Capítulo IV

5.5K 389 190
                                    

Arizona Robbins

Eu vim para Seattle quando minha tia Miranda Bailey ligou dizendo que passaria a vaga dela para mim. Que vaga? De professora de literatura. Para isso ficar mais entendido vou voltar no tempo... Há 5 anos meu pai faleceu, eu tinha 23 anos e já estava quase acabando minha faculdade, minha família ficou bem abalada com a notícia e todos demos apoio a minha mãe, os meses foram passando e minha mãe se recuperando, eu me formei na faculdade, eu queria lecionar, eu amo lecionar, mas nunca tive uma oportunidade em escola alguma, comecei da algumas aulas particulares, em uma dessas aulas conheci Eliza que era tia de uma das minhas alunas, nós nos envolvemos e acabou que começamos um namoro, a situação em casa ficou difícil, minha mãe ficou doente, Tim, meu irmão, perdeu o emprego e a miséria que eu ganhava dando aulas particulares era o que sustentava a família, Eliza queria ajudar mas eu nunca permiti. Minha mãe logo se recuperou da doença, e tia Miranda começou a nós ajudar financeiramente, só que sabíamos que logo ela se aposentaria e deveria viver a vida dela, é o certo. Ano passado Tim conseguiu um bom emprego e nossa vida tem estado melhor, mamãe está feliz de novo e meu namoro com Eliza não poderia estar melhor.
Eliza é uma pessoa incrível, minha mãe não gosta muito dela pelo jeito que Eliza tem, já eu entendo o jeito dela, eu gosto demais dela, eu não posso dizer que é amor, talvez um dia ainda seja mas nesses 5 anos de namoro, eu acho que ainda não posso dizer que a amo. Ela tem estado dos meus lados em todos os momentos difíceis, tem sido calmaria para meu caos, mas tem momentos que eu preciso dela e ela simplesmente não está ali por mim. É complicado às vezes.
Bom, voltando, semana passada Tia Miranda ligou me oferecendo a vaga dela de professora, me explicou toda a dificuldade de trabalhar com adolescente, ainda mais em turmas de Último ano de escola, eu tenho 28 anos mas aparência de 17, segunda ela, eles teriam dificuldade para me respeitar, mas eu aceitei o desafio, ela disse que eu precisava vir morar em Seattle o que me deixou triste pois eu não teria como me sustentar, ela então disse que eu moraria em uma das casas delas, usaria um de  seus carros e me sustentaria com meu salário, eu topei na hora e vim para Seattle. Eu fiquei bem tranquila, já que Eliza mora aqui ficaria bem mais fácil.

No meu primeiro dia eu já lidei com desrespeito de alguns alunos, mas dois alunos me chamaram muito a atenção Alex Karev e Calliope Torres, Alex pelo idiota que ele se mostrou ser mas como professora não posso falar isso, e Calliope quando me defendeu chamou minha atenção positivamente, eu gostei dela. Espero que possamos ter uma boa relação durante o ano.

Meu primeiro dia na escola foi bem tranquilo, fiz a pose de durona como minha tia havia ensinado e consegui dar minha aula sem muitas interrupções, a noitinha eu fiz minha mudança para a casa que eu moraria e o quão surpresa fiquei quando dei de cara com Calliope Torres e Addison Montgomery. A jovem morena é minha vizinha de frente, algo naquela garota me chamou muito atenção tanto que ficamos nos encarando por alguns segundos até Eliza dizer no meu ouvido que eu estava quase babando pela menina, o que é um tremendo exagero mas como ela é ciumenta resolvi entrar já que hoje eu teria uma conversa difícil com Eliza.

E nesse momento a vejo voltar do que é o banheiro e sentar ao meu lado no sofá.

- Você trouxe praticamente seu quarto todo, Ari. - ela brincou e eu ri leve. - Você quer conversar comigo, né? - eu assenti - Desembucha.

Ela me puxou para o colo dela e eu não conseguia nem a encarar.

- Eu vou fazer 28 anos, você tem 30. - suspirei e ela me olhou confusa. - Eu quero saber o que você pensa sobre filhos, Liz. - suspirei.

- Eu não quero falar sobre isso. - ela disse e eu já soube ali qual era o pensamento dela.

Eu levantei do colo dela e fiquei de pé.

- Mas eu quero falar sobre isso, eu preciso falar sobre isso. Eu não posso mais namorar por namorar, eu quero um objetivo, um foco. - soltei o que me engasgava.

- Você quer terminar comigo? - Eliza sempre faz esse jogo de drama.

- Eu quero que você converse comigo sobre o futuro, Eliza, quero que mostre que se interessa em fazer planos comigo. Isso é tão difícil? - Perguntei chateada.

Ela levantou do sofá e se pois a minha frente.

- Arizona, eu não quero ter filhos. Eu até quero um futuro com você, fazer você a Sra Minnick, levar você pra conhecer o mundo. Mas eu não quero filhos.- ela soltou simplesmente.

Aquilo foi como um tiro no meu coração, eu sempre quis uma criança, um filho, um projeto de mim, e a pessoa que eu divido minha vida não quer isso.

- Você pode me deixar sozinha por essa noite? - soltei a pergunta quase chorando.

- Arizona, isso é sério?

- Eliza, por favor, amanhã jantamos juntas. Eu só quero reestabelecer algumas coisas.

Ela somente assentiu me encarando e foi em direção a porta eu a segui e ela selou nossos lábios, minhas lágrimas escorreram, foi exatamente ali que eu senti o início do fim.

Voltei para dentro, fui até o quarto, me enrolei na coberta e chorei até pegar no sono, eu tinha uma aula para dar ainda.

Professora Robbins Onde histórias criam vida. Descubra agora