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//JIMIN
Apesar de alguns dias serem cruéis, o tempo não parava.
Esse era o único pensamento que se passava pela minha cabeça transtornada quando eu e Jeon voltamos para o apartamento após nossas confissões truculentas para o mar. A verdade medíocre era que mesmo emanando toda a positividade do mundo, era difícil se libertar de tudo isso que nem sabíamos como e de onde surgiu. Todos os meus gritos de indignação ainda ecoavam numa espécie de beco sem saída dentro da minha mente.
Bastou uma olhada rápida nos exames de Namjoon para Jisoo conseguir explicar para todos do que se tratava a coisa. Ela não atendia meramente por câncer. Agora a chamávamos de CPPC: Câncer de Pulmão de Pequenas Células. O mais engraçado? O tabagismo estava relacionado a mais de 95% dos casos e adivinha? O máximo que Namjoon fumava era um beck de maconha por mês.
O caso dele era um daqueles raros.
Claro que enquanto nossa amiga e residente médica dava uma elucidação do quadro clínico, – digna de uma aula de ciências –, meus olhos lacrimejaram e meu estômago deu um nó, mas eu fiz o meu melhor para não chorar, especialmente quando ainda haviam esperanças. Geralmente, a CPPC começava nos brônquios e se desenvolvia com muita rapidez, mas como Namjoon fez o diagnóstico precoce, o câncer não tinha se espalhado.
Quimioterapia atrelada a radioterapia era o nome da esperança e nós iriamos agarra-la com unhas e dentes.
Jeon não dormiu uma piscadela na noite em que tivemos a notícia. Nossos velhos hábitos ainda sobrevivem no meio do caos e eu soube que o dele era ficar sentado próximo a janela durante o tempo em que bebia whisky para se permitir sofrer calado.
Arrastei uma cadeira, me enrolei com uma manta e fiquei ao seu lado. Às vezes, as pessoas só precisavam que alguém escutasse o som sofrido de seus corações, para então enfrentar os dias cruéis e sentir que o tempo não parava. Foi isso o que eu fiz por ele.
Na manhã seguinte um sol fraco apareceu e eu o observei se levantar para trocar o copo de whisky por uma xícara de café. Eu fiquei logo atrás com uma caneca do líquido escuro fumegante em minhas mãos, sentindo o calor do amanhecer contra a minha pele. Confesso que estive espantado com o quanto Jeon parecia oco por dentro ao assistir comigo a luz da manhã rechear o céu.
Olhamos para o nascer do sol e sem medo, deixei minha mão em cima da dele. Eu não sabia o por que estava sendo tão corajoso para toca-lo sem pudor algum. Vai ver fosse pelas coisas que dissemos um para o outro na praia ou por eu estar compadecido de sua dor, mas qualquer que fosse o motivo, ele apertou meus dedos com gentileza. Por um momento, soou como se nunca estivéssemos sozinhos.
Nós voltamos a nos sentar e olhar para o horizonte quietos, até que eventualmente – entre algumas respirações pequenas –, o sono foi me tomando. Guerreei o quanto pude contra as pálpebras que insistiam em se fechar, mas quando dei por mim, já estava sendo carregado no colo por Jeon para dormir confortavelmente na cama.
Dois dias depois a poeira levantada pela CPPC já tinha baixado um pouco. Namjoon havia começado as primeiras sessões da quimioterapia e nós revezávamos os turnos para fazer-lhe companhia – mesmo que ele protestasse. Nesse período, ele passou por pequenas oscilações de humor, parecendo sem ânimo e paciência.
Embora ele estivesse meio irritado com o excesso de atenção que majoritariamente vinha de Jisoo sempre que ela chegava dos plantões e checava a cada segundo se ele tomava as medicações e se estava com algum sintoma diferente, nosso amigo topou de bom grado que fossemos todos juntos assistir à competição de corrida que Hoseok estava concorrendo naquela semana.
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What he didn't tell me • jikook
FanfictionApós a morte repentina de seu noivo Taehyung, a vida de Park Jimin mudou por completo. Encontrando conforto na companhia das pessoas que ama, Jimin não esperava que seu caminho fosse cruzado novamente pelo melhor amigo de seu noivo: o arrogante e de...