— Puta que pariu... — Soltei o palavrão quando ela mergulhou na água, chamando atenção da festa inteira, tenha absoluta certeza que ela havia feito de proposito somente para chamar atenção e iria tirar a prova daquilo em breve.
— Você é sempre cheia de surpresas assim? — A surpreendi chegando à beira da piscina.
— Surpresa. Como assim? Não entendi? — Ela parecia realmente confusa.
— Um corpo como o seu, escondido em um vestido longo e solto como aquele, é uma enorme surpresa. — Ela sorriu, e sua risada gostosa e descontraída fez algo vibrar dentro de mim.
— Ainda não compreendi o motivo da surpresa, doutor. Só por que eu me cuido, tenho que sair mostrando o meu corpo para as pessoas? Faço isso por mim, não para os outros.
— Mas você tem um corpo esculpido e olha que foi só um relance, nem deu para prestar muita atenção aos detalhes, no entanto foi o suficiente para chamar atenção da festa toda. Você não precisava trabalhar nunca mais com um corpo desses, minha querida. — Resolvi provoca-la, mas a cólera e o brio que vi em seus olhos, fez com que me arrependesse de imediato.
— Não sou esse tipo de mulher, doutor. A minha liberdade é o que tenho de mais valioso na vida, não posso lhe dizer que nunca tenha usufruído da minha beleza, taxativamente jamais permitirei que ela defina meu caráter.
— Definir doutora, eu não sei, mas impressionar, isso não posso negar, ainda mais com a sua modéstia. A maioria das mulheres que conheço chegaria aqui chamando a atenção de todos, e olha que eu conheço muitas mulheres gostosas capazes de parar um quarteirão, no entanto, você emudeceria toda uma torcida de futebol. — Fui o mais sincero possível, sem ser grosseiro.
— Não estou aqui para atrair a atenção, doutor Max. Estou aqui porque sua mãe ameaçou me demitir se eu não viesse. Pode acreditar, tenho outras opções bem mais viáveis para um sábado, do que recepcionar o filho pródigo da mamãe. — Ai essa doeu, mas não deixei que ela percebesse.
— Demiti-la? Isso é loucura. Acorde, doutora! Você é a resposta às preces dela, que vem sonhando em ter um clone há tempos e você chegou como uma cópia fiel, bem mais gostosa e bem menos sociável, posso afirmar. Ela jamais a demitiria, é mais fácil ela adotá-la. — A surpresa em seu rosto me confirmou que a doutora Bárbara estava fazendo um bom trabalho ao manter todos os outros escritórios afastados, a pobre nem tinha noção do valor que possuía.
O fato de vê-la saindo do quarto do meu irmão depois de quase tê-la beijado no deck da represa me incomodou bastante, aquele merdinha não tinha conseguido sair da zona de amigo, e depois da doutora Bárbara me fazer vir de Paris ele queria estragar os planos dela, e os meus também, pois, desvendar o enigma que se tornou a doutora Clarisse Marins era uma meta para mim.
O Mike e eu tivemos uma acalorada discussão, quando gentilmente pedi informações sobre a enigmática doutora Clarisse. Sem redes sociais, sem ex-casos, ou ex-namorados conhecidos, sem amigos no ambiente de trabalho, e aparentemente sem vida social, era como se ela fosse alguém da máfia e estivesse se escondendo.
Depois que a Clarisse sumiu, após tirar meu irmão bêbado da piscina, sondei todos da festa e as respostas foram as mesmas, ela trabalhava muito, chegava cedo, saia tarde, gostava de musicas e bandas nacionais, apesar de roupas sem assinatura, estava sempre bem vestida e era extremamente séria e formal, ou seja, um desafio a minha altura.
A noite com a moça do contabilidade foi mais do mesmo, gemidos e performances de quem quer impressionar, de quem deseja marcar território, só consegui gozar quando fechei os olhos e imaginei a doutora Clarisse se virando sozinha, como ela mesma disse horas mais cedo. Suas mãos passeando pelas curvas do seu corpo, as feições do seu rosto marcante enquanto ela gozava, quais sons fazia durante o sexo? E como seria o perfume perfeito e inebriante que ela usava misturado ao seu suor unido a minha pele?
O dia já estava amanhecendo quando me levantei, tirei o braço da garota de cima do meu peito, vesti uma cueca preta e sai para sacada do meu quarto, o dia ainda estava fresco, os primeiros raios de sol iluminavam a água, vi um movimento perto da represa e a doutora Clarisse surgiu correndo. Ela vestia uma roupa de academia bem justa e enquanto ela se alongava pude observar ao longe os contornos do seu corpo, com certeza era uma visão maravilhosa pela manhã, para ser perfeita só se estivesse na minha cama.
Caminhei um pouco mais e me recostei no para-peito da sacada, queria que ela soubesse que eu a estava observando.
Tenho certeza que ela sentiu a intensidade do meu olhar, pois a forma que se despiu ficando apenas de biquíni foi uma tortura, meu corpo reagiu a sua imagem e as projeções mentais da noite anterior vieram com tanta força que engoli seco.
Depois de observá-la por um longo tempo, como se fosse um pintura de Rembrandt, ela finalmente teve coragem para me encarar, queria ler o seu olhar, no entanto a moça da contabilidade, que por mais que tentasse não conseguia lembrar o nome surgiu atrás de mim enrolada em um lençol. Merda!
Boa noite flores...
Essa semana vou tentar postar todos os dias.
Me contem o que estão achando do Max, será que ele vence a parada e conquista a Clari?
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A flor cor de rosa (Concluído)
RomanceClarisse é uma brilhante advogada com a carreira em ascensão após suas muitas e árduas horas de trabalho no renomado escritório de direito da família Menegathy. Ela não contava que uma ardente paixão pelo príncipe Menegathy, a fizesse mudar o foco d...