Capítulo17

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Nós não voltamos para a casa na Bavária. Embora, a julgar pelo ar, eu não podia ter certeza de que não estávamos na Bavária, mas este não era o mesmo lugar que eu tinha deixado. Não tendo as minhas pílulas, eu só fechei meus olhos quando nós pousamos, em seguida pegamos um carro o resto do caminho. Mesmo se eu as tivesse, eu decidi não tomar mais as pílulas. Alessandro não podia me tirar de um sonho a menos que eu o ajudasse, e eu certamente não faria isso de novo. Além disso, eu queria saber se aquelas pílulas estavam me fazendo mal, porque, como Vlad observou, eu pareço péssima. Eu teria que ligar para o Simon e perguntar se havia efeitos colaterais por tomá-las.

Spade foi a primeira pessoa que eu vi quando abri os olhos depois que o Vlad me levou para a casa. Ele ficou no hall de entrada com os braços cruzados, usando uma expressão verdadeiramente resignada.

― Você não deveria ter partido.

― Onde está Lauren?

Eu não ia ter essa conversa com o Spade. Sim, eu merecia isso, mas havia apenas uma pessoa com o direito de me punir. O fato de que Lauren não tinha saído quando ela me ouviu chegar dizia muito. Ela deve estar realmente irritada.

Spade olhou à sua esquerda.

― Siga a música.

Música de piano tocava na direção geral que o Spade indicou. Talvez Lauren estivesse ouvindo um CD relaxante. Um que eu só podia esperar que tivesse melhorado o seu temperamento.

― Obrigado. - Eu caminhei passando as poucas salas próximas em direção ao som.

Quando entrei no que parecia ser uma grande biblioteca, vi que a música vinha de um piano, não um CD. Lauren estava inclinada sobre ele, de costas para mim, dedos pálidos deslizando habilmente sobre as teclas.

― Oi. - Eu disse, depois de ficar ali de pé por várias batidas de coração sem ela sequer se virar. Ela ia me ignorar, não é? Não se eu pudesse evitar. Eu preferia acabar logo com isso do que prorrogar.

― Eu não sabia que você podia tocar. - Eu tentei de novo, me aproximando.

Quando cheguei perto o suficiente para sentir sua vibe, eu parei. Lauren parecia tensa o suficiente para explodir, apesar de a música que vinha de suas mãos ser serena. Chopin, talvez. Ou Mozart.

― Por que você está aqui?

Ela perguntou aquilo com uma falsa delicadeza, não perdendo uma nota ou olhando para cima. A pergunta me assustou.

― P-porque você está. - Eu disse, me amaldiçoando por gaguejar como uma adolescente intimidada. Eu havia tido o bastante daquilo.

Lauren ainda não tinha olhado para cima.

― Se você veio dizer adeus, você não precisa se incomodar. Eu não preciso de uma explicação chorosa. Basta sair da mesma forma que você entrou.

Um nó subiu pela minha garganta.

― Lauren, não é isso –

― Não me toque!

Eu estava prestes a passar minha mão pelas costas dela, quando ela bateu meu braço para longe com tanta força, que aquilo me fez virar. Agora Lauren estava olhando para mim, e a raiva em seu olhar me paralisou onde eu estava.

― Não. Você não pode dar uma volta aqui fedendo a Alessandro, e então colocar as suas mãos em mim." Cada palavra foi um calculado e furioso rosnado. ― Eu já suportei o bastante de ser subestimada. Você me trata como se eu fosse uma humana fraca que não poderia sobreviver sem sua ajuda, mas eu sou uma maldita mestre vampira.

Night Huntress Vol #4Onde histórias criam vida. Descubra agora