[13] Coisas inesperadas acontecem.

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— Renjunnie... É a Rosa... — disse a voz abafada atrás da porta — Abre, por favor...

Era a quinta vez que Rosália batia á porta de Renjun, que todas as vezes ignorara ou rejeitara a garota, que sempre voltava dez minutos depois. Mas dessa vez o Huang cansou e levantou para destrancar a porta e deixar a garota entrar por conta própria.

Rosália abriu a porta e acendeu a luz, logo fechando a porta atrás de si e observando a feição inchada e vermelha do garoto sentado na beirada da cama.

Um sorriso de compaixão surgiu nos lábios da garota de longos e lisos cabelos, sentando-se ao lado do garoto e erguendo sua face.

— Não fica chateado, tá' bom? — disse.

— Não tem como não ficar... Mamãe nunca me tratou daquele jeito... — fungou.

— Olha, ela foi errada, mas ela teve os seus motivos... — tentou explicar.

— Uma carta boba? Fala sério... — Renjun franziu as sobrancelhas.

— Não... outra coisa... — Rosália mordeu o lábio inferior.

Renjun ergueu uma sobrancelha, esperando que a mais velha continuasse a fala.

— É que... há um tempo alguns humanos estiveram aqui e foi por conta dessa casa que eles descobriram a nossa existência. LiMing era muito jovem quando eles estiveram aqui, mas ela não deixou de se apaixonar por um homem que aqui esteve por algum tempo. Eles quase se casaram, eles poderiam se casar. Mas ela descobriu que ele tinha uma família na Terra e quando ela descobriu isso tarde demais porque...

— Ela tava' grávida de mim... — concluiu Renjun.

— Sim... E depois disso ela tem raiva dos humanos e não quer mais contato com nenhum... Aquilo de... Perder a nossa casa é se cometermos outro erro como ela cometeu... Segundo ela... — Rosália suspirou, melancólica.

— Casas aqui em cima são raras, certo? Nós somos um dos poucos que moramos por aqui... É um privilégio?

— Tipo isso. Casas aqui em cima são as mais antigas e só pessoas com boa renda têm. Acho que você não sabe dessa realidade.

— É... Tipo isso...

— Então... Espero que tenha dado pra' entender porque ela foi daquele jeito... — Rosália entortou a boca.

— Sim... Até demais — suspirou — Mas vai ficar tudo bem. Eu duvido que alguém pegue o bilhete ou responda. É meio improvável — gargalhou.

— Talvez sim, talvez não. Coisas inesperadas acontecem — Rosália soprou um riso.

— Obrigado por me ajudar, Rosa. Te amo — disse Renjun com um pequeno sorriso nos lábios.

— Eu também te amo, pequeno — deixou um selar na testa do garoto e levantou, acenando para Renjun e saindo do quarto.

As dúvidas do garoto foram esclarecidas, mas ainda havia uma esperança em seu coração para que sua carta fosse respondida, mesmo que talvez fosse impossível.

moon dust ─ ren.minOnde histórias criam vida. Descubra agora