[14] trust issues

6.8K 752 671
                                    

🌙 Por favor, lembrem de votar e comentar o capítulo caso gostem, é muito importante para o crescimento da história! Enjoy! 🌙

//JIMIN

Eu sabia que Jeon ainda mentia para mim.

Mas tudo bem, porque eu também mentia para ele.

De fato era muito esperado que depois de termos transado pela primeira vez, na sua banheira acrílica, e termos trocados algumas pequenas juras um ao outro, a honestidade devesse ser nosso prelúdio.

Mas não foi bem assim.

Seria impossível não ler aquela mensagem. Principalmente depois de a tela do celular brilhar bem nas minhas mãos e eu visualizar de relance a palavra "Hoseok" e "machucado". Como eu disse, seria impossível não ler.

A surpresa veio quando depois de ler todo o conteúdo do texto, minha atenção voltar-se para o remetente e aquele nome não me soar estranho. Levei apenas três segundos para lembrar de quem se tratava. Park Hyung Sik, o treinador bonitão de Hobi.

Obviamente que suas palavras criaram um ruído alarmante no fundo do hemisfério esquerdo do meu cérebro. Ninguém usa "contato" para referir-se a um médico, por exemplo. Chegou a ser ridículo como aquela linguagem fez o recado soar gritantemente sórdido, quando poderia ter facilmente sido confundido com um simples pedido de ajuda.

"Ei, o Hoseok machucou a lombar, me indica um fisioterapeuta?"

Não seria mais fácil? Mas o que você acha de:

"Você ainda tem um contato que possa me ajudar com isso?"

Tipo, oi? Não precisava ser nenhum expert para saber que ali tinha sujeira. E para um bom entendedor, meia palavra bastava.

A verdade era que Jeon ainda era um homem com um passado turvo e labiríntico, o qual parecia difícil de decifrar. Superar suas camadas e tentar encontrar suas partes claras era o mesmo que entrar em terreno instável e movediço. Um que poderia fazê-lo se sentir desconfortável, encurralado e até mesmo cansado. E o meu medo era que com a minha curiosidade eu o fizesse se sentir na obrigação de mentir, só para que me desse respostas.

Não queria forçá-lo a criar narrativas fantasiosas, só porque não podia me contar a verdade. Isso destruiria com qualquer indício de relacionamento, pois inverdades eram ervas daninhas.

Ele poderia perfeitamente me contar tudo o que sabia, mas por algum motivo, não o fazia. Ainda me escondia coisas, por razões que eu desconhecia. Mesmo assim, decidi lhe dar o benefício da dúvida, afinal de contas, eu não estaria com alguém de quem desconfiava do caráter. Eu sabia que apesar dos pesares, Jeon era uma boa pessoa.

Todavia, eu ansiava quebrar esse ciclo.

E era o que eu estava predestinado a fazer.

A volta para Busan foi tranquila. Pela parte da manhã Jeon voltou à produtora para deixar tudo nas mãos de Lee e Jackson novamente, e depois de almoçarmos tomamos o primeiro trem de volta para casa. Enquanto os dedos frios de homem ao meu lado acarinhavam minha pele, eu procurei pensar somente nas coisas boas que a ida à Seul me proporcionou.

Conhecer a produtora, dublar com Jackson, o sexo incrível na banheira e o show de drag queens. Essas eram as lembranças que eu guardaria com carinho na minha memória. Os momentos com Sook, as discussões e até mesmo o apartamento, eu tentaria aniquilar do meu coração até segunda ordem.

Chegar ao apartamento foi reconfortante, eu sentia falta daquele cheiro dos cafés que Seokjin passava na cafeteira a cada duas horas e da pomada anti-inflamatória que Hoseok usava todo santo dia, que deixava os móveis com aroma mentolado.

What he didn't tell me • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora