Capítulo 31

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Eu fiquei surpresa ao ouvir que apenas três pessoas foram mortas na noite passada. Visto que era uma reunião formal sob uma trégua total, a maioria dos convidados foram desarmados. Os três que foram mortos eram humanos, que não poderiam sobreviver a uma luta desarmada dos mortos-vivos como os vampiros e ghouls podiam. Quando as consequências de quebrar uma trégua total, ninguém sabia ou diria quem iniciou a violência. Mencheres e Lauren conseguiram acalmar as pessoas o suficiente para irem embora sem declarar guerra. Alessandro foi embora com minha mãe e Cannelle no reboque. Quanto à forma como Apollyon e seus ghouls lidariam com minha sem precedentes pulsação de vampiro... o tempo irá dizer.

Eu estava menos preocupada com isso do que eu estava sobre programar um plano para resgatar minha mãe. Eu considerei muitas ideias incluindo dirigir e ir de trem para Bucareste. Simon e minha antiga equipe não poderiam me ajudar. Meu tio tinha ligações internacionais, é verdade, mas não do tipo morto-vivo. Ele estava tão fora desse enredo quanto eu estava. Eu também me esquivei de chamá-lo porque eu não queria começar aquela conversa: "Então, eu sou uma vampira agora". Superar os preconceitos de longa data do meu tio era a última coisa da minha lista de afazeres no momento.

Nós chegamos ao nosso destino, uma mansão que parecia saída de um romance de terror, após as 3:00 da madrugada. Com o amanhecer, em apenas algumas horas, em breve eu estaria em coma novamente. Perder o tempo da manhã era algo que eu pensei estar preparada antes mesmo de ser transformada em um vampiro, mas eu não tinha calculado quão horrível poderiam ser as circunstancias quando isso acontecesse. Agora, cada minuto que eu fico desmaiada parece uma ironia. O que Alessandro estava fazendo com a minha mãe? Deus, o que Cannelle estava fazendo com ela? Eu pensei que a pior coisa que Alessandro poderia fazer era matar a minha mãe. Eu deveria saber que ele não seria tão misericordioso.

Alejandro foi ao nosso encontro. O ghoul tinha o mesmo olhar ardente e furioso em seus olhos que eu provavelmente tinha. Num impulso, eu o abracei, sentindo um nó na garganta quando ele me apertou de volta, com força. Lauren andaria através do fogo para conseguir minha mãe de volta, se for isso que eu quiser, mas ela faria isso por amor a mim. Não por qualquer afeição por ela. Minha mãe não tem muitos fãs, o que era culpa dela própria, mas agora, isso significa mais para mim do que eu poderia dizer em saber que alguém se importa com ela, com defeitos e tudo.

― Ela é durona. - Alejandro disse. Sua barba raspou o meu rosto quando ele se inclinou para trás. ― Se nós pudermos recuperá-la, ela vai ficar bem. Não importa o que ela é agora ou o que ele fez com ela.

― Ela queria que eu a matasse. - Eu sussurrei. ― Deus, Alejandro, ela sempre disse que preferia morrer do que ser uma vampira.

― Ela vai conseguir. - Ele repetiu. Sua voz endureceu. ― Sua infância foi dura, mas também não foi fácil para ela. Sinuhe está em choque e com medo agora, mas ela não é uma desistente. Eu apostaria a minha vida nisso.

― Alejandro, as leis. - Lauren começou.

― Não precisa falar. - O ghoul me soltou para olhar para Lauren. ― Se você não conseguir matar o Alessandro logo, eu vou atrás dela, com ou sem leis e com ou sem apoio.

― Não seja um tolo, isso seria suicídio. - Lauren rosnou.

Alejandro lhe deu um sorriso frio.

― Você sempre disse que ninguém vive para sempre.

Eu estava dividida entre querer abraçar o Alejandro novamente e saber que Lauren estava certa.

― Ela vai precisar de você quando nós a recuperarmos. - Eu disse, escolhendo a lógica ao menos uma vez. ― Minha mãe e eu, você sabe que nós não nos entendemos. Você é o único que ela parece ouvir, mas você não pode ajudá-la a lidar com ser uma vampira, se você estiver morto.

Night Huntress Vol #4Onde histórias criam vida. Descubra agora