[11] Completamente loucos.

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Horas se passaram e os indícios da noite surgiam, Renjun suspirava no sofá, ansioso. Ao seu lado estava Rosália, assistindo o desenho favorito de Renjun na televisão.

— Junnie, eu coloquei o seu desenho favorito pra' você ficar no mundo de Netuno? — entortou a boca.

— Desculpa... É que eu não consigo parar de pensar na carta... Será que alguém pegou? Mamãe disse que ia cair no mar quando eu cogitei a ideia.

— Ela que é louca, vai — gargalhou.

— Ela já deve estar chegando. Quero ver você falar isso na cara dela — gargalhou Renjun.

— Ela me mata.

— Certeza.

Os minutos passaram e Renjun deixou um pouco de lado tudo aquilo, começando a aproveitar melhor a companhia de Rosália, já que era difícil que passassem algum tempo juntos devido ao trabalho da garota.

— Rosa! — exclamou a senhora Huang assim que entrou na casa.

— Oi! — disse Rosália antes de correr para os braços de LiMing.

Renjun apreciou a interação das duas e a cada dia que presenciava cenas como aquela, sentia orgulho em ter as duas como suas mães e tinha certeza de que as duas eram mais que certas uma para a outra.

— O que vocês fizeram enquanto eu estava fora? — perguntou a mais velha.

— Nós lavamos as roupas sujas, brincamos com o Pluto e enviamos um bilhete para a Terra! — exclamou Renjun, animado.

Logo o semblante animado de sua genitora se transformar em um semblante espantado.

— O que vocês fizeram? — perguntou em tom baixo.

— Mandamos... Um bilhete para a Terra...? — a resposta de Renjun soou como uma pergunta.

— Vocês estão loucos... Completamente loucos... Como puderam fazer isso?! — LiMing levou as mãos à cabeça.

— Mamãe, o que tem de errado? Você mesma disse que tinha chances de cair na água! — Renjun comprimiu as sobrancelhas.

— Ming, calma. Fui eu quem dei a ideia dele mandar... Não culpa o garoto... — Rosália tomou a frente.

— É claro que a maior parte da culpa é dele! Desde uns dias ele vem pensando sobre isso, é patético! Renjun, ninguém vai pegar a droga do seu bilhete e o seu casaco deve ter caído no meio do mato e já deve estar sendo devorado por algum animal terrestre! Tá' feliz? — disse LiMing, totalmente irritada e cuspindo palavras para Renjun, que era atingido por elas como se fossem objetos cortantes.

— Ming, não fala assim com ele! — defendeu Rosália.

— Rosália, isso coloca a gente em perigo! Você tem noção de que isso pode afetar a nossa vida aqui! E pra' pior!

— Mas não te dá o direito de falar assim como se ele não tivesse sentimentos! O garoto tem quatorze anos ainda! Não é como se ele fosse adivinhar tudo!

Àquela altura da conversa, Renjun já tinha ido para o seu quarto e se trancado lá dentro com os olhos desabando em lágrimas, abraçado com a sua raposa de pelúcia. O dia talvez estivesse bom demais para ser verdade.


moon dust ─ ren.minOnde histórias criam vida. Descubra agora