[15] Olá, Renjun.

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— Jisung-ah, eu não posso sair — disse Renjun.

Você sempre tem uma desculpa. Qual é a da vez? — perguntou do outro lado da linha.

— Minha mãe tá' brava comigo... — respondeu.

Sua mãe? Brava? Conta outra... Você já teve desculpas melhores, Junnie — bufou o Park.

— Você quer vir aqui em casa? Eu te explico tudo — sugeriu.

Fechado! Vou levar uns lanches! — disse Jisung em tom de voz animado antes de desligar o celular.

[...]

— Uma carta pra' Terra? Woah, Junnie! Não sei se te acho genial ou muito maluco! — disse Jisung enquanto mastigava os docinhos.

— Você nunca teve essa curiosidade? De querer ter um amigo que não fosse daqui? Ou de pelo menos querer conversar com alguém? — indagou Renjun, olhando no espaço aberto do meio do docinho.

— Já... Mas eu sempre pensei que fosse impossível, sabe? Que nunca fossem me responder... Ou nunca fosse chegar, entende? — explicou. Renjun assentiu com a cabeça — De qualquer jeito, espero que dê certo pra' você. Imagina se você consegue um amigo terreno?! Iria ser incrível! — exclamou o mais alto.

— É... Ia ser, sim...

Renjun e Jisung continuaram conversando, bolando teorias, comendo besteiras e rindo alto. Era a coisa que mais animava Renjun em dias que estava brigado com sua mãe; a presença do seu melhor amigo.

— Yah, o que Pluto tem na boca? — perguntou Jisung de cabeça para baixo.

— Um papel. Espera, vou ver se não é algum documento importante da mamãe.

Renjun levantou-se e correu até o cão, obrigando-o a dar aquele papel.
A textura era diferente, a letra também. Os olhos de Renjun brilharam como nunca haviam brilhado. Um enorme sorriso surgiu no rosto do garoto que gritava o melhor amigo desesperadamente.

"Olá, Renjun. Eu não sei se você vai receber isso. Na verdade, eu nem sei se isso vai funcionar. Meu nome é Jaemin e eu recebi o seu bilhete. Eu sou da Terra. É um prazer conhecer você!"

As mãos trêmulas de Renjun seguravam o bilhete e o sacodiam no ar. Meio babado, mas continha tudo aquilo que Renjun precisava para provar que estava certo.

— Jisung!

— Renjun!

— Eu não acredito, eu não acredito! — o Huang pulava de alegria ao mesmo tempo que abraçava o melhor amigo — Eu preciso escrever de volta! Agora! — virou-se para correr e buscar um papel e um lápis, mas Jisung segurou-o pelo ombro.

— Alto lá, intralunar. Se você recebeu isso agora, não acha que agora é a hora das "coisas subirem"? — perguntou Jisung com uma sobrancelha erguida.

Renjun sentiu o rosto ficar totalmente vermelho e cobriu parte do rosto com o papelzinho terreno.

— Tapado! Pervertido! Eu não sou o seu namorado! Eu vou contar pra' ele! — exclamou Renjun com a voz alterada e os olhos arregalados.

— Não, idiota! Você que é pervertido! Eu quis dizer no sentido das coisas subirem da Terra pra' cá! Se tem um horário que as coisas descem daqui pra Terra e sobem da Terra pra'qui, agora ainda não é a hora de você responder! — explicou Jisung com a mão na testa.

— Aah! Agora eu entendi! Hehe... — coçou a nuca.

— Você vai aguardar o horário que você costuma jogar coisas lá, ok? — Renjun assentiu com a cabeça diversas vezes — Mas antes você vai fazer as pazes com a sua mãe e mostrar esse bilhete. Estamos quites? — sugeriu Jisung.

Renjun soltou uma lufada de ar dos pulmões, assentindo com a cabeça. Entortou os lábios e olhou para o chão. Não fazia ideia de como se reconciliar com sua mãe.

— Você consegue. Agora dá aqui um abraço e um sorriso! — o Park puxou o melhor amigo para um abraço e encheu o rosto dele de beijinhos — Vamos continuar o que a gente tava' fazendo!

— Vamos, sim! — respondeu Renjun com um enorme sorriso satisfeito no rosto.

moon dust ─ ren.minOnde histórias criam vida. Descubra agora