Capítulo VIII

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Arizona Robbins

Eu não conseguia piscar, ou me mexer diante da obra de arte que é o corpo de Calliope, eu só preciso sair daqui, mas não consigo parar de olhar para ela, aonde eu estou me metendo, só posso estar maluca. Preciso fazer alguma coisa, não o que estou pensando porque seria muito errado.

Consigo manter meu olhar no olhar de Callie que sorria.

- Dá para você colocar uma roupa? - fui curta e grossa.

Ela riu, e se aproximou de mim, eu engoli a seco.

- Mas isso é uma roupa, se chama pijama, prof. - debochou e eu a encarei séria.

- Mas não são roupas para ficar na casa de uma amiga, ainda mais com visitas. São roupas para usar na sua casa, bebê! - ri levemente. Eu estava gostando de provocar Calliope, não sei explicar, mas estava gostando principalmente das partes provocativas.

Ao me ouvir a chamar de bebê ela sentou no sofá e me indicou o outro, eu sentei.

- Informações interessantes, querida professora - acabei por rir de seu deboche - Olha que sorriso lindo - fiquei vermelha, Callie é muito galanteadora e eu não sei lidar com elogios - não fique assim - ela riu do meu rosto vermelho.-  eu tô de pijama porque não tenho outra roupa para colocar, não era para eu estar com visitas e Addie já me viu até pelada, não vai se incomodar com pijama. - falou e riu.

Eu fiquei um pouco sem reação e me levantei.

- Eu vou embora, já deu minha hora, sabe?

- Espera! - ela se levantou apressada - e se ele colocou algo na bebida dela e ela passar mal, o que eu faço?

Eu precisava fazer alguma coisa para sair dali ou não ia prestar.

- Callie, se ela tivesse que passar mal, já teria passado, olha o tempo que estamos aqui, e se, por acaso, ela passar, você se vira. - falei e só então percebi o quão grossa eu fui.

- Por que você não fica? Aproveita e me conta um pouco mais de você.- ela disse esperançosa.

Eu respirei fundo, andei até ela, passei a mão no seu rosto e disse...

- Bebê, essa conversa não era nem para estar acontecendo, lembra? Daqui um dia vou te ver na sala de aula, anotando o que eu falo, e se acontecer alguma coisa entre a gente aqui, nós vamos nos prejudicar. Mas eu não te culpo, até porque eu também errei, não era nem para eu estar aqui, na casa de uma aluna que está bêbada no andar de cima e a outra está aqui flertando comigo. Eu sou só sua professora, esqueceu?

Eu sabia que estava rolando algo, não podia negar, mas eu precisava ser sincera com ela, me afastei de novo e ela ficou de pé.

- Nossa - riu sem graça. - Não esqueci, mas eu queria poder ser sua amiga, você é tão bonita e interessante, eu não sou nenhuma idiota sabe? Eu sei o quão errado é nossa situação atual, mas tudo bem, Ah e eu já vi muitos professores terem amizades com seus alunos fora da escola, por que você complica tanto?

Eu suspiro e me afasto mais. Por que ela não entende que entre a gente não seria só amizade se isso continuasse?

- Callie, já é tarde para discutirmos isso. - falei somente isso e me aproximei da porta.

- Sabe o que eu acho mais engraçado? Sua resistência a mim, prof.

Ela não ia parar, minha paciência estava acabando.

- Callie, olha o que você está fazendo, será que você não amadurece?

Ela me olhou boquiaberta.

- Acho melhor mesmo você ir embora, está tarde, pode ser perigoso. Desculpa pela forma que você veio parar aqui, se me der licença tenho que ir dormir.

Ela estava visivelmente chateada, mas eu não poderia fazer muita coisa.

- Claro - falei suave - te vejo segunda então, tome conta da Addison.

Ela apenas sorriu e acenou, eu entrei no carro e segui meu caminho. Eu sei que fui dura com ela, mas foi necessário.

Professora Robbins Onde histórias criam vida. Descubra agora