- Devan, eu disse para você, desligue tudo, sempre foi assim, e agora deu essa de deixar eu fazer as coisas? -Diz eu, Bruce, com a minha cara de preocupado, verdadeiramente aquela era uma situação de extremo perigo, qualquer coisa que estivesse ligada lá dentro, poderia causar alguns sérios problemas para nós no futuro, e esse mesmo está próximo.
- Sério? Eu te falei que estava arrumando as prateleiras, você ficou encarregado da parte elétrica do projeto, nem mesmo um dedo eu encostei naquilo, como dizem, você é o chefe da "expedição'.
- Enfim, vou estar voltando lá para poder fazer a checagem, por sorte não me tiraram o crachá de identificação da instituição...
- Ainda. -Diz Devan levando sua ironia a um nível crítico.
- Ah, sério? -Digo já saindo pela porta do AP, com um ar de ironia.
Aquela ironia de agora há pouco foi bastante insensível, não é porque várias experiências minhas foram falhas que eles devem retirar os meus direitos como um cientista jovem, estou qualificado para esse cargo, quer dizer...minhas experiências falhas resultaram em perdas significativas de alguns móveis do laboratório, uma pessoa ficou levemente ferida, mas não foi por falta de aviso, tinha dito a todos que estava fazendo algumas coisas perigosas naqueles tubos de ensaio, certas substâncias poderiam ser ruins ao ser humano, mas alguém ouviu-me? Não, na verdade, essa é uma das coisas que as pessoas acabam esquecendo, não param para me ouvir e acontecem coisas ruins, e de quem é a culpa? Minha, é claro, certo...as vezes eu faço burrada, mas não significa que seja por falta de aviso.
- Bem, bem, bem, à entrada é por esta parte, deve haver um vigia, então vamos nessa...
Com passos rápidos, direciono-me para a porta secundária da faculdade, onde só entravam as pessoas com identificação, e o que eu tenho? A identificação, como um cientista. Nesses tempos modernos de 2019, as portas para esses tipos de locais são bastante restritas, começando pelas senhas, logo após a biometria, e por fim identificação facial, então, caso você tente passar pela facial, e não for identificado, deverá responder um grande processo, algo que ninguém quer, não é verdade?
Você já esteve fazendo algo super importante, um experimento científico, e repentinamente olhar para aquela pessoa, e simplesmente esquecer de tudo e apenas focar nela? Pois bem, isso me ocorre sempre que ela está lá, na minha frente, com seus doces olhos, seus belos cabelos, macios, cacheados, castanhos que brilham perante à mistura de substâncias que vagam pelo ar, raios solares que constituem da mais bela visão que eu poderia ter...
- Não entendo o por quê da imagem dela vir na minha mente logo agora. -Digo isso enquanto caminho pelos corredores escuros daquele lugar, não tão escuro, apenas a iluminação feita pelos postes é possível ser vista. Meus passos se tornam breves ao passo que observo a porta do laboratório onde Devan e eu fazemos as nossas pesquisas, sinceramente, não lembro de tê-la deixado aberto quando saí, mas, talvez seja o zelador, fazendo a limpeza cotidiana, ainda bem que ele sabe como fazer a devida limpeza das partes mais importantes daquela sala.- Mas, espera um minuto, hoje é segunda, e...ele não trabalha dia de hoje, té porquê a limpeza fica por nossa conta...então...
Em instantes observando a luz do meu laboratório, uma sombra é vista adiante de meus olhos, tendo uma forma totalmente estranha, parecia um animal, mas, ao mesmo tempo, não sei, apenas sinto que não era boa coisa, estava estranho, primeiro a porta aberta, luz ligada, e agora uma sombra? Isso não está cheirando nada bem, e sinto que a minha estadia ali está ficando cada vez mais perigosa.
Sobre a luz do luar, ou seja, a noite hoje começou muito boa, lua cheia. O ar torna-se cada vez mais pesado, com a respiração cada vez mais difícil, parecia que alguma coisa estava dizendo em minha mente: "Saia daqui...", com uma voz totalmente rouca, baixa, e, ao mesmo tempo, assustadora, mas, como diz a ciência, tudo pode ser explicado pela logica, claro que quem falou isso não vivenciou o que eu estou passando agora, uma ocasião totalmente distinta de qualquer outra que possa existir na face da terra.
- Quem está aí? -Digo, com as pernas bambas, posso ser "adulto", mas todos temos medo de alguma coisa, e o que todos os seres humanos possuem, é receio do desconhecido, principalmente daquilo que nem mesmo podemos ver, pois a escuridão se torna nossa principal inimiga. Assim fui, mesmo tremendo me enchi de coragem, retirei toda substância que poderia me proporcional segurança para poder entrar naquela sala, mesmo com uma voz martelando em minha cabeça, "saia, saia, saiaaa", mesmo dessa forma eu continuei, com passos lentos, aproximando-se da porta, quando, em questão de segundos, algo me chama atenção atrás de mim, sentindo um toque por cima do meu ombro, causando longos arrepios sobre meu corpo inteiro, meu coração quase parando pelo susto total que eu tive, olhando brevemente par trás, logo após tanto suspense, quem é?
- Devan!? Seu maldito, vá assustar o cão do inferno...de onde você saiu? -Digo isso ofegante, com as mãos sobre o peito, com tamanho susto que recebi, uma carga bastante larga de adrenalina.
- Vim logo atrás de tu, queria saber o que tinha acontecido, então, quem está lá dentro? -Diz Devan olhando sorrateiramente para a porta.
Meus olhos são levados para à porta, observando por meros segundos, uma luz, de coloração esverdeada, fico com um semblante de surpresa total, sigo andando até ficar totalmente de frente para a sala, onde a porta estava já aberta, e...não tinha nada.
Isso mesmo, a sala estava completamente vazia.
- Devo ter deixado luz ligada antes de sair, e provavelmente você não bateu a porta direito antes de sair, assunto resolvido.
Diz Devan, desligando tudo e saindo logo depois de mim, fechando a porta definitivamente. Será que só eu vi aquilo? A luz...aquela sombra, o que será que está acontecendo aqui?
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Crônicas de Bruce.
PrzygodoweJá parou para pensar que pode existir um mundo pouco diferente do nosso? Talvez, e apenas assim, esses dois mundos nunca devessem estar juntos, mas, o que aconteceria caso um desses abrisse seu portão dimensional, podendo assim transpassar uns aos o...