[19] is my love enough?

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//JUNGKOOK

Mesmo fazendo coisas diferentes, eu tinha a sensação de estar em um daqueles filmes em que o personagem vivia o mesmo dia repetidas vezes.

Acordar antes do despertador, ir para a produtora, lidar com todas as questões da empresa, então voltar para casa e pensar em um rapaz de cabelos tingidos de loiro até que o sono me alcançasse novamente.

Por isso, em um desses dias, resolvi apenas passar um café e pedir que tudo fosse enviado para o meu e-mail, pois trabalharia um pouco de casa. O que, por motivos óbvios, acabou se tornando mais difícil do que eu pensava. Tudo o que eu fazia era fitar a tela inexpressiva do notebook e rejeitar cada vez mais chamadas de Jackson.

Meu amigo mais próximo em Seul já havia notado que eu passava por uma fase reclusa e apática. Não que eu demonstrasse, ou pedisse ajuda, mas ele era uma companhia fiel que me observava de perto.

Eu sabia que ele rondava o assunto há dias, evitando perguntar o que aconteceu, por que voltei de Busan tão abruptamente, sem avisos. Simplesmente no dia seguinte à competição de Hoseok eu apareci na produtora, surpreendendo a todos, mas fingindo que não era grande coisa aparecer para trabalhar depois de algum tempo longe.

Consequentemente, ao passar dos dias tudo pareceu voltar ao normal e em poucos momentos cheguei a me perguntar se havia colocado minha carreira em risco para perseguir um desejo fugaz. Pelo menos era dessa forma que Lee, minha secretária, me olhava. Como se me julgasse tolo, irresponsável ou pouco apaixonado por tudo que construí com a ajuda dela e de todos que trabalhavam para mim.

A vergonha momentânea só passava quando eu fechava os olhos e enxergava um sorriso em específico. Eu me deliciava em todos os momentos alegres dos quais podia me recordar, mas com frequência me impedia de ir muito longe. Aquelas feições felizes da minha memória mutavam com rapidez para um choro dentro de um cômodo vazio e depois para um olhar frio ao topo de uma escada.

Então eu abria os olhos, assustado, arrependido, sempre com um longo suspiro à espera.

Eu havia perdido Jimin. E aquilo era algo que eu ainda não tinha me permitido reconhecer ou dizer em voz alta. Nem mesmo durante as extensas ligações por telefone com Namjoon, nas quais ele insistia em saber detalhes de como eu estava, de como tínhamos chegado àquele ponto tão fatídico.

Mas eu não falava. Não por falta de consideração ou amizade, mas porque a resistência em admitir meus erros ainda era gigante, quanto mais reconhecer as consequências destes.

Contudo, o fato era que, foram todas as minhas decisões que me levaram a estar onde eu estava agora. Sentindo o gosto amargo não só do café, mas também da dor de ter perdido duas pessoas tão importantes em minha vida, como que em um efeito cascata. Por causa de um, o outro se foi. E agora eu não tinha nada além de lembranças.

Posicionei a caneca com o líquido frio no braço do sofá, alcancei novamente o notebook e comecei a fazer a única coisa que prometi nunca fazer. Procurei por qualquer resquício de Kim Taehyung, achando todas as suas antigas contas em redes sociais. Em seguida, comecei a pesquisar desesperadamente pelo que eu achava que ele faria. Pesquisei pelos nomes de seus personagens favoritos, pelos lugares que ele sonhava em trabalhar, como museus do outro lado do oceano, e também notícias pelos lugares inóspitos que ele citou ter vontade de visitar.

Nada.

Nem mesmo um rastro, nem mesmo um sinal.

Eu queria saber se ele estava feliz, ou se pareceria tão miserável quanto eu. Mas nem mesmo aquela resposta eu teria. Quando percebi, a manhã inteira havia se passado enquanto pesquisava nome por nome, lugar por lugar. Tentando descobrir que vida meu antigo amigo decidiu viver.

What he didn't tell me • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora