Cap.: 3

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- Vejamos, então, passando o fio nesta parte, teremos algo totalmente novo, mas, também isso pode tornar-se um problema, caso o façamos da forma incorreta... -Digo analisando cuidadosamente aquele conjunto de fios de diversas cores, estávamos no laboratório de ciências. - E aí, Devan? Qual a sua opinião?

- Rapaz, você quer mesmo saber? Da última vez que eu dei a minha opinião, fostes pelo lado contrário... -Diz Devan, que ao mesmo tempo dá a entender uma certa ironia em suas palavras. - Daqui a pouco vou começar a usar a psicologia inversa com tu, tá demais em...

Já estava ouvindo a voz dele demais, mas, desta vez, ele tem razão, da última vez que continuei com algo assim, de risco, paguei uma pequena quantidade em dinheiro, e isso não pesou só em mim...Devan acabou pagando uma pequena...taxa por ter participado, levei uma bronca daquelas, nem sei como não apanhei dele.

O dia já estava chegando no seu ápice, ou seja, estava chegando a hora de comer, para ser mais exato, meio dia. Depois de tantas aulas pela manhã, é bom descansar por um breve período de tempo, sempre que eu ia para o refeitório, fazia questão de guardar, no mínimo, três lugares para meus dois colegas, eles, os meus únicos e verdadeiros amigos, Devan, que todos já conhecem, e...a maravilhosa, perfeita, magnífica...

- Bruce?

A sua linda e encantadora voz é ecoada em meus ouvidos, como uma doce melodia, um canto dos pássaros em meio à uma bela e majestosa floresta mágica de outono.

- Bruce, está sonhando acordado de novo? -Diz Katerine, a garota pela qual me apaixonei durante todos esses meses, claro, depois de ter conhecido ela muito bem, saber de todas as suas habilidades, defeitos, que para ela eram defeitos mas, para mim, eram dádivas e proezas que só ela tinha, simplesmente a garota perfeita. - Ei Bruce...

- Ele não vai acordar assim, deixa eu fazer algo... -Dean chegava perto de mim enquanto estava em um pequeno transe amoroso. - Quer que eu fale de quem você gos...

- Calado. -Antes mesmo que ele dissesse mais alguma palavra, já o interrompia, ele sempre fazia isso, e logo na frente da pessoa que eu gostava. - Olá Kate, eu estava voando em meio aos meus experimentos. Como você está?

- Pelo menos está fazendo algo de bom, eu estou ótima, minhas aulas estão sendo muito empolgantes nesses últimos dias, mas, voltando ao assunto, você tem algo planejado para esse sábado?

Não acredito nisso, será que isso pode ser mesmo possível? Pera, sábado...maravilha, a resposta será que eu não tenho nada para fazer, mas aí eu posso parecer um mero...vagabundo sem noção, que fica sem fazer nada da vida o dia inteiro, seja discreto.

- Bem, eu tenho um tempo disponível, por que? -Digo com uma cara meio séria, mas ao mesmo tempo com um pequeno sorriso.

- Ótimo, você poderia fazer um pequeno projeto para mim? Já que hoje é segunda, teremos bastante tempo para poder nos organizar.

Bem, a única coisa que pude fazer é acenar que sim com a cabeça, enquanto o Devan dava aquelas pequenas risadas que quase ninguém percebia, uma das características dele que eu mais detestava, mas havia me acostumado.

Aquele lugar, no caso, o refeitório, também era lugar para os chamados "valentões universitários".

Rápida descrição:

Como eu disse anteriormente, valentões, caras altos, musculosos, o sonho de qualquer nerd, mas, as vezes ser fortão faz com que o cérebro diminua, algo normal em um determinado grupo de pessoas. Altos carros com potência de cair o queixo, inclusive o preço deles, que, misericórdia, eu poderia comprar milhares de jogos diferentes na steam do meu PC (Uma loja de jogos virtuais para computador, caso não saibam). Além, claro, do seu poder aquisitivo, que nem seria necessário falar, mas, em geral, são uns babacas mesmo.

- Ei, olha só quem temos aqui... -E a quem eles mais gostam de perturbar? A mim, por que será em? - O que andou fazendo todos esses tempos garoto? Soube que conseguiu pagar seus estragos no laboratório, pagando como? Com seu salário de vendedor?

A piada era tão ruim que todo mundo, exceto eu, Devan e Katerine, riram para dar ibobe a esses seres detentores do "poder", mas, essa era a melhor parte, nesse mesmo refeitório, existia a segurança, e não é qualquer uma, era a verdadeira detentora do poder.

- Então o que temos aqui? O senhor manda-chuva? - O local inteiro ficava em um silêncio absoluto, nenhuma respiração poderia ser ouvida. - Parece que hoje todos decidiram fazer piadas, certo? Opa, então por quê não rimos juntos?

A segurança da universidade cuidava dos baderneiros, então, não era necessário fazer nada, a menos que você esteja sozinho sem ninguém por perto, aí sim eu posso dizer, bem vindo a pancadaria. Era a hora que eu me divertia em silêncio, eu via a cara daquele garoto, humilhado enquanto recebia aqueles sermões, o que acaba com ele indo embora, e a paz reinando, quando eu e Devan saíamos do local, sendo que Kate já tinha ido embora para pegar logo a primeira aula dela, nos acabávamos de rir, zoando da cara daquele cara por horas, até o momento em que chegávamos na sala de aula. Mas é claro que nem sempre é assim, teve uma vez em que na saída da aula, um pouco distante, eu apanhei um pouco por esse cara, saí com a cara machucada, sendo um alvo ambulante de risos, mas eu procurava me afastar o máximo possível desses caras.

Quando a noite finalmente chegava, íamos em direção do nosso apartamento, Kate ia para o lado contrário, então sempre nos despedíamos primeiro, e assim acabava mais um dia na faculdade, como todos os outros, exceto por uma coisa...

- Devan, a gente desligou tudo no laboratório?

- Mas eu pedi para você desligar...Bruce? - Uma cara de desespero era feita por mim naquele momento, eu sabia que estava ferrado. - Droga... - Digo em um sussurro amedrontado.

Crônicas de Bruce.Onde histórias criam vida. Descubra agora