[14] Eureka!

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— Qual é, Jeno! Eu preciso da sua ajuda! — implorava Jaemin para o melhor amigo enquanto o seguia pelo corredor.

Jeno ignorava totalmente as súplicas do Na, apenas se importava em seguir para o seu armário, guardar as coisas e ir para casa.

— Jeno! — Jaemin gritou no meio do corredor, tomando toda a atenção para si.

— Caralho, moleque, cala a boca! Olha, a gente conversa isso na sua casa de tarde, ok? Agora não dá — colocou a destra sob o ombro do amigo, que esboçou um largo sorriso radiante.

— Duas e meia na minha casa! Não tolero atrasos! — avisou Jaemin enquanto corria pelo corredor e acenava para o Lee.

Casa dos Na, 14:30.

— Jeno, Jeno! O garoto ocupado! — disse Jaemin ao abrir a porta e dar de cara com o garoto loiro.

Jeno ajeitou o óculos e negou com a cabeça, adentrando a casa do melhor amigo.

— Jaemin, você quase me deu um baita trabalho hoje de manhã! E se os valentões vissem que eu estava ali?! — jogou-se no sofá e bufou.

— E desde quando você tem richa com os valentões? — Jaemin ergueu uma sobrancelha.

— Desde que eu me recusei a fazer um trabalho pra' eles — respondeu Jeno.

Jaemin negou com a cabeça e suspirou. Sentou-se ao lado do mais alto e recostou seu corpo no dele.

— Mas o que você quer? Quer que eu te dê aula de física? — perguntou Jeno com uma sobrancelha erguida.

— Você sabe que a gente não vai estudar nem se a gente quisesse. Vai acabar como aquele dia — Jaemin levou a destra até o rosto.

— Aquele dia... Que dia mesmo? — perguntou Jeno com um sorriso descarado nos lábios.

Jaemin desencostou do outro rapidamente e bagunçou os próprios cabelos.

— Bom, é o seguinte... Não me chame de maluco, ok? — Jeno assentiu com a cabeça — Recentemente eu tenho recebido algumas coisas da lua.

— Você é maluco.

— Cala a porra da boca — bufou Jaemin — Olha, antes era só poeira. Poeira cinza, sem chance de ser de cigarro ou coisa do tipo. Ela brilhava. Depois caiu um moletom, e ele não é meu. Depois uma carta! — Jaemin ergueu os braços — Papai veio para casa na Sexta e eu conversei com ele sobre isso. Você sabe que ele trabalha no laboratório e que ele estuda essas coisas. Ele ficou muuuuito intrigado! Pegou um pelo do moletom e saiu correndo, teve que ir cedo pro laboratório e tudo mais.

— O seu pai também é maluco.

— Vai dar uma da minha mãe também? Ela quase me expulsa de casa por causa disso. Disse que eu tenho um amigo imaginário, mas eu sei que o Renjun existe! Ele existe de verdade! E mora na lua!

— Você fica muito bonito defendendo o seu ponto de vista, sabia?

— Tsc. Vou pegar o moletom e a carta.

Jaemin levantou-se do sofá e foi às pressas para o quarto, pegando o moletom e o pedaço de papel, levando para Jeno observar em seguida.
Atentamente o Lee analisou o tecido, o cheiro e no final respirou fundo.

— O tecido é diferente. O cheiro é de morango e você nem usa perfume de morango. A carta não tem a sua caligrafia e eu desconheço esse tipo de papel. Então... Se você é doido, você é um doido inteligente — observou Jeno.

— Eu NÃO sou doido! Para de falar isso, eu tô falando sério! Você como meu melhor amigo deveria me apoiar ou invés de dar em cima de mim e me chamar de maluco! — exclamou Jaemin, irritado.

Jeno ficou um tempo calado. Refletiu sobre o que havia falado para Jaemin e soltou uma lufada pesada de ar.

— Se eu te ajudar, o que ganho em troca? — perguntou.

— Um beijinho.

— Feito!

Casa dos Na, 17:35

Jeno e Jaemin se encontravam deitados na cama de Jaemin, jogados um por cima do outro e encarando o teto. Jaemin pensava em formas de desvendar o mistério e Jeno em uma forma de arrancar um beijo de Jaemin sem ter que fritar os neurônios.

— Você disse que quer responder o Renjun.

— Sim.

— Mas não me disse como as coisas dele vem parar na sua varanda.

Jaemin suspirou. Levantou-se e olhou para Jeno.

— Elas caem. Caem na minha varanda.

Jeno levantou-se e ajeitou o óculos.

— Em que horário?

— Normalmente das seis às oito da noite.

Jeno segurou o próprio queixo com o indicador, forçando sua mente a pensar em algo.

— Tecnicamente as coisas não caem... Elas são puxadas por conta da gravidade... Mas aí todas as coisas da Lua seriam puxadas para a Terra se a anomalia acontecesse em toda a Terra.

— O que você quer dizer com isso? — perguntou Jaemin.

— Pode ser que a sua casa seja um ponto único. Uma anomalia gravitacional. Assim como o lugar que Renjun mora ou sei lá. As coisas caem aqui por conta dessa anomalia — explicou Jeno.

— Essa é uma teoria incrível, mas ainda falta saber como vou respondê-lo... — observou Jaemin, que logo se jogou novamente no colchão.

Jeno bufou; se não ajudasse o Na com aquilo, não ganharia um beijinho.

Rapidamente Jaemin levantou-se, e se estivessem em um desenho animado, uma lâmpada estaria acesa acima de sua cabeça.

— E se de noite nesse horário as coisas são puxadas para a Terra, e de manhã no mesmo horário as coisas são puxadas para a Lua?

Eureka! — exclamou Jeno, animado — Você acabou de descobrir uma coisa incrível!

— É só uma teoria... Precisamos provar! — disse Jaemin.

— Então amanhã você gritará: Eureka! — gargalhou o Lee.

— Nós gritaremos!

— Como assim?

— Dorme aqui hoje! — convidou Jaemin.

— Preciso falar com minha mãe. Mas fala você, senão ela não deixa — disse Jeno, tirando o celular do bolso — E você ainda tá me devendo um beijinho.

Jaemin revirou os olhos e segurou o rosto de Jeno, puxando-o e selando rapidamente seus lábios aos dele.

— Dívida paga.

moon dust ─ ren.minOnde histórias criam vida. Descubra agora