Capítulo 13

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— O vento uivava... Fortemente, arrepiando minha pele. Senti o calafrio da morte passar...

Na hora olhei-a, e percebi que sua pele toda se arrepiou ao se lembrar desse sonho, que mais parecia pesadelo... Será que fui eu, que causei isso nela?

— E ao mesmo tempo senti um calor... Meu corpo em chamas, mas, era de desejos.

Na hora dei uma suspirada de leve, quando uma mulher se excita com algo, seus feromônios ficam mais fortes, eu senti a hora que eles se alteraram e quando o tecido da sua calcinha começa a absorver o líquido transparente que escorreu entre suas pernas...

— Posso interromper-lhe um instante? - Levantei na tentativa de me afastar dela, minhas presas querendo sair, e meus olhos começando a ficar mais vermelho.

— Claro...

— Quero tocar uma canção a você.... Piano forte. - Fui me direcionando ao Piano, que era de meu pai.

Fazia séculos que não tocava.... Quando me sentei, Lana se aproximou na beira do Piano, para me observar tocar.

— Qual nome da canção? - Sorriu curiosa.

— Lacrima di sangre... - Olhei para o piano, tocando-o com certo sentimento.

— Soa triste... E essa linguagem é latim, e não Romeno.

— Mas é bonita.... Te fará sentir vontade de dançar nesse imenso salão. Sei falar latim... - Séculos atrás era comum aprender falar o latim.

Comecei a tocar, e percebia que aquele olhar dela mudava a cada tom meu, até que... Vi seu corpo querer desenhar o que eu tocava, começou a dançar... Seu corpo, sua dança liberou vida naquele castelo sombrio e escuro, e ela não se importou com isso, apenas dançou, sorriu.... Girava e ora me olhava, com tanta felicidade que não cabia em seu rosto.

— Dance comigo Anita...

— E quem tocará?

— Quem precisa agora da música? Se ela está agora nos nossos pensamentos...

Dei um sorriso tímido, e ela pegou nas minhas mãos gélidas, aquecendo-as com sua pele cheia de vida... Rapidamente meu corpo foi ficando quente com a aproximação dela ao meu corpo.

— Lana... Posso te dizer uma coisa? - Enquanto dançávamos em passos lentos pra lá e pra cá, com sorrisos inocentes.

— Pode sim... - Respondeu num tom delicado, como sempre.

— Você é a coisa mais bonita que eu possa ter encontrado. Parece a primavera nesse inverno tão frustrante que é a minha vida. - Lana parecia rosas da primavera recém desabrochadas do inverno nefasto da Europa.

— Sério?! - Mexeu numa mecha de cabelo e colocou atrás da orelha, se mostrando envergonhada, com as bochechas avermelhadas. — Agradeço sua sinceridade, agora eu posso te dizer uma coisa?

— Deve.... - Nossas mãos ainda estavam unidas uma a outra.

— Seu castelo, eu já estive aqui...

Pensei se lembrou de algo nosso? Seria excitante, anestesiante!

— Esteve? Quando? - Me empolguei na fala.

— Nos meus sonhos... Só que está tão confuso...

Fiquei desanimada, eram só sonhos ainda.... Quando minha amada, irá se lembrar da sua vida passada comigo? Mas, posso esperar uma eternidade pra que ela se reencontre com Luna e saiba quem é realmente. Porém isso me dói tanto... Me soltei dela, e virei de costas.

— Está bem senhorita Draco? - Segurou novamente minha mão.

— Não me chame assim... Só de Anita por favor.

O noivo dela estava ali próximo à procura dela... E me soltei dela, com certa raiva.

— Melhor ir embora senhorita Moldavo... Teu marido lhe espera.

— Como sabe? - Tentou se aproximar de mim, e eu não quis olhá-la, pois meus olhos estavam em lágrimas.... De sangue.

— SUMAAAAA! VAI EMBORA! - Meu grito foi quase como um rugido de uma fera.

Senti o momento em que ela se espantou e começou a chorar, foi o motivo suficiente para fugir embora dali. Meu coração voltou a parar de bater, e o calor que sentia na pele havia sumido junto com Lana.... Me tornei novamente a abominação pálida sem vida.

LUZ NAS TREVASOnde histórias criam vida. Descubra agora