[18] what he didn't tell me

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Capítulo especial*

//TAEHYUNG

Corri os olhos pelo apartamento. Tudo parecia em seu designado lugar, por isso, pude respirar em paz e admirar uma última vez as persianas antes de fechá-las até a metade da janela.

Eu estava dando os meus primeiros sinais de paranoia, era como se estivesse sendo observado o tempo todo, mesmo que naquele décimo primeiro andar a única coisa que me sondasse fossem as gaivotas que voavam perto do parapeito.

Eu era um homem simples, mas de alguma forma, de uns tempos para cá, comecei a apresentar uma complexidade que nem mesmo as pessoas mais próximas conseguiam entender.

Mentiras sobre mentiras, como a pilha de pratos sujos na pia da cozinha. Eu não tinha tempo para a louça. Muito menos para pensar nas consequências dos meus próprios atos.

Alcancei as folhas de papel que desde cedo encarava. Sentei-me à mesa redonda de madeira, e comtemplei reflexivamente a caneta enfeitada com ursinhos sorridentes.

Mais uma lembrança, mais uma coisa de que sentiria falta.

Tamborilei os dedos contra o mogno frio, sabendo que não podia mais evitar em escrever as palavras que só poderiam ser ditas por mim mesmo, e por mais ninguém.

Posicionei o bico da caneta sobre a folha em branco e direcionei a carta ao meu último e único amado.

"Jimin.

Apesar de todo o horror e descrença que esteja enfrentando agora, imploro para que encontre caminho em seu coração para a compreensão. Depois de tudo, sei que não tenho direito de lhe pedir mais uma coisa sequer, mas ainda assim me atrevo. Se você lê as palavras que agora escrevo, então isso só significa que os tempos se tornaram desesperados e eu não estou mais em sua vida.

Perdão, meu amor.

Queria ter sido melhor para você, assim como você foi para mim. Queria ter tido a oportunidade de dar todo o mundo a você. Queria ter honrado a sua lealdade, mesmo pelas tantas dificuldades que passamos.

Sei que sou um mentiroso. A esse ponto, um mentiroso obsessivo. E não me orgulho disso. Sou um covarde que agora está pagando caro pelas decisões que tomou. Mas quero ter a oportunidade de dizer eu mesmo, tudo o que desde o princípio não devia ter omitido.

Não recordo muito bem como, nem onde, ou em quais circunstâncias tive contato com drogas pela primeira vez. Mas recordo quando um jovem rapaz me confundiu com um vendedor certo dia, um quarteirão antes do apartamento em que Jungkook morava com sua mãe na época, e me ofereceu um bocado expressivo de wons pelo suposto pacote de MDMA que eu estava vendendo. Naquele dia, desejei ter alguns comprimidos comigo, mas infelizmente tudo o que eu tinha era uma carteira que só contava com a minha identidade e a passagem do trem.

Deslumbrado, fiquei com aquilo na cabeça por semanas e na primeira oportunidade, me envolvi com pessoas que conseguiam droga para que eu revendesse e tirasse uma parte por comissão. Foi rápido, foi fácil, eu levei jeito para a coisa. Sempre comunicativo, engajado, quase um humorista. Eu vendia e passava despercebido.

O problema foi quando a mãe do Jungkook se mandou para o Japão e o deixou sozinho por causa de um cara qualquer. Ele estava tão fodido que começou a usar o que eu vendia, e quando eu neguei continuar com aquilo, ele foi atrás de outras pessoas que não negavam.

What he didn't tell me • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora