Capítulo XXIII

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Callie Torres

- Como assim aonde eu estava, papai? Eu estava na escola, é lógico. - falei tentando soar o mais natural possível e dei de ombros.

Mas fiquei tensa quando meu pai riu e minha mãe cruzou os braços.

- Nós ligamos para escola e você não estava lá, você vai continuar mentindo?

O som duro na voz do meu pai me fez tremer.

- Callie, filha, diga a verdade. - mamãe disse chegando perto.

- Eu estou dizendo a verdade, eu não tenho culpa se eles não me viram lá! A professora Robbins estava vindo embora e ofereceu uma carona, eu aceitei, só pra não chegar mais tarde. Satisfeito? Se não tiver, vá amanhã na escola e busque saber! - Falei grosso e quase num tom mais alto, às vezes eu era a cópia de meu pai.

- O que acha de eu bater na porta da sua professora agora e saber se isso é verdade?

Quando meu pai disse, meu coração gelou.

- Carlos! - mamãe o repreendeu e isso me deu tempo de pensar.

Joguei minha mochila no sofá e olhei diretamente para ele.

- Se o senhor quiser ir e fazer esse papel ridículo, fique a vontade. Capaz de minha professora pedir para o senhor a procurar na escola, afinal, aqui ela é só a nossa vizinha, papai.

- Você está muito abusada comigo, não acha? - Ele quase gritou e deu dois passos para frente.

- Ok. - mamãe interviu. - Calliope suba para seu quarto, tome seu banho e adiante suas atividades, eu vou conversar com seu pai.

Eu só assenti e encarei papai uma última vez, ele não me olhava. Estava assim desde que me pegou com Penélope. Eu sentia falta do meu pai amoroso.

Subi as escadas tranquei a porta do quarto, me despi de toda a roupa e fui até o banheiro para tomar um belo banho quente, que pudesse relaxar meus músculos. Tendo feito isso, ainda no banheiro liguei para Arizona.

Ligação on

- Eu não posso falar agora. - ela quase sussurrou.

- Por quê? - perguntei desconfiada.

- Seu pai está aqui na minha sala e eu pegando água para ele.

- O quê? - me enrolei de qualquer forma na toalha e corri até a janela. - eu vou até aí!

- Não. - ela falou firme. - eu me viro aqui.

- Jura?

- Sim. Preciso desligar.

Ligação off.

O meu pai é muito sem noção.

Arizona Robbins

Isso era realmente estranho, estar sentada de frente ao pai da minha aluna que eu namoro escondido, e ele veio conversar comigo sobre ela. Depois dele beber a água, colocou o copo na pia e tossiu antes de falar.

- Novamente, professora Robbins. Me desculpe vir até aqui. - ele soava preocupado.

Eu sorri gentilmente.

- Não se desculpe, e me chame apenas de Arizona. Do que se trata o assunto? - perguntei receosa.

- O assunto é minha filha, Calliope.

Eu me mexi desconfortavelmente no sofá.

- Creio que isso é um assunto para tratarmos na escola, então. Certo?

Eu disse imponente e séria.

- Está certa, mas é só uma pergunta. - ele mexeu na camisa social. - eu preciso saber aonde ela estava hoje e eu vi vocês chegarem juntas. - meu coração veio na boca, Callie não mencionou isso na ligação. - Você sabe me dizer aonde ela estava?

Eu tossi.

- Sr. Torres, eu realmente não sei aonde sua filha poderia estar, eu apenas a vi na porta da escola quando eu estava vindo e ofereci uma carona. - um nó de formou na minha garganta por está mentindo desse jeito.- Exite algo que incomode o senhor?

Ele olhou para os lados.

- Posso confiar em você?

E mais uma vez senti um nó na minha garganta.

- Sim. - quase sussurrei.

Ele passou a mão pelo rosto e disse...

- Calliope se envolveu com a mais nova da família blake, eu acho que elas se gostam e mantém um relacionamento.

Meus olhos de arregalaram.

- A mais nova? Penélope? - ele assentiu. Meu estômago enjoou. - E o senhor acha o que a respeito disso?

- Eu acho errado.

- Mas o senhor sabe que isso sua filha quem tem que decidir, certo? É difícil entender. Mas é a opção que ela escolher. E mesmo que não seja a Penélope. - quase revirei os olhos. - pode ser uma outra mulher, mais bonita, mais interessante, inteligente, que saiba... - percebi que estava me empolgando quando ele me olhou confuso. - Enfim, se não for uma, será outra. - ele parecia pensar. - caberá o senhor respeitar e ter sua filha perto ou ser ogro e a afastar para sempre. Callie já vai fazer 18 anos, a relação de vocês está nas suas mãos, Senhor Torres. Como vai ser?

Ele ficou alguns segundos parado pensando e me encarou.

- Eu vou conversar com minha filha.

Eu sorri e coloquei a mão em seu joelho.

- O senhor fez uma excelente escolha.

Ele sorriu e se colocou de pé, eu também.

- Obrigada pelo conselho, Arizona. Eu vou tentar conversar com Callie e depois com Lúcia. - eu sorri. - se junte um dia conosco para jantar.

Eu tossi e sorri. Certamente, estava vermelha.

- Claro. Eu adoraria. Vamos marcar.

Sorrimos e eu o acompanhei até a porta  e antes de abrir ele disse.

- Posso pedir algo em especial?

- Claro. - sorri.

- Fique de olho em Calliope na escola. Não precisa me contar nada, só não a deixe se meter em burradas.

" Ah, se o senhor soubesse " pensei.

- Pode deixar. - pisquei.

- Obrigada, Arizona.

Nós nos despedimos e ele foi embora.

O observei atravessar a rua e entrar em casa. Fui até a janela e olhei em direção ao quarto de Callie e a mesma estava na janela e me olhou, eu fiz um sinal positivo e sorri, ela apenas me mandou um beijo e digitou algo no celular que logo chegou no meu.

"Obrigada por tudo."

Professora Robbins Onde histórias criam vida. Descubra agora