[34] Atuação.

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— O Renjun? Tipo, O Renjun? O Renjun mesmo? — indagou Jeno do outro lado da linha.

— É. Ele. De verdade... — Jaemin esfregou os olhos com o polegar e o indicador.

— Oi Jeno! — cumprimentou Renjun.

— Meu Deus, é o Renjun... O que você vai fazer com ele? O que vai falar pra' sua mãe? Depois do que aconteceu aquele dia, é capaz dela pegar o Renjun e dar embrulhado em papel de presente pro' laboratório — disse Jeno.

— "Aquele dia"? Me entregar pro' laboratório? Como assim? — questionou Renjun.

— Calma, Renjun, depois eu te explico.

— Você não explicou NADA pra' ele?

— Não...

— Ele me explicou o que é saudade.

— Sério, Jaemin?! — Jeno suspirou — Tá, por que você me ligou?

— Pra' pedir a sua ajuda pra' bolar um plano.

— Você não cansa de ser tão lesado? Sempre me pede ajuda pra' coisas tão simples...

Renjun franziu o cenho e olhou para Jaemin, que negou com a cabeça.

— Olha, eu tenho um lunático aqui pra' me preocupar, tô' correndo mil e um riscos, será que você não pode me ajudar só nisso?

— O que eu não faço por você... Faz assim: Acorda amanhã bem cedo, antes de todo mundo e me encontra na pracinha com o Renjun.

— O que a gente vai fazer? — perguntou Jaemin.

— Não sei, mas daqui pra' amanhã eu penso. Tchauzinho! — Jeno desligou.

Jaemin suspirou enquanto olhava para a tela do celular e negou com a cabeça. Não sabia no que isso ia dar e o que iam fazer para enrolar a mãe de Jaemin.

— Você pode me explicar agora? — perguntou Renjun.

— Tá... Por onde você quer que eu comece?

— Por que você não pode me apresentar para os seus pais como o seu amigo que caiu da Lua?

— É justamente por você ser o meu amigo que caiu da Lua — Jaemin suspirou.

— Explica, mas não complica! — exclamou Renjun.

— Olha, primeiro: minha mãe acha que você é um amigo imaginário meu, que eu tô ficando doido. Segundo: meu pai trabalha pro laboratório de ciências gerais daqui da cidade.

— Mas se você me apresentar pra' sua mãe, ela vai parar de achar você doido. E se você me apresentar pro' seu pai, ele não vai poder fazer nada. Não tem como provar que eu sou da Lua.

— Renjun, já notou a cor da sua pele? — Jaemin arqueou uma sobrancelha.

— Já sim, é normal. O que tem ela?

— Ninguém aqui na Terra tem uma coloração tão pálida, acinzentada e meio cintilante quanto a sua. Se eles pegarem uma amostra do seu DNA eles vão saber que você não é daqui! — explicou Jaemin.

— Certo... Talvez me apresentar pro' seu pai seja realmente um problema... Mas você ainda pode me apresentar pra' sua mãe!

— Isso é ainda mais complicado...

— Por quê? — Renjun inclinou a cabeça para o lado.

— Há algum tempo os meus pais tiveram uma discussão aqui em casa. O meu pai acredita na sua existência, ele tem até como provar. Ele fez uma pesquisa e descobriu algo que provavelmente daria muito dinheiro pra' gente, mas também comprometeria a nossa vida aqui nesta casa porque os outros cientistas provavelmente viriam aqui estudar sobre a anomalia gravitacional na nossa varanda.

moon dust ─ ren.minOnde histórias criam vida. Descubra agora