Arizona Robbins
Depois de falar com Callie no corredor, achei muito injusto da minha parte não a deixar se explicar, logo hoje que ela vai conhecer minha mãe como sogra oficialmente, então guardei minhas coisas e fui atrás dela. O que eu não esperava era ver ela dando um belo tapa na cara de Lauren. Não pude me omitir a situação, levei as duas para uma sala para conversar com elas.
Elas estavam paradas uma ao lado da outra, e eu finalmente cortei o silêncio.
- Eu posso saber o que aconteceu lá fora?
- Essa maluca me bateu! - Lauren esbravejou.
- Me chama de maluca de novo, Bosweel. Chama! - Callie quase gritou.
- CHEGA! - chamei atenção das duas para mim.- Quero saber o porquê da briga.
Callie respirou fundo e descruzou os braços.
- Essa pi... - a olhei brava e ela revirou os olhos. - A Lauren estava inventando mentiras sobre mim.
Lauren riu e eu a encarei.
- Mentira não, eu destorci a verdade. - piscou.
Fiquei sem entender. E fingi não ouvir Callie sussurrar "vaca"
- Como assim? - questionei.
- Ah, professorinha, é que elas só estavam comentando de quando foram pegas aos beijos e eu meio que dei a entender que foi hoje.
Lauren disse sorrindo no final, eu encarei Calliope que tinha uma de suas sobrancelhas erguidas para mim, engoli a seco. Chamei a atenção de Lauren e a pedi para sair da sala, agora é a hora. Só eu e Calliope. A encarei e respirei fundo.
- Callie, olha, eu...
- Você me acusou, Arizona! Você acreditou que eu tinha traído você!
- Eu vim atrás de você para conversarmos. - Disse me aproximando.
- Não precisaria se tivesse me ouvido quando fui até você. - ela foi rude.
Então, eu sentei. E respirei cansada.
- Poxa, Callie. Olha quantas coisas na minha cabeça, eu só não quis conversar. Mas eu vim até você, eu não fiquei com raiva. E nem te acusei.
Eu não a olhava, mas ouvi seu resmungo e logo a vi se abaixar na minha frente e nossos olhares se encontraram.
- Eu sei que tem coisas demais aqui - bateu o dedo levemente na minha cabeça e eu sorri. - Mas eu estou com você, eu não vou te deixar, não vou te trair. Está bem?
Meu sorriso era grande, Callie me traz paz.
- Está bem, meu amor. - beijei sua testa.
Ela riu e ficou de pé.
- Agora vai trabalhar, professora.
Eu bati continência, dei um selinho rápido nela e sai da sala com uma postura séria.
As aulas decorreram muito bem e depois fui para casa ficar com minha mãe e liberar tia Miranda.
Cheguei em casa, minha tia tinha feito almoço e estava cheiroso demais, logo ela foi embora dizendo que havia muitas coisas na escola para resolver, eu então subi, vi minha mãe que dormia então decidi tomar um banho, tomei e coloquei um short curtinho e uma blusa tomara que caia. Desci até até a cozinha e almocei. Voltei para o quarto de mamãe. Ela já estava acordada.
- Arizona. - sorriu.
A olhei confusa, ela estava estranha, abatida, um sorriso estranho. Mas resolvi deixar para lá.
- Oi, mamãe. O Tim me ligou, ele está quase chegando. - comentei e abri um largo sorriso.
- Isso vai ser bom. - disse feliz.- E minha nora?
Respirei fundo.
- Depois eu peço ela para vir aqui. Como a senhora se sente?
Ela tossiu um pouco.
- Cansada, eu estou cansada. - falou calmamente.
- Descanse, mamãe. - meus olhos estavam cheios de lágrimas.
- Arizona. - ela sorriu. - não fique assim, tudo que nasce, uma hora tem que morrer. - sorriu fraco e fechou os olhos dormindo logo em seguida.
Algumas horas se passaram e mamãe estava acordada porém fraca, Sr Torres disse que teríamos que a levar para o hospital hoje, eu não demorei a aceitar, Timothy chegou tem meia hora e está lá em cima com ela, eu estou tomando um café perdida em alguns pensamentos.
" - Mãe, eu vou cair, eu vou cair mamãe. - eu chorava com medo de andar sozinha de bicicleta com meus 6 anos.
Minha mãe sorriu e segurou minha mão.
- Filha, se você cair, eu vou estar aqui para te levantar. Para sempre. - beijou minha testa.
*
- Mãe, eu não vou enrolar, eu- eu- eu, ah droga, eu gosto de meninas mamãe. - eu era uma menina de 13 anos assustada.
Mas recebi de minha mãe seu sorriso e um abraço.
- Isso não diminui meu amor por você, eu vou te amar para sempre."
Sou tirada dos meus pensamentos pela campanhinha, limpo as lágrimas dos meus olhos, coloco a xícara na mesa e levanto para atender.
Abro a porta e encontro Calliope parada, do espaço para que ela entre, e assim que fecho a porta a abraço chorando.
- Shiii- ela alisava meus cabelos. - fica calma, meu amor. Fica calma.
Depois de alguns segundos, eu me afastei.
- Eu não posso perder minha mãe, Calliope.
Ela tinha uma expressão preocupada e alisou meu rosto.
- Não pensa nisso agora. Não pensa. - me deu um selinho. - Lava o rosto e vamos até lá, vê-la.
E assim, eu fiz, lavei o rosto, arrumei os cabelos e voltei até Calliope, nós subimos. Chegando lá, minha mãe estava aninhada aos braços de Timothy e, pelo que conheço, ele estava segurando as lágrimas.
- Callie. - minha mãe disse sorrindo.
- Sra Robbins.
- Ah, por favor, me chame de Bárbara somente. - minha mãe tossiu. Callie riu e assentiu.
- Tudo bem, Timothy? - Callie perguntou.
- Sim, e você?. - Callie Assentiu.
- Mamãe, eu quero te apresentar a minha namorada, Calliope Torres. - falei sorrindo.
Minha mãe virou para Callie e a chamou para perto.
- Estou realmente feliz por isso, cuida da minha menina, Callie. Você me promete?
- Eu prometo. - Callie respondeu com lágrimas nos olhos. E as minhas já escorriam.
Minha mãe assentiu e se arrumou na cama.
Callie veio para o meu lado. Minha mae tossiu e começou a falar.
- Timothy, se mude para a cidade, venha ficar perto da sua irmã, sejam uma unidade, se protejam e se amem. Você é um grande homem, filho, e pode conquistar o mundo todo. - sorriu. - Arizona, minha filha, eu tenho muito orgulho da mulher que você é, tenho orgulho de tudo que você fez por nós. Cuide de Callie, faça dela sua esposa e cuide de sua família como cuidou de mim. - a voz de mamãe já era fraca.- Eu descobri esse tumor pouco tempo depois da morte do pai de vocês, eu não quis tratar, estou indo me encontrar com ele. - sorriu fraco e fechou os olhos. - eu amei vocês em vida, vou amar pra sempre.
Timothy estava estático, Calliope segurou minha mão, e eu comecei a chorar em desespero.
Era isso, fim, eu perdi minha mãe, dentro da minha casa, na minha frente. Que vida.
- Amor, vem cá.
Callie me levou para o corredor e me abraçou, eu precisava dela mais do que nunca.
Eu estou em pedaços.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Professora Robbins
FanfictionO que fazer quando você se apaixona perdidamente pela professora nova?