corpo e contempla seu antigo eu ali, deitado, dessa forma estava, um pesar em meu coração, sabendo que perdi tudo o que eu tinha, o que eu tinha? Há sim,minhas memórias voltaram depois que eu morri, talvez seja essa a resposta para ter minhas memórias novamente, morrer, sendo assim, já foi, estava estirado ali, na minha frente, sem vida. Que raiva, ódio, sabe de quem? De mim mesmo, daquela bruxa, aquele demônio, que tirou tudo de mim, casa, amigos, e...o amor da minha vida, sim, Katerine, aquela que eu amei desde o colegiado, que tirava toda a minha atenção na hora que aparecia em minha frente.

Mas, agora, tenho que arranjar um jeito de recuperar meus dois amigos, os melhores que eu já tive na minha vida toda. E lá estava eu, um espírito, olhando para um cadáver, que não voltaria a vida caso ficasse parado, sem fazer nada, mas, o que eu iria fazer? Como eu, Bruce, um cara normal, iria fazer algo extraordinário ao ponto de derrotar uma mulher, que como poder podia iludir as pessoas, fazendo com que elas vissem o pior que poderiam imaginar, necessito de poder, mas, como conseguir? Essa era a resposta que eu necessitava,

Quer poder?

Ouço essa voz, do além, mas, poder? Sim, necessito de poder, é necessário para que possa salvar meu amigo, minha amada, o mundo inteiro, ou seja, derrotar o mal que circunda ao nosso redor, ficava, normalmente, olhando para os lados, para saber de onde esse misterioso som vinha, logo vindo mais sons em minha mente.

Eu posso te dar esse poder.

Pode? Então, eu quero, preciso, não tenho mais nada a perder, e não posso morrer, todos dependem de mim, são mais de sete bilhões de pessoas pedindo por socorro, sendo que sou o único que pode ajudar, mas não tenho o necessário...

Então eu te darei o necessário, sou o anjo da fúria, bem, podemos dizer que eu era um anjo, gora sou o que quiser, desde que fui banido dos céus por burrice minha, arrependo-me disso, então vivo vagando como um anjo caído solitário, meu nome é Luci.

Certo, acho que não faz mal, caso esteja realmente falando a verdade, aceito a sua oferta, Caído da fúria, então, acho que devemos seguir em frente, preciso achar logo esse portal, e partir nessa longa aventura, em direção ao sol. Literalmente, levanto-me de onde estava, e começo andarilhar pela estrada, seguindo na direção do sol, parece estranho, mas era como se eu sentisse algo dentro de mim, mandando eu ir naquela direção, então, siga seu coração.

Em questão de segundos andando, sinto uma pequena parcela do que chamamos de poder apossar-se de meu coração, uma sensação totalmente estranha, primeiro começou como uma minúscula chama ardente, que passou a progredir mediante o corpo inteiro, será que finalmente chegou ao literal fim? Nem passou muito tempo desde que morri, e já estou sofrendo, meu corpo espiritual agora se encontra em total levitação, enquanto uma forte luz atravessa por todas as partes, agora espiritual, do meu corpo, causando o que chamamos de teletransporte, reaparecendo em um local totalmente estranho...

1° Dia em Paradox.

Olho ao redor, o que seria uma bela paisagem, lindas florestas cercavam-me, com árvores gigantes, como se fossem altos arranha-céus, que cortavam os céus com suas longas e altas copas, causando a impressão de estar na terra dos gigantes, aquele gramado verdejante, era de encher os olhos, mediante à tamanha beleza, não sei como descrever tais vislumbramentos que meus olhos perseguem como se estivesse desesperado, sim, realmente maravilhoso, se não fosse pelo fato de estar no meio do mato, sem ninguém por perto, achei que quando chegasse haveria uma recepção, mas nem isso aconteceu, era como se eu fosse um intruso naquele local.

- Eu sinto meu corpo...

Apalpava todas as partes daqueles novos membros, e é real, estou novamente vivo, não sendo um espírito, e com todas as memórias salvas na mente, sem chance de perder elas, mas, uma coisa devo fazer, que é achar alguém para me ajudar, se irei destruir esse mal que ronda este lugar, devo me preparar para tais feitos. E assim começa minha aventura nesse mundo, saindo primeiro dessa floresta para que ache a cidade mais próxima, pelo menos tinha isso em mente, e, de certa forma, algo mais estranho ainda me ocorrera, estou com roupas, e não são comuns, parecem de uma época medieval, muito antiga, olhava para minha cintura, era uma pequena espada, utilizada por homens e mulheres para tirar vida de outros seres vivos, que no meu caso serviria muito bem.

- Ótimo, agora, apenas preciso achar a saída deste grande labirinto, minha primeira missão, no caso, sair vivo daqui utilizando apenas conhecimentos de sobrevivência.

Começo a caminhar por aquele vasto campo cheio de árvores, ou seja, um bosque, a cada momento que ando, uma sensação de estar sendo observado prevalece...