Segunda Semana.

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Minha segunda semana estava mais tranquila,meus pais havia ido embora, não antes de fazerem uma festa imensa onde meu "namorado" serviu de atração principal, enquanto velhas alfas ricas e taradas o cobiçavam entre homens também, que não sabiam disfarçar seus interesses sobre ele, Alexandre se portou impecavelmente bem,sempre ao meu lado,como um verdadeiro namorado amoroso e dedicado,sempre quieto e simpático com seu sorriso gentil e seu jeitinho de cachorrinho sem dono de sempre.

Como presente de aniversário,ele não dormiu no sofá de meu quarto aquela noite,ao invés disso ele apenas me deu o melhor oral da minha vida logo se retirando de meu quarto dizendo que me daria espaço para curtir minha noite.

De manhã o encontrei dormindo no quintal bem em baixo do grande Salgueiro,aquilo cortou meu coração,o ver ali como um cachorrinho abandonado dormindo ao relento mas não o questionei pois havia quartos vazios onde ele poderia ter passado a noite confortavelmente, comecei a pensar então que tudo aquilo,todo aquele jeito carente e triste dele pudesse ser uma jogada,uma forma de me manter presa a ele com dó de o deixar desamparo,talvez ele estivesse tentando roubar meu controle e aquilo me deixou furiosa.

Durante o restante da semana eu o evitei, ignorei completamente sua existência e comecei a ficar entediada com sua presença,como eu havia pedido, Anya o ensinava as coisas básicas de uma educação comum para um ser humano conviver na sociedade,apesar que aquilo não faria diferença para um objeto como ele.

De dia eu administrava minha empresa destemidamente e de noite eu recorria ao The grounders para aliviar o estresse do dia, Mary estranhou minha presença ali por vários dias sendo que eu havia levado meu brinquedo para casa, Raven ficou surpresa ao meu ver ir para o quarto negro todas as noites com uma vítima diferente.

Anya me azucrinava todas as noites quando eu retornava de minhas aventuras,me dizendo que eu estava perdendo minha postura e sanidade enquanto deixava o homem dos sonhos completamente abandonado em casa,e eu? Eu praticamente mandava ela ir catar coquinho na descida e me deixar em paz.

Em algumas noites eu fazia breves visitas ao quarto de Alexandre enquanto o fazia desfilar em minha frente apenas com uma coleira e seu cinto de castidade, basicamente eu humilhava sua masculinidade e sua dignidade,se é que ele tinha alguma,mas parei minhas visitas quando em uma determinada noite tive a impressão de o ver chorar disfarçadamente.

Me encolhi e escondi dentro de mim a pose de mulher de negócios perfeita e soberana,me portando cada dia mais como um alfa cruel e arrogante,me tornando aquilo que eu odiava com um rapaz doce e gentil,cujo o qual eu havia pago uma pequena fortuna para o humilhar com minhas habilidades de ser idiota.

Alexandre por outro lado, não parecia incomodado com nada,sua existência pacífica e tranquila cada dia me irritava mais,eu não suportava mais nem a ideia de olhar em sua cara.

Passei a ignorar completamente sua existência, não o procurando mais, não o fazendo se humilhar mais, não pensando nele mais.

Os dias foram se passando rápido,até que me vi presa em casa com a chegada do final de semana, tédio era meu único sentimento e as frustrações voltavam a me tomar completamente.

O auge de minha irritação frustante foi ter um sonho perturbador com meu objeto já quase totalmente esquecido,no sonho Alexandre me tomava em seus braços enquanto sorria abertamente com seus lábios macios grudados aos meus,uma alegria imensa e uma satisfação apavorante tomavam meu peito,era uma felicidade quase sufocante,eu não conseguia respirar, Alexandre dizia palavras doces e suaves, beijando docemente meu rosto enquanto suas mãos me enchiam de carinho e suas palavras me enchiam de a….amor.

Acordei furiosa e ofegante,me sentindo em chamas enquanto a raiva nublava minha mente com pensamentos cruéis.

Naquele mesmo dia fui informada sobre uma festa,onde minha presença era obrigatório,fora o fato de ter de levar um par.

Encontrei Alexandre lendo tranquilamente em baixo do grande Salgueiro,sua expressão contida alegria e satisfação por finalmente estar lendo aquele livro que tanto carregava, quando ele me olhou com toda aquela emoção estampada em seus olhos eu me senti ser atropelada pelo peso de minha consciência.

Informei de forma grosseira que ele me acompanharia a uma festa aquela noite,e como se eu não tivesse sido cretina o suficiente ainda o ofendi dizendo que ele deveria ser o mais civilizado e digno possível ao me lado pois eu não admitiria passar uma vergonha em um evento importante.

Como resultado eu assisti de camarote enquanto seu rosto voltava a ficar triste e envergonhado,como se por um momento ele realmente achasse que pudesse fugir de sua realidade, então me veio a mente que ele estava mesmo tentando me manipular a "adota-lo",a assumir ele e lhe tirar da vida que ele próprio havia escolhido.

Quando aquela noite catastrófica finalmente chegou,eu já estava devidamente trajada em um vestido negro estonteante enquanto rezava por Anya ter conseguido deixar meu par a minha altura.

Desci as escadas já preparada para uma decepção mas fui golpeada impiedosamente por encontrar Alexandre divinamente trajando um terno negro muito elegante, dando a ele um ar de empresário importante e sério.

Ele estava parado enquanto olhava pensativo para o chão,sua pose era neutra,assim como sua expressão, fiquei chateada quando ele não me elogiou e apenas me ofereceu seu braço.

Fiquei chateada quando durante todo o percurso até a festa ele não disse uma palavra sequer ou mudou sua "imagem", talvez eu tenha sido mais cretina do que havia percebido.

Talvez eu devesse o liberar do fardo de minha companhia antes do mês se completar,talvez eu fosse o problema ali, afinal era a minha cabeça que insistia em mistura tudo,eu havia tornado aquela simples aventura em algo totalmente pessoal.

Quando chegamos no ambiente da festa, Alexandre me ofereceu o braço novamente, portanto um sorriso gentil no rosto.

-- você está linda _ sussurrou ele enquanto caminhavamos _ desculpe meu atrevimento,mas não suportava mais guarda para mim.

Eu não disse nada,nem se quer sorri,ele percebeu e recorreu a sua postura anterior,mas apesar de eu ter parecido indiferente a ele,por dentro eu estava me sentindo divina,me sentia completamente agraciada por suas simples palavras sinceras e gentis.

Désir Sombre (Clexa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora