SPM 98 - Da Salvação À Perdição Do Mundo

Capítulo XII

- Podem parar com os exercícios, se alinhem. Disse Erich já se sentando ao lado de Zeno que já estava de olhos fechados, mas provavelmente acordado. Ele parece ser um homem bastante preguiçoso, ou talvez alguém que não gosta de realizar esforços desnecessários.

- Essas duas agora irão integrar a equipe de recrutas.

- É um prazer. Disse Gabriela com um sorriso no rosto. Já Jany apenas assentiu com a cabeça afirmativamente com uma expressão séria em sua face.

Todos cumprimentaram as suas novas companheiras recrutas, alguns com expressões mais sérias, talvez demonstrassem desconfiança, já outros apresentavam mais simpatia, principalmente as garotas que integravam a equipe.

- Aproveitando que a Gryse não está aqui, hoje eu vou liberar o dia para vocês interagirem com as novatas. Então vão para o salão dos dormitórios. - Nesse momento Zeno levanta-se de seu descanso a se espreguiçar, deixando as patas dianteiras bem a frente de seu corpo enquanto retraía o restante, fazendo que sua calda ficasse erguida e balançando-a horizontalmente. Acompanhando seu felino Erich se ergue de seu assento, acende um cigarro e indica com a cabeça que todos devem sair.

Quando o último dos recrutas saiu pela porta, o comandante sentou-se novamente, e dessa vez apoiou os pés sobre o caixote que estava Zeno, o gato percorre suas pernas indo em direção ao tórax de seu dono. Tira do bolso seu celular, acessa a biblioteca de músicas, conecta o fone de ouvido, pondo um e colocando o outro ao lado da orelha do felino. Era a quinta sinfonia de Beethoven. Fumando um cigarro, ouvindo música clássica, e acariciando seu gato, Erich ficará assim por horas.

Caminhando pelos corredores vazios, os veteranos não diziam nada, apenas se dirigiam aos dormitórios. O lugar era de um cimento batido e frio, não havia cerâmica no chão e nem nas paredes, a textura do local era bem simplista, até demais, por mais que caminhasse, a cada passo que davam a paisagem não destoava nada, era sempre as paredes brancas ásperas e o chão sem cor.

Ao chegar no dormitório as novatas se depararam com algo diferente daquele primeiro local onde estavam antes de irem para a apresentação. O local era um pequeno salão em forma circular, haviam dez entradas, cada uma era um quarto de um dos recrutas, estavam seis ocupados. No salão ainda tinha dois sofás de cinco lugares cada, um de frente ao outro, uma mesa rústica de madeira estava no centro deles.

- Por que não nos sentamos ali? - Sendo bem alto e magro com cabelos pretos bagunçados que chegavam até seus ombros. O rapaz estendeu o braço de modo gentil aos sofás. E assim todos foram ao conforto daqueles móveis.

Junto as duas novas integrantes sentaram-se, o rapaz gentil, que se acomodou ao lado de Gabriela e uma mulher muito bonita que se acomodou juntinho a Jany. - Nem me apresentei a vocês. - Disse o educado rapaz. Me chamo Christian Dalton. - A linda mulher o interrompe. - Você sempre tão educadinho não é mesmo Chris. - Disse com um tom que ficava entre a ironia e o sarcasmo.

- Sim, eu sei o que é ser desprezado, trato os outros educadamente por saber como é o contrário. - Christian rebateu a provocação de imediato, a encarando seriamente.

- Verdade, você ainda tem aquela aparência de mendigo de quando chegou aqui. - Gabriela o encarou, não conseguindo acreditar que aquele rapaz educado já morou nas ruas. Entretanto o que ele disse se encaixa, mendigos são como lixo, desprezados sem dó.

- Você é insuportável Laila. Não tem como trocar duas palavras contigo. - Soltando um suspiro ele demonstra sua indignação.

- E mesmo assim você não vai conquistar ninguém aqui. - Laila escorregou a mão entre as pernas de Jany e a depositou ali sobre a vagina da moça que ela viu hoje pela primeira vez.