- Vem possuir o que já é seu, este corpo, tome-me como sua..agora, apenas me siga...
Aquela voz suave, capaz de persuadir qualquer homem a entrar naquele imenso pecado, sem volta, retorno que nunca poderia ser alcançado, eu, Bruce, um completo virgem, não poderia perder aquela oportunidade, poderia ser única da minha vida, além do mais, não estaria traindo ninguém...
- Ela nem gosta de você...
Aquele sorriso, que se torna irônico, mas que é imperceptível para quem já está completamente perdido em pensamentos, ou seja, nulos, apenas a imagem do belo corpo dela tomava conta da minha mente, não é como se eu quisesse, está mais para eu não poder sair daquele transe eterno, precisava sair dali, necessário...Ke...
- Venha, me ame até não poder mais...
Há sim, o amor, aquele sentimento que vence qualquer barreira, o que eu sentia por aquela mulher...não era isso, é apenas o desejo que todo homem tem, mas que para alguns, como eu, se torna difícil, então, estava sendo fácil demais, desejo sair, mas meu desejo por ela se torna maior ainda. Estava quase cedendo para ela, quando sinto algo em minha mão, um toque, suave, macio, familiar, logo, aquele antes nulo, agora iniciando novamente, sentimento, toma conta de metade do meu corpo...enquanto escuto duas vozes...
- Bruce? Bruce!? -Uma gritando sem parar.
- Bruce...venha... -E outra me desejando.
Qual eu devo escolher, ah, uma tem um som agradável, e outra parece desesperada, essa parece familiar, mas, quem deve ser? Enquanto penso, sinto que um de meus pés parecem estar flutuando, meu corpo todo parece estar flutuando, essa é a sensação de ser desejado por alguém? De...talvez, ser amado."Katerine", ela...eu conheço, é a pessoa que eu...amo?
- Idiota.
Quando escuto isso, o transe para, eu contei que o laboratório fica aonde a parede lateral da faculdade está? E que...a janela dá direto para uma pequena colina, com várias pedras, e que a altura é muito alta? Pois bem, lá estava eu, com meu pé no ar, e o outro em cima da beirada da janela, enquanto eu ainda sentia um toque em minhas mãos, aquele toque macio, que fazia com que algumas lágrimas caíssem de meus olhos, olhava brevemente para trás, e lá estava ela, Katerine, com os olhos cheios de lagrimas, um olhar desesperador, é, acho que estava prestes a morrer...ou simplesmente me suicidar, mas ela não queria deixar eu ir, então, era ela que gritava desesperada, para que eu não morresse, mas, o que foi aquilo? O que quer que seja, levou de mim toda a energia que tinha, assim, caindo para a direção que estava mais inclinado, para ela.
- O que você estava fazendo?
Via o rosto dela, triste, e ao mesmo tempo com raiva de mim, o que eu estava fazendo? Em um momento eu estava vendo aquela mulher, em outro, estava prestes a me suicidar, sei que as vezes tenho esse sentimento, mas, por que? Por que eu fui o responsável por fazer a pessoa que mais mo chorar? E se eu amo mesmo ela, como pude me deixar ser levado por aquela ilusão?
- Perdão, Kate...foi mais forte que...eu... -Digo isso chorando, as lágrimas desciam de forma contínua, não conseguia parar, e lá estava eu, chorando perante a pessoa que mais amo, que sempre está me ajudando, e que não me deixou mesmo agora, e ainda com a cabeça em cima do colo dela, olhando para sues olhos de cor castanho escuro, que derramava água como se fosse uma cachoeira, não queria ver ela assim...
- Nunca mais faça isso...eu não quero te perder...
Meu coração aumenta em suas batidas incessantemente, ela disse aquilo mesmo? Ou será apenas um sonho mais? Ela está ali, na minha frente, dizendo que não quer me perder, será um sonho realizado? Mas, será um sonho? Até poucos instantes atrás eu estava em uma rua, depois aqui, na faculdade, logo após, na janela perto de cair...
- Use a lógica...
Qual lógica? Pergunto para aquela voz que ecoa pelo meu subconsciente, uma voz de homem, estranho, até agora mulher e aparece um homem do nada, quero saber o que está acontecendo aqui.
- Como você conseguiria ir assim e me deixar aqui? Sozinha? Como acha que eu viveria sem você? - Diz Katerine, enquanto chora incansavelmente, eu olhava firmemente para os seus olhos, lindos, estávamos próximos o suficiente, sentindo a respiração dela sobre meu rosto, ela já havia parado de chorar, e estava olhando para os meus olhos, já estava sentado, com a mão apoiada no chão, será que posso? Beijar ela...
Logo, nossos rostos se aproximam mais e mais, mas, algo vem em minha mente, como ela havia aparecido aqui? Em instantes me levanto, olhando ao meu redor, isso não parece ser real.
- Bruce, o que houve? -Diz ela se levantando também, olhando diretamente para os meus olhos, aquele olhar hipnotizante, lá no fundo, algo me dizia, acorde, isso não é real.
- Isso não é real, como você sabia que eu estaria aqui? -Pergunto desconfiado, eu sabia exatamente aonde deveríamos nos encontrar, e não era no meu laboratório.
- Certo, você parece um rapaz bastante inteligente...mas, fácil de controlar.
Em instantes, reapareço novamente em um local, o de sempre, aquele abismo sem fim, mas, desta vez, eu sentiam meus pés tocarem algo, então, deve ser uma ilusão, quer dizer que isso existe?
- Quem é você? E o que quer de mim? -Meu coração começa a acelerar mais inda.
- Ninguém importante, apenas uma mulher sedenta por...comida.
Ouvia aquela voz, agora não parecia mais doce e suave, e sim, realmente, faminta, será eu sua refeição? Não pode ser, parecia tão real. ela consegue imitar tudo que existe?
- Qual seu nome?
- Bem...meu nome é...
Antes mesmo que eu pudesse ouvir a sua voz, uma luz expande por meu corpo todo, iluminando aquele local, mas, não era exatamente uma luz, parecia mais a cor das...trevas...
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Crônicas de Bruce.
PertualanganJá parou para pensar que pode existir um mundo pouco diferente do nosso? Talvez, e apenas assim, esses dois mundos nunca devessem estar juntos, mas, o que aconteceria caso um desses abrisse seu portão dimensional, podendo assim transpassar uns aos o...