Capítulo 9

727 72 2
                                    

— NUNCA MAIS ME DÊ SANGUE HUMANO! - Gritei com a Sabrina.

Fiquei apavorada, preocupada com Lana, fui rapidamente buscar minhas vestimentas, e ir à procura dela.

— Por favor... Já entreguei tudo que eu tinha...

Consegui ouvir seu desespero alguns quilômetros dali, e fui correndo entre as árvores, feito uma fera demoníaca. Uivei, dali de cima da árvore, para amedrontá-los.

— Não existem lobos nessa região... Que inglesa deliciosa! - Comentou um deles. E colocaram as mãos nos seios dela. Não aguentei ver aquilo.

Cheguei por trás da Lana, e passei por ela num vulto, dilacerei um dos três assaltantes das florestas, depois o segundo, sangue voou para todos os lados, sem com que ela pudesse ver quem realmente era.

— Até a noite temeria a esse teu olhar tão sombrio... Em plena luz do dia. Quem é você? - Comentou um deles, ao me olhar diretamente, tentando fugir da minha fúria selvagem.

— Sou a renascida das trevas... Filha de Drácula! Lembre-se desse olhar e nome, no inferno! - Mostrei minhas presas, e ali havia pedaço de tecido humano entre meus dentes, de um dos parceiros dele.

Lana ficou atordoada, acabou caindo ao chão, quando finalizei de matá-los.

Respirava com dificuldade, pois, minha vontade era de estraçalhá-los ainda mais! Existem homens covardes demais!

— Vou te levar até o seu hotel... O que fazias aqui sozinha? - Alisei seu rosto, e lágrimas minhas, de sangue, mancharam sua roupa.

Quando pulei sua janela, e a deitei na sua cama, o namorado dela chega e me pega admirando-a.

— Quem é você? - Perguntou estranhando-me. — O que faz no quarto da minha mulher? - Olhou-me coberta de sangue.

— Sua mulher? Ela estava solta na floresta.... Lobos atacaram-nos. Trouxe-a para cá sã e salva.

— Qual teu nome? Posso te pagar algo?

— Meu nome é... Angelina, senhor. - Pensei bem no que iria responder, seria minha chance de descobrir se ele, era descendente do Van Helsing. — Pode sim, uma bebida.

— Vamos então.... - Me deixou passar na frente, e olhei novamente para Lana, preocupada com que viu. — Você não quer se lavar primeiro, e se encontro com você na recepção?

Me parou após passarmos pela porta do quarto dela...

— Gostaria muito... - Sorri forçado. Não consigo agir como uma mulher "frágil".

— Use o banheiro do quarto da minha mulher... Pode pegar alguma roupa dela.

— Grata.

Ele fechou a porta, e eu tranquei-a. Comecei a tirar minha roupa ensanguentada, aproveitei e deitei ao lado dela, nua, para que eu pudesse sentir seu calor, esquentando meu corpo frio e morto. Lana acabou me abraçando sem querer, e eu só consegui fechar os olhos nesse momento, um sorriso surgiu até a orelha.

— Poderia ficar nua contigo nessa luz... Até meu corpo virar cinzas. Sei que é você... Que retornou pra mim. - Beijei sua testa.

— Ai que frio... Feche essa janela... - Sussurrou.. E eu me afastei chateada, desmanchando meu sorriso, pois, o frio que sentiu infelizmente é do meu corpo. Enquanto ela, estava bem quente.

Jamais vou poder, aquecê-la em meu corpo... Sou um cadáver praticamente, mesmo, tendo metade humana, isso não faz de mim, uma humana.

Fui tomar minha ducha, e antes de entrar, toquei nas coisas dela, sentindo o cheiro do perfume que usava, quase tive um orgasmo, só de imaginá-la nua ali comigo, por ter ficado nua ao lado dela.

— Vou deixar um rastro de mim... A você. - Sussurrei enquanto deixava a água cair em mim, quente, fervendo.

Entrei nos sonhos dela, e, estava num estágio profundo de sono. Via que estava perdida nesse sonho, estava a chorar, apavorada, vestida numa roupa branca e uma tiara com flores recém tiradas do campo.

— POR FAVOR! ME AJUDE! ELES QUEREM ME PEGAR!

Senti a dor, o grito dela na minha mente.... Que tive que sair da mente dela imediatamente, desliguei a ducha, me enrolando no roupão. E fui observá-la na cama, estava intacta... Porém sentia seu corpo transpirar e era de medo.

Me ajoelhei na beira da cama, e seu corpo estava muito quente, peguei um copo de água para ela beber. E enquanto isso, peguei uma roupa qualquer dela pra eu vestir, dei um fim nas minhas roupas sujas de sangue.

— Até mais tarde senhorita Moldavo... - Fui rapidamente até o jardim do hotel, coletei uma rosa, e deixei ao lado da cama dela.

Sai do quarto, deixando parte de mim ali com ela... E enfim me encontrei com o namoradinho dela.

— Senhorita Angelina, as roupas da minha mulher, caíram bem em você.

— Grata senhor... Qual seu nome?

— Fabrício Halsey... - Percebi que seu olhar a mim, era de desejos impuros. — O que deseja tomar?

Quase que falei, teu sangue sujo... Inútil!

— Vinho tinto... Bem vermelho. Cor sangue. - Sorri maliciosamente.

— Uau... Mulheres como você, são donas de personalidades fortes.

— Você não faz ideia... - Levantei uma sobrancelha, e dei um sorrisinho.

Ele foi buscar para nós o vinho, e nisso, senti que Lana despertou, podia senti-la em mim. Ela não pode saber que estive aqui! Sumi rapidamente dali, e me enfiei naquela vasta floresta, deixando um pedaço meu para trás.... Mas, sei que Lana estava atrás de mim e virá hoje mais tarde.

LUZ NAS TREVASOnde histórias criam vida. Descubra agora