Crônicas de Bruce.

Cap.: 15

       Manhã linda, com o som dos passarinhos cantando, juntamente com a luz do sol iluminando meu quarto que estava em meio a uma grande obscuridade, assim iniciou este dia, lindo como sempre, já que estamos em um mundo onde praticamente tudo, em relação a localidade, é perfeito. Durante alguns breves minutos, minha mente vaga pela densidade de meu quarto, observando cada parte que nela havia, seja o canto das paredes, as próprias, com gravuras de dragões, espadas flamejantes, anjos e demônios em meio de lutas ferozes, com direito a sangue, literalmente, a cor que aparecia em tons de escarlate se assemelhavam ao conteúdo vermelho composto nos seres vivos, mas, com magia tudo era possível. Em tese, tudo estava perfeito naquele dia, exceto por uma coisa.

- Eu sou burro, não pedi o contato dela...

       Na maioria das vezes eu acabo esquecendo das coisas, a garota que me apareceu ontem, de cabelos lindos, pele macia, olhos centrados que fizeram meu coração bater rápido e...

- Eu também esqueci de saber seu nome, o quão burro eu consigo ser?

- Bruce? Hora de levantar, você tem treinamento daqui a pouco.

       Há sim, esqueci que ainda tinha essa questão, treinamento, mas, possivelmente será legal, eu acho, então, com esse pensamento em mente, ponho em prática o que já deveria ter feito a muito tempo, levantar da cama, parece uma tarefa simples, mas não é.

Flash Back.

       Ontem, logo após eu ter me despedido daquela linda jovem, havia entrado na oficina, um local até que bastante arrumado, considerando meu quarto, claro, ele não é uma bagunça, mas em questão de ser uma oficina, estava arrumado, limpo, nenhuma sujeira, claro, as mais comuns sempre tem, mas, de certa forma, parecia um daqueles prédios executivos, onde tudo é perfeitamente arrumado, pois bem, logo após entrar sou recepcionado por uma mulher, mas não uma qualquer, ela era da raça dos orcs, mas de uma forma menos feia sabe? Até porque nosso padrão de beleza é humano, e não...orc.

- O que deseja aqui pequena criatura?

       Literalmente neste ambiente eu era uma pequena criatura, tudo tinha um tamanho meramente o dobro que realmente conheço, nem sei como ela me viu aqui embaixo.

- Bem, vim aqui mandado pelo senhor...Wolford...

- Aquele velho desgraçado? (Desculpem-me a forte expressão, parece que ele realmente é um velho maldito...)

       Ao ouvir essas palavras, acabo que engolindo seco, ouvir aquilo não me parecia algo realmente bom, sabe? Até porque dizer essas palavras fortes não são do meu fetil.

- Certo, não precisa ficar com medo, conheço esse velho mago, mas diga a ele que me deve dinheiro, entendeu? Leila!?

       Aquele grito realmente fora bastante alto, tão que meus ouvidos começaram a tinir, e a voz ecoou por dentro da minha cabeça, fazendo-a doer um pouco, acabo que fechando os olhos por conta disso, logo, quando os abro novamente, olhando diretamente para frente, percebo uma garota, na verdade, parecia outra elfa, mas da raça de tamanho mediano, que se aproximava de mim, sorrindo, cabelos lindos, parece até um sonho, será que todas as elfas deste reino são assim? Porque se forem, eu tenho muita sorte, ou não, vai que elas não gostem de mim, preciso de pelo menos uma, nem que eu demore meses mas pelo menos uma, não pode ser possível que minha sorte aqui também seja nula.

- O-Olá, prazer, Bruce, eu vim...para pedir uma arma...dura... - Essa forma de dizer implica que fiquei um pouco envergonhado, isso já é normal para mim.

- Bem, então chegou ao lugar certo, aqui temos todos os tipos, e feitos sobre medida, meu nome é Leila, o dela ali é Strorm, nome estranho? Eu sei, ainda acredito ser o sobrenome dela...

       A voz dela é macia, a estrutura do corpo dela é a mesma da outra elfa, então temos meio que um padrão aqui, só o busto que demonstra ser menor, mas não tem problema, mas algo permanece em dúvida, pois, enquanto estou perto dela, sinto uma sensação de suavidez, parece até que estou sendo revigorado, eu acho.

- Bem, preciso de uma armadura simples, feita de...aço, apenas para iniciante, já que não tenho muito dinheiro para isso...a mando do senhor Wolford.

- Bem, já que foi um pedido dele, então iremos fazer o mais rapidamente possível, jovem Bruce.

       Ela sorri, logo se distanciando de mim, e então sigo para fora daquela oficina, voltando para casa depois de alguns minutos andando.

Flash Back end.

       Após levantar de minha cama, sigo calmamente pelo corredor que procede de meu quarto, longo caminho até chegar na cozinha, algo que realmente me deixa desanimado, pois não sou uma pessoa acostumada a fazer exercícios. Bem, chegando lá me sendo em uma cadeira de madeira, comum, em frente a uma pequena mesa, onde só cabem duas pessoas mesmo, e olho para frente, um semblante sonolento é o que está sendo demonstrado por mim, aquilo me chateava.

- Bem, eu descobri uma coisa sobre você, Bruce, bem, pode ser algo até que normal, mas literalmente é raro, o fato de que você...não possui magia alguma.

- Ahn? Só isso? - Eu realmente não estava ligando para o fator principal de não possuir magia, na verdade, não via ninguém usando magia durante todo esse tempo. - Mas, e o tal poder que eu tenho dentro de mim, o que ele seria?

- Digamos que é apenas uma transformação temporária, o fato é que sem magia você se torna um pouco inútil sozinho, pois a magia engloba ataques, defesas, curas, principalmente a cura, um dos melhores fatores em relação a aventuras, pois a todo instante você pode ser atacado por algum ser, seja uma besta, ou demônio, ou até mesmo o minotauro que sua versão espiritual derrotou. Enfim, caso queira saber, existe uma forma de você pegar o poder que é do anjo, e torná-la sua, o único problema é que você iria precisar de um antigo cristal de transformação, ele o concede o poder de receber a magia de qualquer coisa, ou pessoa no caso, dessa forma, com tal cristal, eu poderia retirar a magia do anjo, e deixar apenas suas transformação.

       Tudo o que esse velhinho falou até agora, parece um daqueles RPGs que eu sempre joguei desde minha adolescência, todos os dias eu jogava, e sempre eu precisava de algum material para poder evoluir alguma coisa, então, posso dizer que esta vida se assemelha a um game, com um único detalhe, não tem item de ressurreição.

- Espera, existe algum item de ressurreição, mestre?

- Bem, existe, mas ele está perdido em uma antiga masmorra a oeste deste reino, fica um pouco distante, claro, mas caso você queira ir lá, deverá aumentar seu poder ao máximo, e também conseguir companheiros de viajem, ir sozinho, sendo um iniciante mão te trará benefício algum. Agora, eu vou te deixar sobre os cuidados de uma das nossas...tecnologias.

       Quando ele diz isso, saindo de cena, vejo uma pequena interface em minha frente, quem diria, poderia ser juntado o lado medieval com o lado contemporâneo, já vi que aqui tem de tudo, e tudo mais pode ser criado, tirando o fator de pequena importância, só existe eu de humano aqui, e por um acaso, morrendo eu, falecerá toda a humanidade.

- Deve ser o fim da espécie humana. - Digo isso depois de ver a interface daquele holograma, que mostrava meu nível de poder, como já tinham me dito quando cheguei, somos medidos por atributos, talvez depois eu faça um pequeno diário detalhando o que descobri, mas, eu tenho a incrível marca de...0.