Crônicas de Bruce.

Cap.: 13

Isso parece uma doença, a cada momento que passa é uma situação diferente na minha vida, acho que já deveria ter acostumado, não importa para onde vá, ou em que situação esteja, sempre tem alguém que consegue me prender em ilusões, preciso arranjar um jeito de parar de cair nesse tipo de magia, e o único jeito é treinando, mas desta vez parece diferente, sinto meu corpo, diferente daquelas vezes, penso, sinto o calor que cerca o ambiente, e não enxergo um abismo, e sim uma luz, azul, que se torna vermelha ao longo do tempo.

- O que significa isso? Deveria ser uma brincadeira?

- Na verdade não, Bruce, isso é o que chamamos de o seu "eu" interior, você está sendo autorizado, podemos dizer assim, a permanecer neste mundo, já que o seu jeito de entrar aqui foi meramente diferente de todos, entramos com a imaginação humana, mas você entrou pela morte, no caso, sua alma está presa neste mundo em um corpo que não é seu, por isso receberá o seu próprio.

- Novo corpo? Espero que seja um bem grande sabe? Forte, alto, com magia bem poderosa...

Você é orgulhoso e se ilude facilmente, até parece que isso vai acontecer. Diz o que denominei Black, o anjo/demônio que vive dentro de mim.

- Orgulhoso, eu? Não sei de nada.

- Bem, você terá seu antigo corpo, aquele que você viu caído no chão, aterrorizante, não é? Ter visto aquele ser todo cheio de...sangue?

Ao ouvir essas palavras, minha mente entra em um transe infernal, incluindo todas as lembranças que tive até agora, junta com aquela em que me transformei em espírito, ou alma, apenas vendo a ilusão pela qual entrei, morri, desapareci, fiz perecer a todos que amo, que mesmo não conhecendo ainda mereciam viver mais que eu, mas fui...orgulhoso, egoísta, e agora irei carregar esse pecado em meu coração, em minha espada e arco.

Após alguns segundos, retorno para onde estava antes, mas agora estava em fluxo de despertar logo após dez horas de sono, sendo que ainda estava noturno lá fora, com um vento cortante, que assobiava em meio aquela floresta imensa, onde habitavam as mais terríveis e assombras criaturas que poderias imaginar, se bem que já foram imaginadas pelos humanos.

Você gora está em seu corpo natural, então deverá se preocupar com fadiga, cansaço, e a própria morte.

- Certo, essa parte já entendi. - Digo isso coçando os meus olhos levemente, dando uma bocejada de quem dormiu e queria mais. - Por que diabos eu estou em meu corpo humano, se eu podia ser bem mais poderoso como era antes? Viu o que ocorreu com o minotauro, nós fomos incríveis, aliás, eu fique na dúvida de algo, como raios troquei de arma tão rápido naquele momento?

Então você não sabe? Respondendo a primeira pergunta, se continuasse naquela fora, seu burro, você iria acumular energia suficiente para ser destruído, na forma humana a capacidade de energia és ilimitada, claro, dependendo do esforço físico e mental, mas em alma, você é destruído, nem sei como sobreviveu naquele momento. Enfim, estamos misturados aqui, já deve ter percebido pelo fato de existir várias raças de criaturas aqui, juntamente com magia, e um pouco da velhice medieval, fora isso existe tecnologia imbuída neste mundo, digo, quem é daqui se torna leigo nesse quesito, pois toda tecnologia imaginada pelo homem já foi criada, capaz de não existir nenhuma tecnologia neste reino, mas os outros devem ter. Caso olhes para seu pulso, vais ver dois braceletes, como já se transformou, eles ficarão aí, e todo caso, um ativa espada e outro arco, claro que seu treino é essencial...

Na maioria das vezes, eu possuo o chamado défice de atenção, parando de prestar atenção no que alguém está falando, acho isso bacana, as vezes. Nesse tempo que Black, preciso arranjar um nome para ele, está falando sem parar, conduzo meu corpo até o banheiro daquele lugar, com uma cara de sono, ao chegar lá, olho no espelho, percebendo que realmente era meu corpo, estava tudo lá, tudo com o tamanho exato de antes, exatamente...uma pena, queria que algumas coisas crescessem mais, tipo meus músculos e tals...mas, continuo minha higiene pessoal, indo até meu guarda-roupa, pegando a melhor vestimenta que tinha, uma calça preta, dos tempos antigos juntamente à uma camisa meio abarrotada, mas assim vai indo a vida até arranjar dinheiro suficiente para comprar coisas melhores.