Duelo de corações

Capítulo dezessete - Quero você

     A viagem de volta para casa foi muito interessante. Principalmente porque fiquei o tempo todo no colo de Andrew. Mas não posso negar que por alguns segundos, eu pensei em Dean. E quando volto para casa, eu ligo para ele. É muito estranho eu sentir saudades de alguém que acabei de conhecer?
    Infelizmente, ele não atende. E eu não insisto. Espero que não esteja bravo comigo. Também espero que não esteja com Elena. Mas o que importa? Eu estou complicando ainda mais as coisas por insistir nos dois. Porquê tem que ser tão difícil tomar uma decisão? E eu pensava que era fácil!
    Sento na cozinha e como os biscoitos da minha tia. Não conheço ninguém que cozinhe melhor do que ela, nem mesmo minha mãe. Parece que ela nasceu para isso.
    — Sua tarde foi muito boa, pelos vistos! — Ela diz.
    — Sim.
    — Então, esse é o procurador? Ele é um gato. Parece aqueles atores de cinema.
    Rio. — Ele me pediu em namoro.
    — E aposto que você não aceitou, por isso está com essa cara. — Ela tira a loiça da máquina.
    — Conheço ele há duas semanas apenas. Como posso namorar com ele? E também porque gosto do Dean também.
    — Você precisa resolver isso, Avery. Sabe, não é?
    — Sei, mas é tão difícil! Eles são homens incríveis. Porquê isso está acontecendo comigo? — Como mais um biscoito.
    — Um dia vai ter a certeza. Só precisa saber quem faz o seu coração bater de um jeito louco. Você vai saber.
    — Espero que sim. — Levanto. — Eu vou para o meu quarto.
    — Pensa com calma e com muito cuidado. Tomar decisões precipitadas não é nada bom.
    Sorrio para ela e vou para o meu quarto. Deito na cama e olho para o teto pensando em como resolver o meu problema. Cada dia que passa só se torna mais complicado.
    Espero conseguir resolver antes que seja tarde demais.

     Na manhã seguinte, estou no meu café habitual fazendo um pedido. Estou usando uma calça social justa azul escura, uma camisa branca transparente, um blazer cinza claro e botas pretas com detalhes em dourado, com um coque alto e maquiagem leve.
    Recebo o meu café para levar e quando me viro, bato contra alguém. Por pouco perco o meu café. Olho para cima e encontro olhos castanhos quentes. Meu coração acelera em uma questão de segundos.
     Olho para a sua farda de policial e quase desmaio em seus braços fortes. Tenho vontade de tocar cada parte... céus! Esse homem não existe mesmo. E para melhorar, seu cabelo está um pouco despenteado, de um jeito bem sexy. Quem não ia gostar de ter essa visão todos os dias?
    Nem consigo dizer nada quando ele me leva para fora do café e toca a minha cintura. Ele já é muito quente, então essa farda de policial não está ajudando nada.
    — A gente precisa conversar.
    — Bom dia, Dean!
    — Desculpa! Mas a gente precisa conversar. — Ele está sério.
    — Eu liguei para você ontem.
    — Sério? Eu não encontrei nenhuma ligação perdida.
    — Está dizendo que sou mentirosa?
    — Não! Mas... — Ele pára. — Não acredito!
    — O que foi?
    — Nada. Eu acredito em você. Podemos nos ver depois?
    — Não tem trabalho depois?
    — Não. Posso buscá-la.
    — Porquê não nos encontramos em um lugar...
    — Tudo bem. Eu te dou o endereço do meu apartamento. — Ele suspira e me aproxima mais dele. — Está brava comigo, baby?
    — Não! Claro que não.
    — Ainda bem. Depois a gente conversa, eu estou com pressa. — Ele beija a minha bochecha e entra no café novamente. Aconteceu tudo tão rápido!
    Eu me recomponho e vou para a Paradise. Mais uma vez, me encontro com Natalie e subimos juntas no elevador. Estou ciente que ela não me suporta porque deve ter uma paixão por Andrew. Mas não devo pensar muito nisso, só tenho que trabalhar.
    — Então, como foi o final de semana?
    — Normal. E o seu?
    — Interessante. Eu vi você ontem.
    Olho para ela. — Deve ter sido outra pessoa.
    — Não! Era mesmo você. Estava beijando o Doutor Bianchi perto da Starbucks. Estou enganada? — Olha para mim com ódio.
    — E se estivesse? A minha vida pessoal não lhe diz respeito!
    — Você não imagina por onde está se metendo. — Ela diz e as portas do elevador se abrem nesse momento. Então, uma coisa vem na minha cabeça. Natalie já teve um caso com Andrew. O que mais poderia ser?
    Saio do elevador e entro no gabinete jurídico com cara de quem comeu e não gostou. Sei que Andrew disse para não me preocupar com as outras mulheres, mas eu simplesmente não consigo. Como posso não me preocupar?
     Jake vem até mim e me ajuda a sentar. — O que foi? Viu fantasma, Ave?
    — Era preferível! — Digo. — Depois eu te conto.
    — Tudo bem.
    Bebo o meu café e começo o trabalho. Mas não estou completamente focada. Não quero que minha vida sentimental atinja minha vida profissional, senão as consequências não serão vantajosas.