Capítulo 12

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Ian me olhou com raiva.

― Se não fosse tão malditamente perto do amanhecer, eu te faria implorar por misericórdia.

Eu estava em cima dele, as minhas pernas em cada lado da sua cintura. Ele poderia ter gostado disso sob outras circunstâncias. Agora, porém, com uma faca enfiada em seu peito, ele tinha outras coisas em sua mente.

― Mal perdedor. - Eu respondi, puxando a lâmina para fora e saltando para os meus pés. ― Vamos lá. Outra vez.

― Isto é um substituto pobre para sexo. - Ele resmungou, levantando-se e franzindo para o rasgo em sua camisa. ― Você a arruinou.

― Eu te disse para apenas tirá-la. - Com um encolher de ombros.

Ian sorriu para mim.

― Ah, mas eu pensei que você só quisesse aproveitar a mercadoria, boneca.

Ele manteve um fluxo constante de comentários e insinuações com o objetivo de me tirar do meu jogo. Eu não levei a sério. Eu sabia que era exatamente como ele funcionava.

― Continue falando, garoto bonito. Isso só torna os seus momentos silenciosos melhores.

Aquilo arrancou risos enquanto circulávamos um ao outro. Os olhos do Ian brilharam com a expectativa. Ele amava uma luta suja. Esta era uma das suas admiráveis qualidades.

― Me acha bonito, não é? Eu sempre soube disso. Infelizmente, Reaper, nós teríamos tido um ótimo momento antes, mas você tinha que se casar com a Michelle. Agora você está fora dos limites para sempre, mas teria sido divertido. Muito divertido.

― Você nunca teve uma chance, Ian.

Ele desviou da faca que eu atirei nele com outra risada suja.

― Péssima mira, querida. Errou por um metro. - Ainda irritada com o pensamento de quão facilmente eu poderia ter te levado para a cama, antes da Michelle voltar para sua vida? Você realmente acha que poderia ter resistido a mim por muito tempo se eu decidisse ter você?

Bastardo arrogante. Eu o ataquei, mas o Ian me evitou no último instante. Tarde demais eu soube que tinha cometido um erro. Seus pés se arrastaram, seus punhos vieram logo após, e eu fui tirada de equilíbrio. Um cotovelo bateu em minhas costas. Aquilo me jogou no chão com ele bem em cima de mim. Ele puxou meus braços para trás, os dobrando na direção errada, e sua boca colou no meu pescoço.

― Uma leve pressão das minhas presas e sua garganta seria rasgada. - Ele murmurou antes de me liberar. Eu cambaleei, recuando, para encontrá-lo me encarando com triunfo claro.

― Temperamento, temperamento... - Ele disse. ― É tanto a sua fraqueza quanto a sua força.

Eu lutei para me levantar, movendo-me mais lenta por causa do que deviam ser ossos quebrados na minha caixa torácica. Meus tendões estavam estirados também. Eles queimavam quase tanto quanto as minhas costelas. ― Uma em três, Ian. Eu não seria tão rápida em me gabar.

― Eu sabia que ia te derrubar, eventualmente. - Ele respondeu. ― Todo mundo comete erros, com tempo suficiente.

Eu ouvi passos se aproximando, e minha mãe entrou na sala. Ela olhou para os móveis reorganizados acidentalmente, para mim, depois para o Ian.

― Karla Camila, quanto tempo você vai ficar dando pancadas aqui embaixo? - Ela perguntou.

― Você não vai dizer olá, boneca?

Ian claramente ronronou a pergunta. Eu gesticulei com os lábios, sem som, horríveis ameaças para ele por sobre o ombro dela. Ele apenas sorriu para mim.

Night Huntress Vol #4Onde histórias criam vida. Descubra agora