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                   Mariana Rosati
                                             
                                           2 anos antes

                                      Domingo, 19:23 

Hoje logo pela manhã recebi uma mensagem do Pedro, pra ir jantar na casa dele, que é no mesmo condomínio que a minha mais especificamente na mesma rua.

Mentalmente, disse a mim mesma que não iria cobrar o fato de ele ter me dito, que viria ainda ontem falar com meu pai sobre o pedido de namoro de uma semana atrás, até porque ao mesmo tempo que eu queria que ele viesse o quanto antes, eu também queria que ele esquecesse o pedido, porque eu realmente acho que não foi feito de coração.

Ciúmes, ele é ciumento e não aguenta ver ninguém comigo, quando disse que o João é meu amigo é porque ele é meu amigo real. há uma semana estávamos todos em uma festa na casa de um amigo em comum e eu tava pra todos os efeitos com o Pedro na festa mas do nada me aparece uma menina se jogando em cima dele e eu sou de boas, mas também não sou de ferro, e fiquei chateada com a situação, principalmente com o fato de ele não dar um chega pra lá nela.

Me afastei deles e fui pegar uma bebida, lá encontrei o João de olho em um menino dessa vez, com um sorrisinho cafajeste nos lábios.

Quando ele me viu e percebeu a minha cara, veio logo saber o que tinha acontecido, contei tudo e ele riu da situação, não entendi, não sou palhaça.

Logo depois ele foi brincar com uma galera de verdade ou desafio, mas eu fiquei de fora só olhando, até que um menino desafiou ele no jogo, e mesmo eu não estando na brincadeira ouvi meu nome.

— O que foi ?— perguntei confusa

— O que eu não faço pra ser o melhor em um jogo e provocar o Pedro?— João suspirou e me puxou pra um selinho demorado.

Depois disso eu só vi a confusão se formando, o João caindo na piscina e um empurra-empurra ao meu redor, logo em seguida fui puxada e pelo perfume sabia bem quem era.

Pedro brigou com Deus e o mundo em pouquíssimo tempo, então resolvi ir embora sozinha, depois que cheguei em casa, tomei um banho e já que estava anoitecendo, resolvi ir na praça do condomínio tomar um ar, de repente ele apareceu com uma caixinha com uma pulseira dentro me pedindo em namoro, o problema é que foi somente uma hora depois da confusão toda, o pior foi que eu aceitei.

Agora eu estava aqui, com a minha mãe falando que com certeza meu pai iria me deixar namorar, e que se ele não deixasse era pra mim namorar do mesmo jeito.

— Mas enfim, eai ?— dona Glauce agora estava com um olhar safado.

— Eai o que?— olhei estranho pra ela.

— Não se faz de besta, ontem a gente foi no salão e eu sei que você fez a depilação completa— afirmou rindo e eu também ri— filha achei que fosse me contar antes né, a gente sempre fala sobre isso.

— Mãe eu só testei a completa, sofro a bessa fazendo algumas partes, resolvi sofrer de uma vez fazendo tudo— respondi simples, o nível de intimidade que eu tenho com a minha mãe é enorme e eu sinceramente gosto muito disso, ela é assim, fala de tudo com a gente e pra ela temos tem que aprender as coisas em casa e não na rua, tá certa.

— Hum, vou fingir que acredito dona Mariana— falou em tom de deboche mas sabia que acreditava em mim, em seguida foi saindo do meu quarto, antes verificando se estava tudo em ordem, ela tem mania de limpeza, eu também
gosto de tudo organizado.

(...)

Quando a noite caiu, eu fui tomar um banho, me arrumei simples e fui pra casa do Pedro. Assim que cheguei na casa dele, toquei a campainha e como não obtive resposta abri a porta e entrei, não tinha ninguém pela casa, o que me deixou confusa, quando não senti cheiro de comida já fiquei logo preocupada, e o medo de ser uma mentira dele pra eu vir até aqui já me deixou meio puta. quando percebi que realmente não tinha ninguém na parte de baixo da mansão, subi as escadas diretamente para o quarto dele.

— Por que me chamou pra jantar se não tem um jantar?— perguntei entrando no quarto e vendo ele jogado na cama mexendo no celular, me aproximei.

— É claro que tem um jantar— sorriu sapeca—  você é o jantar— largou o celular e eu fui pra mais perto na cama.

— Você sabe que eu não comi nada pra vir pra cá, tô com fome— falei cruzando os braços e ele riu— ah já ia esquecendo querido, não precisa mais ir falar com o meu pai— falei sentando de costas pra ele na cama, é eu não aguentei, tinha que falar.

— Por que não? eu te pedi em namoro e você aceitou e a gente tem que falar com teu pai logo, até porque eu não quero mais frescura pro meu lado, ele não vai poder ficar te prendendo pra sempre— falou se sentando na cama também.

— E porque já não foi? pra falar a verdade acho que não deveria ter aceitado, você deu um surto comigo porque eu dei um selinho no João de brincadeira, brigou, empurrou e quase bateu nele, sendo que eu e você só estávamos ficando— joguei na cara— depois que a crise de ciúmes passou você me pediu em namoro, se é que ela tinha passado— ele ia tentar se defender mais eu fui mais rápida— só fez isso pra eu não ficar com mais ninguém, te conheço Pedro e você é bem egoísta.

— Já acabou? eu fiquei puto sim, foda- se a brincadeira, tu é minha caralho e sempre vai ser, já tinha falado pra ti não ficar com mais ninguém e tu ficou, eu sei que não sou de demonstrar sentimentos mas tu sabe que eu te curto— falou quase gritando comigo, ele se estressa fácil sempre, isso que é o foda, é horrível conversar com gente assim— não aguento mais essa parada de ficar de vez em quando e ainda escondido— falou agora mais baixo.

— Não gosto quando fala assim comigo, eu não fiz nada de errado, nunca te cobrei nada por ficar até com as "amigas que eu tinha"— falei uma verdade olhando em seus olhos, eu merecia uma explicação pra isso, afinal, ele tinha varias garotas pra ficar mais resolvia ficar justo com umas "amigas" minhas

— Ok, você quer que eu conte? então beleza. Eu sei que sou babaca, mas aquelas duas vagabundas que você considerava amigas, faziam a minha caveira pra você, eu vi e ouvi varias vezes e então chamei elas pra conversar, pedir pra pararem e elas simplesmente pediram pra fazer um ménage e só pra constar, eu não aceitei. ok? no outro dia, a Dane me beijou e eu sou homem né, continuei o beijo e a Cássia tirou a foto e mandou pra você, foi isso— tentou justificar a babaquice.

— Eu sou homem? jura? esse é o pior argumento que tem, alias não é um argumento. Para de ser escroto! beijou ela porque teve vontade, simples. Só que poderia ter tido respeito por mim, por eu considera-las minhas amigas— falei irritada— mas tudo bem, só esquece beleza não tô afim de me estressar.

— Tá, eu só quero que a gente fique junto logo, não aguento mais ver um monte de moleque na tua cola que acha que tu é solteira— falou se deitando novamente na cama.

— Eu realmente não sei se é uma boa ideia a gente ficar junto de vez— neguei com a cabeça

— Caralho Mariana para de cu doce! eu gosto de você, você gosta de mim!? por que a gente não é um casal a muito tempo?— falou irritado

Dei um longo suspiro pensando se finalmente contaria o que realmente me incomoda no nosso relacionamento desde sempre.

— Pedro só que eu saiba, você já transa desde os quatorze, fora o que eu não sei e eu, bom, eu ainda sou virgem com dezessete— falei com a cabeça meio baixa— se a gente namorasse desde a primeira vez que a gente ficou, imagina quantos chifres eu ia tá carregando na cabeça? você não ia se segurar e acho que nem iria te julgar. Mas eu não quero sofrer por isso, não quero ter um relacionamento onde eu fico só com você e você fica com todas, não rola pra mim— expliquei logo, a verdade é que eu realmente não queria ser corna, gosto dele de verdade então sofreria muito com uma traição. 

— Não tô pedindo isso— puxou as minhas pernas para ficar sentada em seu colo, levantou meu rosto para eu encará-lo— eu quero ficar com você de verdade, não vou te trair, não quero mais ser um babaca com você, se tenho que esperar, por mim tudo bem eu aguento a punheta por você— ri fraco— mas também não precisa judiar de mim, você adora me provocar — falou apertando as minhas coxas.

E me puxando para um beijo de molhar qualquer calcinha e eu me derreti toda como sempre. E foi quando ele desceu o beijo pro meu pescoço e começou a passar a mão na minha coxa, subindo o meu vestido, percebi que definitivamente ele não tinha me chamado para jantar.

Obra do destino Onde histórias criam vida. Descubra agora