Cap.: 11

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- Acho que vou começar a fazer um diário de bordo, possivelmente isso poderá me ajudar futuramente, ou será apenas uma perda de tempo...

Caminhava por uma simples trilha de pedregulhos, tendo em minha visão a grande quantidade de árvores que cercavam aquele ambiente, lindas e maravilhosas, mais até que as da terra, parecendo um sonho, daqueles que você acorda querendo retornar a ele, mas que nunca voltam, esse é o sentimento que elas passam, tocando nelas, sinto o pesar de vidas que foram destruídas, sonhos que foram perdidos por minha culpa, esse é o pecado que levo perante essa longa jornada, tal talvez nem possa ser perdoado, não os vi morrer, mas sinto o desespero deles, daqueles que nunca conheci, mas que carrego suas almas em minhas costas, mas estou pronto, para o que vier. Em instantes, uma densa névoa cai perante aquela floresta, no tocante que aproximo-me de uma parte que parecia isolada, aquilo estava estranho demais...até que escuto uma voz, mas de perto, parecia estar ao meu lado, instruindo-se.

- Sinta o perigo...

Ao ouvir isso, sinto uma ponta de perigo surgindo daquela caverna, tendo um poder que parecia maior que o meu, muito, inigualável, fazendo-se ficar atrás de uma árvore que estava ao meu lado, algo estava extremamente diferente, aquele sentimento, repugnância, ódio, o que faz com que meu corpo haja solitariamente, respirando fundo, e saindo do esconderijo, observando aquela grande sombra, que solta um enorme rugido em minha direção, desfazendo aquela fumaça toda, deixando-o ser visto, sendo a grande criatura, o que denominam de minotauro na terra, aqui já não sei, mas a semelhança é incrível, mas, como aqui é o que chamamos de o sonho humano, deveras é de se saber que haveria alguém assim, mas como vou derrotar?

- Eu ajudo, desta vez.

Ok, ajuda? Dizia enquanto começava a correr contra aquele gigante de três metros, vendo-o com aquele machado, o erguendo em minha direção, em segundos que eu pensava em desviar, sentia um poder estranho em meu corpo, logo, envolto em uma áurea azulada, desaparecendo e reaparecendo em cima de um dos galhos, sobre uma árvore em cima da caverna.

- Uou! - Digo surpreso, tendo em vista essa repentina mudança de localidade. - Foi você, não é?

Um largo sorriso é feito em meus lábios, observando aquela criatura, sentindo o mesmo poder aparecer novamente, mas, dessa vez, de forma diferente.

- Eu controlo!

Diria a voz em minha mente,tomando conta do meu corpo, agora não sentia mais o controle, sentia sendo controlado, apenas poderia ver, mas não interferir, sentir, uma grande quantidade de poder sendo liberada de uma só vez, aquele sentimento era ótimo, que parecia aumentar a cada ponto que passa. Meu corpo reaparece na frente do dito minotauro, que, com seus vermelhos olhos observavam-me, que deliberadamente passava por transformação, surgindo em minhas costas grandes asas de cor escura, misturado à uma áurea azul, meus olhos se tonam escuros a medida que passa, ao meu redor, as árvores emanavam brilhos diferentes, que eram sugados ao meu corpo, juntamente ao sentimento de esperança, e do pecado que carrego, e sempre carregarei, sei que já disse isso, mas, meu ódio me consome.

Sinto meus pés não tocarem mais o solo, enquanto que em minhas mãos aparece, o que aparenta um grande arco, com aparência angelical, mas que, ao mesmo tempo, está contaminada, talvez seja uma verdade sobre esse anjo caído, solitário Black Angel.

Contagem de flash Back.

Eu era um dos anjos que serviam ao Deus dos céus, o mais poderoso, servia-o dia após dia, tendo como serviço ser o mensageiro, com uma subdivisão de querubim, com um poder devastador, ajudava os humanos, e ao mesmo tempo os protegia, um cargo que poderia dar inveja a qualquer um. Todos nós temos o livre-arbítrio, a questão de escolher o que podemos fazer, mas fiz a escolha errada, ou talvez não, isso nem mais importa, naquela época, escolhi os humanos, em especial uma mulher, algo que não era agradável para os anjos, depois que Lúcifer foi expulso, acabei indo com ele, percebendo o grave erro que fiz, pois o plano dele era destruir todos os humanos, então virei solitário, seguindo minhas próprias ordens, sem ninguém para mandar ou desmandar em mim.

Me transformei em humano, vivendo entre eles por séculos, os vendo evoluir e se destruir, casei com aquela moça, que depois de certo tempo morreu, vivi sozinho novamente, até que encontrei um dos anjos que caíram comigo estar quase destruindo uma cidade, vi várias pessoas inocentes morrerem, então, como ato de "bondade", fui até ele, a partir desse momento meu corpo mudou drasticamente, pois era a primeira vez desde que caí, que usei meus poderes, minhas asas, escuras como de um demônio, e branca, como de um anjo, a junção perfeita, como caí, perdi a graça, mas não me corrompi por completo como eles. Quando percebi, já estava com uma espada cravada no coração daquele anjo caído, morto, enquanto seu corpo desaparecia, tendo pequenas partículas de seu poder transferidas para meu corpo, então, já sabe como fiquei forte, conhecido pelos humanos que me viram como Black Angel, tornando-me uma lenda da guerra humana, mas ainda desprovido da graça, solitário, até que encontrei esse humano, desprovido da sorte, pela sua determinação, decidi ajudá-lo.

Agora estou aqui, com todo meu poder, para que? Como sempre, ajudar os humanos, mas sem amor, apenas ódio, daí que vem meu poder, e esse garoto é perfeito.

Término do flash back.

- Então, é assim? - Digo olhando através daquele olhar angelical.

Logo, a transformação estava completa, aquele olhar, frio, cauteloso e angelical, negro, com o sentimento de salvar a humanidade, por isso preciso aumentar meu poder, ficar mais forte, proteger a todos, pagar por meu pecado.

Meu corpo se meche sozinho, vendo aquela grande espada em minhas mãos, grande, dourada e negra ao mesmo tempo, a rara junção de um poder de anjo com demônio, que futuramente iria obter, agora, com os pés no solo, observo a criatura, que corre em minha direção, usando o machado para golpear, na vertical, meu corpo, antes que eu pense, meu braço se movimenta, usando a espada para poder defender aquele golpe, que causa um tremor nos arredores daquela floresta, aquela força era extremamente alta, que me faz pensar ser ele o mais forte dos minotauros.

- Nem de longe, este é o mais fraco, o poder é medido através de números, agora, nosso poder está em dois mil, graças ao meu, o dele, está entre mil e quinhentos à dois mil também, por isso você deve evoluir o mais rápido possível, pois o que você irá enfrentar exige o máximo de nós dois, claro, se não quiser morrer, pois eu não quero, tenha certeza.

Enquanto o anjo dizia aquilo através da minha própria boca, seguiam-se os golpes daquele minotauro, lentos, mas de grande poder, que a cada defesa minha, um estrondo maior ainda era feito naquela floresta.

- Agora é minha vez.

Em instantes, minha velocidade aumenta, desaparecendo em meio daquela mana que fluía perante o nosso redor, reaparecendo sobre a criatura, aplicando um forte golpe na vertical no crânio, pela qual fazia aquela espada um forte brilho após isso, tendo em vista as partículas do morto minotauro serem retidas dentro dela, que logo após desaparecia, juntamente a todo aquele poder.

- Ótimo, voltei, uau, então eu preciso ter mais força? - Diria olhando ao meu redor, percebendo aquela mana desaparecer pouco a pouco, olhando rapidamente para trás, tendo percebido alguma coisa se aproximar. - Estou aprendendo...

- Olá, vi tudo aquilo, e ouvi sua conversa, se precisa de poder, sei aonde podes conseguir, mas saiba que sua jornada está prestes a ficar mais difícil do que qualquer outra coisa.

- Acho que você não entendeu a parte em que desistir para mim, não é opção, e a morte não está na minha lista de tarefa, prometi não morrer até trazer todos de volta.

- Não prometa o que não pode cumprir.

- E quem disse que não vou? - Enquanto falo, fecho os punhos, olhando para eles, sorrindo. - Vamos logo...eles não gostam de esperar.

A partir de agora, morrer não é opção, desistir não será possível, então, vamos à luta.

- O que você é? - Pergunta aquela pessoa, caminhando ao meu lado.

- Acho que ainda vou descobrir... - Digo caminhando por aquela estrada, com o sentimento de ódio, juntamente com os sentimentos de todos que contam comigo, um peso muito grande.

Crônicas de Bruce.Onde histórias criam vida. Descubra agora