Estava muito sem graça com tudo isso, com a briga e com Vinicius dando em cima de mim sem parar.
Continuei limpando os seus ferimentos, ignorando o que ele havia dito, quando senti seus lábios nos meus, não tive reação imediata mas quando senti ele forçar a sua lÃngua a entrar na minha boca, o empurrei e levantei na cama.
— Você é louco?— passei a mão na minha boca.
— Foi mal— disse, mas eu senti o deboche no seu tom de voz
— Não foi mal, foi péssimo!— caralho eu tava nervosa, ao mesmo tempo que queria dizer umas poucas e boas pra esse muleque, estava com medo que alguém entrasse no quarto, sei lá— olha eu sei que o que o Pedro fez não foi legal, eu pedi desculpa em nome dele, mas eu acabei de explicar que não iria rolar nada, que ele é meu namorado e mesmo que não fosse, você me beijou sem o meu consentimento, isso é ridÃculo.
— Calma, não é pra tanto— se levantou da cama fazendo uma careta de dor—foi só um beijo.
—Só um beijo?— esse garoto tá brincando comigo?— primeiramente isso foi uma baita falta de respeito comigo, que não te dei confiança, segundo, que eu tenho NAMORADO.
— Tá bom, você tá certa, só achei que pudesse rolar algo, você foi tão legal comigo, achei que tava dando mole talvez, sorrin...
— Não confunde simpatia com dar mole— o cortei— que porra, achei que pudéssemos nos tornar amigos, mas você é um grande imbecil- joguei as coisas dos curativos em cima da cama— acho que você consegue terminar de limpar os ferimentos sozinho, o principal que é o remédio pra dor, você já tomou, então tchau.
Saà de lá rapidamente, ele não disse mais nada e também não tentou me impedir de sair do quarto, ainda bem, porque se não já iria sair daqui direto pra uma delegacia.
Não sei explicar o que estou sentindo, odeio homem que acha, que só por uma mulher estar sendo simpática, significa que ela está dando mole e ele pode fazer o que bem entende. No caso dele é ainda pior, pois eu tinha afirmado que não estava interessada, que tinha namorado e tudo mais, mesmo isso sendo o de menos, ter namorado não tem que ser uma escapatória para uma mulher fugir do assedio, os homens precisam entender que não é não!
Desço as escadas pensando no Pedro, será que realmente pareceu que eu estava dando mole para o Vinicius, balanço a minha cabeça, querendo não pensar nisso, pois mesmo se tivesse parecido o certo era ele me chamar numa boa pra conversar, e não do jeito que chegou, me puxando.
Chegando no andar de baixo vi que a festa continuava, estava até mais animada agora, por incrÃvel que pareça, procurei a Lúcia com o olhar e vi que ela estava na cozinha.
— Oi, como a senhora está?— falei me apoiando na enorme ilha da cozinha, ficando de frente para ela.
— Oi meu amor, eu estou bem, o Pedro veio se desculpar por ter brigado com aquele garoto— negou com a cabeça— não sei mais o que fazer com esses meus filhos, são muito impulsivos— mesmo tentando demonstrar estar bem, eu percebi bem seu olhar triste e angustiado, não se preocupa tia, eu sei o que fazer com o seu filho.
— Me desculpa pelo que aconteceu, quase estragamos a festa que você organizou com muito carinho— Fui sincera, já que eu meio que fui o pivô da briga.
— Você não me deve desculpas, que isso? você não tem culpa de nada, o Pedro é que anda muito estressado e o garoto o provocou bastante pelo que eu ouvi dos meninos.
Conversamos mais um pouco pois ela disse que já estava de saÃda, ela e o marido iriam passar a noite em um hotel, por causa do barulho da festa e pelo que eu entendi o Jorge já estava meio bêbado querendo dormir sossegado.
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Obra do destino
Teen FictionQuando as coisas estão destinadas a acontecer, não importa mais nada, não importam nossos pensamentos, nossas atitudes, nossas mudanças, o tempo que passe, no fim, o destino se concretiza, então por que tentar enganar o destino? Pedro Henrique e Ma...