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Callie Torres

Entrei naquele quarto de motel pensando comigo mesma no que eu havia feito, o que estava passando pela minha cabeça quando eu resolvi que seria uma boa ideia trazer Arizona pra um motel, e pior o motel que ela batia cartão com meu pai. Assim que passamos pela portaria ela sorriu para o atendente e pediu um quarto, eles se olharam como se já tivessem intimidade e era óbvio que eles tinham, eu percebi na mesma hora que ela já frequentava esse lugar há algum tempo. Tentei não demonstrar o quão puta eu havia ficado mas a vontade de sair daquele lugar era maior que tudo.

— Ei, o que foi, morena? – ela perguntou, eu havia sentado na cama há uns cinco minutos calada e sem olhar pra ela.

— Nada. – forcei um sorriso. – Só me responde uma coisa, você já veio aqui antes com meu pai?

Ela engoliu em seco e eu entendi. Não precisava nem falar mais nada. Me levantei da cama rapidamente indo em direção a porta mas ela entrou na frente.

— Isso importa?

— Claro que importa, você acha que eu quero transar com você no mesmo lugar que meu pai já te virou do avesso?

— Não fala assim. – ela cruzou os braços. – É a nossa noite, o nosso encontro, eu não vou deixar nada estragar isso. Quer ir pra outro lugar?

Eu realmente não tinha direito de estar brava com isso mas era uma situação que eu não poderia evitar, custava ela dizer que queria ir pra outro lugar? É o meu pai, ela é mulher do meu pai, será que ela não percebe que isso é mais difícil pra mim do que é pra ela?

Mas eu respirei fundo, contei até três e voltei a me sentar.

— Eu prometo que no final dessa noite você nem vai se lembrar que já estive aqui com seu pai. – ela veio até mim e estalou um beijo na minha testa.

Fui em direção ao pequeno bar que havia ali e me servi do primeiro vinho que vi. Arizona me deu um pouco de espaço e ficou esperando que eu tomasse alguma atitude, sentada me observando.

Eu não sabia quanto tempo havia passado mas eu já havia bebido uma garrafa inteira de vinho em silêncio apenas pensando se eu deveria tentar compreender que não era fácil pra nenhuma de nós duas, afinal ela é esposa do meu pai e isso nunca vai ser uma coisa fácil de se aceitar ou se eu deixaria isso atrapalhar tudo o que nós ainda nem tínhamos, eu precisava ter maturidade pra entender que antes de acontecer nós duas já havia acontecido eles dois.

Eu juro que naquela hora me deu vontade de terminar tudo, de dizer que eu não teria estômago pra continuar com ela mas foi só olhar aqueles olhinhos azuis que eu me lembrei de todos os motivos pelos quais eu sou apaixonada por ela e prometi pra mim mesma que iria insistir nela e faria o meu máximo pra nós duas darmos certo. Eu amava ela mais que tudo e não seria justo deixar isso nos atrapalhar.

Me levantei de repente fazendo Arizona me olhar na mesma hora com uma cara de preocupada e andei até ela controlando a risada que eu queria soltar devido ao álcool que eu havia bebido. Lentamente me sentei no colo dela de frente para aquele rostinho lindo e a beijei. Tinha gosto de vinho e cereja e eu descobri que amava mais que tudo aquela combinação. Ela colocou as mãos de cada lado da minha cintura juntando ainda mais os nossos corpos.

Arizona começou a abrir o zíper da minha saia mas antes que ela tirasse completamente eu segurei a mão dela, ela me olhou confusa e eu apenas a mandei calar a boca. Apaguei as luzes do quarto deixando apenas a luz colorida da caixinha de som piscando, conectei meu celular e fui direto em uma música que eu gostava e achava sexy. Eu nunca dancei pra ninguém antes e o medo de fracassar era enorme.

Querida madrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora