Tem sido alto o investimento na carreira artística de Saint Suppapong Udomkaewkanjana.
Uma das atividades às quais ele mais se dedica é frequentar a academia de ginástica. Assim consegue não se desfazer do único prazer que ele não abre mão: comer doces.
Seu colega de agência é também com quem ele se sente mais incentivado a dedicar-se às dolorosas sessões de musculação.
Como um garoto que passou metade da vida fora dos padrões considerados socialmente atraentes, ele vê cada gota de suor sendo parte do recibo, prova do sacrifício diário.
Diárias também são suas tentativas. Audições e projetos que acabam morrendo na praia.
Semanas atrás ele soube através de seu amigo e eventual ficante, sobre a abertura pros testes de uma obra faraônica produzida por um dos nomes mais comentados no mundo BL, New Siwaj.
Saint leu todos os três livros e agora está na audição. Entre os avaliadores, está a autora da Trilogia, que assina por MAME.
Há sempre empenho da parte dele em seus testes. Mas esse em especial o instiga a ansiar pela aprovação.
O personagem para o qual se inscreveu é o protagonista Peach Pichaya. Um garoto tímido e doce, como o nome que recebeu: um pêssego de pessoa. Incompreendido e abandonado pelos dois homens que amou: seu primeiro namorado e seu pai.
Possuindo uma carga dramática maior que todos os outros protagonistas que ele já teve notícia, no recente e efervescente universo de Boys Love na Tailândia.
Ele leu comentários de fans dos livros, ouviu Mean Phiravich elogiar o produtor e diretor envolvido. É literalmente a chance de sua vida. E assim passa na primeira etapa para LOVE BY CHANCE. Rezando aos céus que consiga passar nas próximas e na pior de todas, o teste de química com o escolhido para viver Ae Intouch, menino com vocações de super herói que se apaixona por Peach por acidente.
Suppapong usa de sua super simpatia e conquista a confiança de MAME. A mulher deu sua bênção e o diretor concordou.
Semana seguinte...
Eufórico, ele visita o apartamento de Phiravich a quem chama de Ai Mean.
- Você o quê?
- passei na segunda etapa. Seremos colegas de elenco. Eu serei o Peach. Eu consegui. Eu nem acredito que consegui!
- Nossa. Uau. Você... Nossa! Parabéns.
Eles se abraçam por alguns momentos. Não muito, pois Saint está tão eufórico que precisa andar de um lado ao outro para extravasar.
- Não imaginei que você estivesse tão interessado no papel. Eu imaginei que você fosse tentar ser o Pond. Achei que vocês combinavam mais.
- Pond não estava na lista. Tem uma dúzia de personagens que o diretor vai colocar quem ele já estava sondando. Você já deveria saber disso.
Sup fala e pisca mostrando todos os dentes da boca.
- Sim. Mas... O Peach? Vocês são tão... Ele é tão...
- Bonzinho? Estúpido? Vamos! Pode falar.
- Não é...
- Pode dizer que eu vou adorar escutar que você duvida que eu possa fazer alguém assim. Então terei mais vontade de fazer.
- Não me entenda errado. É que...
- Tô brincando.
(Batida habitual no peitoral de Mean Phiravich)
- Até parece que você pensa isso de mim.
- Me deixa terminar de falar...
- Preciso ir agora, Ai Mean, querido e agora colega de trabalho. Preciso contar para mae.
- Como? Você não contou ainda? Mas já é o segundo teste!
- Sim. Eu queria ter como certo pra contar. Vai que dê confusão igual àquela série cancelada. Quero nem lembrar. Arrg...
Phiravich Attachitsataporn, Ai Mean, vê o furacão Suppapong Udomkaewkanjana arrancar-lhe um beijo babado dos lábios e sair saltando porta a fora. Ninguém duvidaria que aquele garoto esguio chega ao topo de um prédio quando está no pico de adrenalina eufórica.
Um furacão conseguirá convencer como um recatado pêssego?
Phiravich está curioso.
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