Terceiro Dia

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Nem me lembrava em que estado eu havia terminado minha noite,nem me lembrava de ter desamarrado Alexandre da cama,nem me lembrava como havia vindo parar em minha cama,apenas me lembrava em me desmanchar sobre seu corpo,logo após a sétima cavalgada da noite,eu estava tão faminta, tão frustrada e com tanto tesão.

A manhã havia começado bela,com um sol radiante mesmo o dia estando frio e misterioso como meu humor dinâmico.

Me levantei nua enquanto caminhava até meu gracioso banheiro, tomando um banho relaxante e gostoso,logo após me dirigindo ao closet enquanto maquinava meu dia,um dia de uma longa sexta-feira provavelmente estressante,mas realmente não me importava pois assim que eu chegasse em casa eu teria meu lindo garotinho para me relaxar.

Já vestida para o trabalho desci as escadas indo para cozinha ficando surpresa em encontrar Alexandre muito bem vestido nela enquanto terminava de preparar meu café.

-- bom dia minha senhora _ me saudou ele docemente _ desculpe invadir sua casa,sei que não devia mas eu precisava lhe pedir permissão.

Meu bom humor dava espaço para minha costumeira arrogância amarga, afinal,todos eles queriam alguma coisa no final .

-- deixo passar desta vez _ digo de uma forma um tanto grosseira quanto irritada,já mentalmente preparando minha carteira para seu tal pedido _ o que você precisa?

-- gostaria de saber se posso sair hoje _ começou ele timidamente pedindo _ eu gostaria de ir ao meu médico, tenho que fazer exames todos os meses de minha saúde minha senhora.

-- ah _ declarei um tanto chocada quanto constrangida,o que havia de errado com ele afinal? Por que ele tinha de ser tão perfeito? Ou tão frustrante _ claro,se é um assunto de sua saúde,mas me diga,onde está Anya?

-- me desculpe senhora _ disse ele um pouco envergonhado _ ela precisou buscar algumas coisas, não me informou o que era mas me pediu para lhe avisar, que a senhora saberia do que se trata.

Droga,mil vezes droga,sim eu sabia o que era,eu sabia quem eram….meus pais.

Eu havia me esquecido completamente da chegada deles para meu aniversário,e agora?

O que eu diria de Alexandre? Não precisaria explicar o por que de ele estar aqui,mas sim quem era ele.

-- pode me chamar de Clarke _ digo em um ato quase involuntário,eu precisava que ele agisse normalmente _ meus pais chegam hoje, preciso que você seja normal comigo,me trate de forma comum, quando estivemos no quarto negro o assunto será outro.

-- tudo bem Clarke _ disse ele timidamente _ posso dizer que sou o rapaz da jardinagem,assim evitamos perguntas desnecessárias.

-- não _ digo bruscamente o deixando surpreso _ direi que você é meu namorado, preciso da sua companheira em alguns eventos, não poderei dizer que o rapaz que cuida de meu jardim está me acompanhando nas festas, não se preocupe com isso, pedirei a Anya que lhe ajude a se preparar para isso.

Enquanto a meus pais,eu cuido deles,só se comporte,haja normalmente,como um namorado faria.

-- mas _ começou ele com receio _ como faço isso? Eu teria de ter intimidade com você, isso seria contrário ao meu verdadeiro papel.

-- seu papel é aquele que eu determino _ respondo sem paciência alguma,meu humor oficialmente havia descido pelo ralo _ já disse que Anya irá lhe ajudar com isso, não se preocupe com mais nada além de fazer o seu papel.

Alexandre não pareceu se ofender com minha grosseria,e aquilo me incomodou profundamente pois ou ele cumpria muito bem seu papel de garoto de programa ou eu não estava cumprido o meu de mulher independente que estava se divertindo com o seu novo objeto,mas apesar de sua pose tranquila e serena seu olhar era diferente, havia um certo medo ali e o pensamento de que alguém algum dia o havia maltratado ou machucado piorou meu humor explosivo,eu queria algumas cabeças rolando e muito sangue para aplacar sua dor e medo,e isso era completamente patético vindo de mim pois ele era apenas um OBJETO e nada mais do que isso.

-- você me tratará por Clarke na presença de outras pessoas,me tratará de forma íntima como um bom namorado faria _ continue sendo uma babaca ,uma garotinha perversa e mimada _ quando estivermos no quarto me tratará apenas por Mammy, você parece um bebezão e ficar me chamando de senhora não me agrada, quero testar coisas novas e talvez algumas recompensas novas também.

Não esperei por uma resposta, não me interessava o que ele pensava,me servi de meu café da manhã enquanto ignorava sua presença ali,como se ele não passasse de um mero enfeite em minha moderna cozinha,um enfeite gostoso e cheiroso pra cacete,que andava e sentia,que era um simples ser humano com necessidades e carências,resolvi ignorar meu cérebro também.

Quase tive um treco quando de repente ele me abraçou descansando seu queixo sobre meu ombro,era uma sensação deliciosa de conforto e segurança, quando pensei em questionar o que porra ele estava fazendo,pude notar três figuras paradas na entrada da cozinha.

Uma Anya risonha,uma dona Abby abobalhada e um Jake um tanto quanto furioso,meus pais e minha melhor e única amiga assistiam ao meu teatro enquanto eu me sentia corar feito uma criancinha que é pega roubando bolachas do pote quando a mamãe disse que não era para comer.

-- mamãe? Papai ? _ exclamei como uma demente enquanto involuntariamente minhas mãos corriam pelos fortes e quentes braços em minha cintura,pude sentir Alexandre extremecer atrás de mim e só então me lembrei de sua presença _ Anya,por que não me chamou para ir junto?

Logo me afastei de Alexandre enquanto me aproximava de meus pais em choque e uma amiga que eu trataria de matar e me livrar do corpo depois, abracei meus pais com força e saudade enquanto tentava desviar a atenção dos dois do homem que me abraçava tão intimamente em minha cozinha há alguns segundos atrás.

Não demorou muito para que mamãe e papai retribuissem meu abraço caloroso enquanto disfarçadamente eu fazia sinais para que Anya se livrasse disfarçadamente de meu objeto parado no meio da cozinha com uma expressão de quem não sabia o que fazer.

Anya logo riu ao entender o nosso (meu) desespero,ela foi se aproximando de Alexandre enquanto ia cochichando coisas que aos poucos foram o convencendo a sair de mansinho.

Respirei aliava ao me dar conta que apenas eu e meus pais havíamos sobrado ali.

Désir Sombre (Clexa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora