[10] Coisas da sua cabeça.

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Jaemin abraçou o mais velho, que sorria de orelha à orelha.

— Que saudade! — exclamou o senhor Na — Parece até que cresceu um pouco mais!

— Papai, largue de asneiras! — o jovem Na negou com a cabeça e soprou um riso — Foram só duas semanas.

— Duas semanas é muito! — deu um tapinha na cabeça do filho, que gargalhou baixinho — Meu amor!

— Ah, querido, que saudade!

Jaemin afastou-se para que os dois pudessem ter o seu momento. Mesmo que fosse bonita toda aquela demonstração de afeto, era um pouco constrangedor para si ver seus pais se beijando.

Voltou para a cozinha para terminar o jantar e com a cabeça cheia de dúvidas e incertezas sobre o bilhete que recebera da Lua. Poderia ser uma pegadinha, mas Jaemin jura de pés juntos para si que realmente viu aquilo.

Com tudo pronto e a mesa posta, a família Na sentou-se à mesa e começaram o jantar silenciosamente, até Jaemin quebrar o silêncio aconchegante.

— Papai, existem moradores na Lua? — perguntou o garoto.

— Jaemin! — repreendeu sua mãe.

O senhor Na caiu na gargalhada, tendo a atenção dos dois voltada para si.

— É claro que não, querido. Lá não tem chances de existir vida. É inóspito.

A palavra de seu pai importava muito para Jaemin, afinal, aquele é um astrônomo muito respeitado no laboratório local. O garoto suspirou e abriu a boca para mostrar seus argumentos, mas sua mãe o interrompeu antes mesmo daquele começar a falar.

— Então, amor, descobriu alguma coisa ultimamente? — perguntou a senhora Na.

Jaemin torceu o nariz; ele sabia que sua mãe só fazia aquilo para desviar o assunto, já que nunca se interessou como seu pai pela astronomia.

— Ainda não. Mas estamos no caminho. Eu adoraria falar sobre, mas é muita coisa! Esperem sair na mídia e então vocês vão saber! — sorriu o mais velho.

A senhora Na suspirou, desanimada. Mesmo que não fosse sua área, estava ansiosa para saber e aquele suspense todo só a deixava mais tensa.

— Então, Jae... De onde veio esse seu questionamento sobre vida lunar? — perguntou, intrigado.

— Ah... É que...

— Jaemin tem um amigo imaginário, é isso — cortou a genitora.

— Mãe! Você nem sequer sabe direito! Por favor! Você viu tudo, você sabe tudo! Você só não quer que papai me conte a verdade! — exclamou Jaemin, irritado.

— Jaemin, isso é jeito de falar com a sua mãe?! — senhor Na chamou a atenção do filho, que encolheu os ombros.

— Então vá em frente, Jaemin. Dê corda às coisas da sua cabeça! Você já passou da idade de ter amigos imaginários, cresça e pare de mentir! — exclamou a mais velha, indignada.

— Pode me taxar como louco! Você é cega! Você vê tudo e finge que é culpa minha!

— Já pro seu quarto! — gritou a mais velha.

Jaemin parou segundos encarando os olhos irritados da mais velha antes de dar largos passos pesados até o próprio quarto, onde fechou a porta com força e girou a chave, trancando-se ali no escuro e jogando-se na cama, abraçando o travesseiro com força.

moon dust ─ ren.minOnde histórias criam vida. Descubra agora