Obra do destino

7°

Mariana Rosati

O restante da festa está sendo mais calmo e harmonioso, hoje resolvi realmente não beber, decidi não ir pra piscina porque tava esfriando demais com a madrugada chegando.

Já faz um tempo que eu percebi que o Pedro parou de beber, estranhei, afinal esse menino parece um viciado, não pode ver uma cachaça, mas obviamente eu não iria reclamar. Depois da nossa quase briga ele tá muito amorzinho.

Vim atrás da Luanda pra conversar, precisava dizer pra alguém o que tinha rolado lá em cima com o Vinicius, não estou com coragem de contar para o Pedro, estávamos tão bem, não queria estragar isso, porque com total certeza se ele soubesse a festa ia acabar, e iria rolar uma baita briga aqui.

— Onde você tava garota?— perguntei quando nos esbarramos na entrada da cozinha, já tinha vindo aqui procura-lá

— Ai amiga, nem queira saber— pela sua cara entendi— aí cara desculpa, mas é que a carne é fraca demais.

— Você faz o que bem entende, mas depois eu não vou te ajudar a ficar fugindo do Felipe, inclusive você sabe que eu shippo— Luanda e Felipe, era uma longa historia, eles se gostavam mas não admitiam, não queriam compromisso, e pelo que eu ando percebendo sentem bastante ciúmes um do outro.

— Não vou me iludir de novo com ele mas porra, ele tem uma pegada do caralho— eu ri, putz não posso nem dar opinião shippo mesmo esse casal, foda-se— mas sei que vai dar merda se eu deixar acontecer, então vou deixar do jeito que está— eles poderiam ser um baita casalzão, mas a minha amiga é um pouquinho possessiva e o Felipe totalmente espirito livre, mas é uma questão de tempo, agora ele também está provando do próprio veneno, dizia que ela era emocionada porque se incomodava com as garotas que ele ficava sem que eles estivessem nada, mas agora está sentindo na pele como é doloroso estar apaixonado por alguém e a pessoa cagar para isso, o ciúmes dele em relação a ela está bem mais perceptível, algo que ele fazia de tudo para esconder ele agora simplesmente não se importa. 

— Tenho que te contar algo— resolvi não questiona-lá e contar logo o que aconteceu, olhei para os lados, para ter certeza que estávamos sozinhas e ela me encarou com atenção— o Vinicius me roubou um beijo

— Mano do céu, tá falando serio?— assenti— que babaca, o Pedro já sabe?

— Não e também não quero contar, sei lá, eu não traí ninguém, ele me pegou de surpresa e eu já disse tudo o que tinha pra falar com ele— ela ergueu as sobrancelhas para mim

— Sério isso? se você veio aqui para saber a minha opinião, pra mim isso esta errado, se eu namorasse alguém e acontecesse algo assim, eu gostaria de saber.

— Ai eu sei, é que nós estamos tão bem, ele está se abrindo honestamente pela primeira vez a respeito de nós por causa da confusão mas não é por isso que eu vou estragar o resto do aniversario dele, sem contar que ele é esquentando e paranoico, se eu contar ele vai achar que de alguma forma a culpa foi minha, e nós vamos brigar— eu só queria que ficasse tudo bem.

— Quem é você? cadê a Mariana? pelo amor de Deus amiga, você é sempre tão sensata, se ele achar que a culpa é sua, ele vai estar sendo um grande babaca, agora se eu conheço bem o Pedro ele vai ficar bravo mesmo é com o fato de você não ter contado pra ele na hora.

— Deveria ter contado o que pro Pedro— Felipe chegou do nada nos fazendo pegar um baita susto

— Porra não chega assim não— Luanda falou com a mão no peito.