Capítulo 12

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Tudo ocorreu bem na cerimônia... Lana ficou em segundo lugar, por simplesmente não ter conseguido acesso ao meu castelo, me sinto até culpada. E nisso rapidamente fui embora, num vulto, fazendo as pessoas sentirem um calafrio, por onde eu passava.

 
Chegando ao meu castelo, mandei Sabrina organizar tudo, deixar as mulheres empalhadas e demais vítimas, no andar do subsolo, deixando tudo o mais elegante possível, nada muito sombrio, dando um ar de mais moderno. Enquanto a mim, acabei "cochilando", na verdade, gosto de fechar meus olhos para imaginar melhor as cenas com minha Luna, que insiste nessa vida crer que é a Lana Moldavo.

— Senhorita.... Senhorita... - Ouço alguém me chamar num tom irritante aos meus ouvidos.

— Diga Sabrina... - Abri lentamente meus olhos, ainda lembrando do momento em que vi a senhorita Moldavo radiante, horas atrás.

— Sua pele senhorita Draco.... Está mais branca que o normal, o que houve?

— O que houve... É que eu experimentei sangue humano Sabrina, e agora, só ele, me dá a vida... Não equilibra mais minhas metades.

— Isso quer dizer que, está virando completamente vampira?

— Não sei... Não sei o que está acontecendo comigo. Que horas são?

— Já é meia-noite...

— Lana! - Despertei na hora e fui me arrumar.

Cheguei ao salão principal, pedi para Sabrina e Jessica se retirarem, irem para outra ala do castelo. Jessica comentou comigo, antes de ir.

— Condessa Draco, não é perigoso a floresta para sua humana? - Ela sabe que odeio que me chame de Condessa e insiste a me irritar.

— Deixa eu te contar um segredo sobre a floresta... Não é com ela que deve se preocupar, pois a floresta protege você. - Sorri maliciosamente, dando um beijo rápido nos lábios dela.

 
Ela me olhou com certa rivalidade, estranhei o comportamento dela comigo, naquele momento.

Me distrai, quando senti o cheiro, frescor delicioso da Lana, rondar próximo dali.

— Ela chegou! - Mostrei minhas presas. Por sentir seu cheiro...

"Minhas trevas me levaram a tua luz... A tua luz do olhar.....". Pensei alto... E logo, Lana bate a porta.

Ficamos paradas um tempo nos encarando, eu com meu olhar sério devorador, já ela, com sua pupila dilatada e pronta para fuga do cerceamento que meu olhar a envolvia.

— Se você entrar... Jamais vai querer sair. - Dei um sorriso safado de lado, após ficarmos paralisadas uma com a outra.

— Devo me sentir motivada, ou, assustada? - Me olhou com certo interesse na minha resposta.

— Motivada, é claro. Não sou nenhum animal selvagem... - Cruzei os dedos na hora que falei.

— Sua pele está mais pálida que o normal...

— Ando doente... - Olhei desviado, meio constrangida.

— Me conte senhorita Draco... Tudo o que sabe sobre esse Castelo.

— Queira se sentar comigo, no salão principal... Acompanhe-me. - Dei meu braço para ela segurar.

— Que gentil... - Senti metade do meu "coração"(se assim posso dizer) batendo juntamente ao ritmo dela, era a mesma emoção, de estarmos ali, próximas, eu me deleitando ao seu sorriso e ela encantada com meu Castelo, como se tivesse reconhecendo cada parte...

Cada parte que séculos atrás... Conhecemos, com nossos corpos nus... Com brincadeiras ardentes, que me faz levitar... Queimar em desejos por ela, imediatamente, só de pensar... Lembrar...

— Que estranho... - Senti uma pontada e comentei.

— O que? - Olhou para mim desviado.

— Meu coração... Está tonto de emoção, se me der licença, pode continuar a olhar o castelo, já volto.

Na verdade o que eu estava sentindo... Era tesão, um tesão incontrolável por ela, que não conseguia nem ficar próxima dela. Preferi ficar olhando-a de longe, observar seus olhos curiosos ao meu castelo. Lana olhou uma pintura minha... No alto da parede, e estranhou. Era do século XIV!

Pensei, como sou uma insolente! Deveria ter tirado essas pinturas medievais daqui do salão principal! Peguei meu melhor vinho, e cheguei no salão principal, para distrai-la, mesmo estando com desejos arrebatadores, que vão além de mim.

— Trouxe vinho para nós... - Entrei na frente da minha própria pintura, sorrindo forçado.

— Que isso... Não precisava. Antes de me contar sobre esse castelo, preciso te contar uma coisa estranha que sonhei. Poderia me ouvir? - Suas mãos estavam trêmulas. E eu contendo minhas presas, para não estragar tudo.

— Estarei a ouvi-la por toda eternidade... - Brinquei, sentando já com minhas pernas cruzadas no sofá, e ela ao outro, timidamente e com um olhar distante ao redor do castelo.

Acabou que nem lembramos de falar do glorioso segundo lugar dela, isso com certeza não significou nada para Lana, e sim de querer estar aqui e sair daquele evento o mais rápido possível, é impossível olhá-la e não desejá-la... Está mais linda do que nunca nessa vida.

LUZ NAS TREVASOnde histórias criam vida. Descubra agora