𝐈𝐕

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— Jingle bell, jingle bell, jingle bell rock

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— Jingle bell, jingle bell, jingle bell rock... — Heather cantarolava sem parar depois de passarmos em frente uma loja de departamento de natal com um papai Noel de mentira e enorme que fazia "Ho ho ho" e se balançava na porta de entrada, chamando a atenção de quem passava por ali.— Hum... — Bebericou o café em um simples e rápido gole. — Quantos graus você acha que pode estar? — Perguntou depois de engolir o líquido quente e gostoso e dar uma dentada no donut.— Zero, talvez? Bem... eu chuto menos dois, e você? — Falava de boca cheia.  

— Tanto faz, aqui é sempre frio mesmo.— Balanço meus ombros, passando meu indicador sobre a boca do copo em meio aos meus dedos que o seguravam com força. Emersa em meus pensamentos toscos, eu estava concentrada demais em me xingar muitas e muitas vezes por eu ser tão idiota.

— Não vai me contar o que aconteceu lá? — Passou seu braço esquerdo sobre meus ombros, me puxando para mais perto dela. Por eu ser mais alta, meu corpo ficara recurvado para sua direção.

— Eu não... eu sei lá.— Suspiro melancólica.— Sabe quando uma pessoa é grossa demais, e não... importa o que você faça, o quão gentil você tente ser, não tem como falar com ela? — Olho para ela que assentia com pena cravejada nas veias de seus olhos castanhos.— Se parar ele e uma barra de gelo lado á lado, não saberei quem é quem. É impossível arrancar mais de cinco ou no máximo seis palavras dele.

— Mas parece que você gosta dele mesmo assim. Não gosta? — Tocou a ponta de meu nariz com seu dedo indicador.

Não consigo responder a sua pergunta, porque nem eu sei ao certo o que se passa dentro de mim. Meus pensamentos podem ser comparados á um cesto de linhas. Está tudo uma confusão. Tudo enroscado, e é impossível de achar a ponta de um novelo para tentar colocar tudo em ordem. Quanto mais eu penso nele, mais enroscadas essas linhas ficam. Emaranhadas, unindo cores que não combinam.
Por mais que Scott é um babaca arrogante, alguma coisa nele me puxa como uma corda bem amarrada com um laço duplo em minha canela e que me arrasta cruelmente até as suas sombras famintas, e minha vontade de vê-lo, aumenta a cada instante. Eu inexplicavelmente, a cada vez que o vejo, sinto que tem coisas no meu estômago que se remexem com raiva ou divertimento. Parece que quero vomitar, mas é uma sensação diferente pois mesmo se eu abrir minha boca, nada vai sair.
Por mim eu pegaria uma cadeira e me sentaria ao lado dele, durante o dia inteiro, apenas o observando. Vendo seu jeito, sua maneira rude de ser. Pediria até para ele ler para mim, recitar poemas esquecidos no tempo.

— Ei, Hall — Juntei minhas sobrancelhas e demoradamente girei meu pescoço, olhando para Adam que sorria sentado á minha lateral.— O que foi princesa? Tá triste? — Tombou sua cabeça para a direita, intrometido.— Achei que era impossível de moças tão lindas iguais a você, ficarem cabisbaixas. É um pecado, não acha? — Com a mão esquerda, colocou a aba de seu boné para trás em um único e vertiginoso movimento, evidenciando mais sua face.— Uma blasfêmia total.— Os olhos faiscavam sentimentos sem noção alguma. 

Cigarette Daydreams [ book one ]Onde histórias criam vida. Descubra agora