Huang Renjun
Estou tentando esquecer os acontecimentos recentes há dois dias. Também não sei se Jaemin mandou-me alguma carta, pois minha mãe vem monitorando elas; e eu sei que ele provavelmente mandou, pois havia me dito que se algum dia eu sumisse sem falar nada com ele, ele insistiria até que eu voltasse.
Deitado com os meus fones de ouvido que tocavam músicas calmas que agraciavam os meus ouvidos, escuto a porta do meu quarto abrir bruscamente.
— Renjun, que merda que você faz com esse Jaemin pra' ele não parar de enviar essas cartas irritantes? Ele não entende que você não vai respondê-las? — perguntou minha mãe com tom irritadiço.
Virei o rosto e evitei contato visual com ela. Soltei um suspiro curto.
— Não sei.
— Não sabe? — soprou um riso — Pois então eu irei acabar com isso.
— Como? — virei meu rosto a direção dela, com o cenho franzido.
— Eu vou acabar com isso. Acho que você não precisa se preocupar com isso não é, filho? Menos preocupação pra você — caminhou até mim e me deu um beijo na testa.
Ergui uma sobrancelha, confuso. Com um sorriso aberto mamãe saiu do quarto, fechando a porta de maneira suave, diferente de como a abriu mais cedo.
Dois meses depois...
Não recebi mais cartas de Jaemin. Pelo menos, foi o que minha mãe disse; e ela nunca mais tocou no assunto. Não faço a menor ideia do que ela fez, mas sinto o meu coração rachar sempre que penso nas possíveis coisas que ela deve ter feito e como possivelmente deve ter machucado Jaemin.
— Renjun, estou saindo! — gritou mamãe da sala — Não esquece de dar comida ao Pluto, por favor! — avisou antes de bater a porta.
Suspirei alto. Mamãe tem uma confraternização com os colegas de trabalho dela agora de noite, então eu ficarei sozinho até daqui a algumas horas, que é quando Rosa irá chegar. Levantei-me da cama e caminhei até a cozinha, pegando o pote com a comida de Pluto e caminhado até o quintal para alimentá-lo.
— Plutoooo!~ — chamei-o — Pluuuuto? — ele não estava vindo — Onde esse cachorro se meteu?
Caminhei pelo quintal e nenhum sinal de Pluto. Procurei pela casa, pela varanda, novamente pelo quintal e nada.
— Aí vem uma ventania daquelas... — observei enquanto percebia o vento mudar — Preciso achar Pluto logo.
Em passos rápidos me dirigi até fora de casa, gritando o nome do meu cachorro. De longe escutei um latido familiar e segui o som. Um pouco mais distante avistei a imagem de Pluto brincando com alguma coisa. O vento estava ficando mais forte.
Fitei a paisagem à minha frente. Lá estava a Terra. Suspirei triste.
"Que saudade do Jaemin..." — pensei.
Balancei com a cabeça para dispersar os meus pensamentos e voltei a atenção para o meu objetivo principal; Pluto. Caminhei mais um pouco até chegar perto do animal e sorri.
— Pluto, seu danado! O que você tá' fazendo aqui? Vamos embora, tá' na hora de comer — chamei-o, mas não pareceu se interessar. Ele estava brincando com algum bichinho pequeno escondido em uma cratera.
Escutei miados vindo da pequena cratera e neguei com a cabeça. O vento soprou forte, fazendo Pluto tirar toda a atenção do gato que estava perturbando.
— Tá' vendo? É melhor ir pra casa. Vamos — chamei o animal com estalos.
Pluto fixou o olhar atrás de mim e parou estático. Joguei a cabeça para o lado e virei-me. Arregalei os olhos com o que estava agora em minha frente; Era um pequeno redemoinho, mas que provavelmente tinha força o suficiente para me levantar do chão, e ele vinha rápido em nossa direção.
— Corre, Pluto, corre! — exclamei enquanto corria com o meu cachorro.
Sempre fui um garoto que não gosta de esportes, portanto não consigo correr muito rápido e nem correr distâncias curtas sem me cansar. Pluto já estava longe de mim, e agora eu me sentia afastar, afastar e afastar.
Eu havia sido pego pelo redemoinho.
Os meus pés não estavam mais tocando no chão e eu conseguia ver a área ao meu redor ficando pequena.
— PLUTO! — gritei o nome do meu amado animalzinho; pelo menos ele já estava em segurança agora.
Fechei os meus olhos e os apertei.
"Agora é o meu fim." — pensei de modo desistente. Definitivamente estava pronto para morrer.
As pessoas dizem que quando se está prestes a bater as botas, você vê um filme da sua vida passando diante dos seus olhos. Mas eu não vi nada. Será porque eu estava com eles fechados?
Senti os fios do meu cabelo pararem de se mexer com o vento e o barulho irritante sumir do meu ouvido. Estou a salvo na superfície? Não... Eu abri os meus olhos com o temor tomando conta do meu corpo.
A superfície da Lua está perto, mas não tão perto. Soltei o ar dos meus pulmões. Eu consigo. Fiz movimentos de nado para alcançá-la, eu estava quase.
Foi quando uma força maior me puxou para baixo. A Lua que antes estava perto, agora parecia se distanciar mais rápido do que o normal.
Olhei para o meu pequeno relógio de pulso. Dezoito horas em ponto. Olhei para baixo. A imagem da Terra parecia muito mais perto do que a da Lua.
Eu estou caindo.
"É agora que eu morro." — pensei enquanto fechava os meus olhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
moon dust ─ ren.min
Fanfic[엔시티] Onde Renjun varre a sua casa na lua e acaba sujando a varanda de Jaemin na terra com a poeira lunar. ─ Renmin!fantasy¡au #11 renmin - 101020 ♡ #6 renmin - 121020 ♡ #2 moon - 121020 ♡