Querida madrasta

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Callie Torres

Eu me sentia mal por ver Arizona junto com meu pai, parecia completamente diferente agora; eu nunca imaginei que fosse ficar arrependida de ter me envolvido com ela mas era o que eu estava, definitivamente arrependida.

Entrei dentro do carro e comecei a dirigir sem saber pra onde ir, eu tentava pensar em algum destino mas minha cabeça parecia estar em outro mundo, eu só queria que aquilo fosse um sonho pois não estava gostando nada da sensação de estar sendo uma filha da puta com meu pai.

Eu não fazia ideia de como ficaríamos nesses dois meses, se voltaríamos a estaca zero onde eu dava meu máximo pra não esbarrar com eles dois e aquela melação ridícula que eles tinham. Eu definitivamente precisava de alguém pra dizer que isso tudo era loucura e que eu não deveria ter nutrido nenhum tipo de sentimento pela minha madrasta pra início de conversa; foi assim que eu fui parar no portão da casa de Marcela.

Fiquei uns dez minutos ainda dentro do carro pensando se deveria ou não ir desabafar sobre toda essa bagunça que estava minha vida com a minha melhor amiga, tomei a decisão de entrar pois eu realmente precisava colocar aquilo tudo pra fora ou quando caísse uma gota de lágrima dos meus olhos eu não iria conseguir mais parar de chorar tamanha era minha angústia.

Toquei a campainha, eu já estava um pouco impaciente e pra ajudar, Marcela ainda estava demorando pra me atender.  A porta se abriu e eu nem respondi o "bom dia" que ela deu, apenas entrei rápido parecendo um furacão.

— Ei, o que aconteceu? – ela perguntou me acompanhando.

— Você tá sozinha?

— Claro que tô, eu moro sozinha. – respondeu o óbvio com cara de tédio, eu me joguei no sofá respirando bem fundo.

— Eu preciso conversar.

— Ok, já vi que você tá nervosa, vou buscar uma água e aí você me conta o que houve. – falou tudo de uma vez sem esperar resposta e saiu.

Comecei a balançar meu pé involuntariamente e roer as unhas enquanto Marcela não voltava, tentava organizar meus pensamentos, estava uma bagunça tão grande que eu não sabia nem por onde começar.

Ela voltou com um copo de água, me entregou e se sentou no sofá a minha frente.

— Se acalma, fala quando estiver se sentindo bem, estarei aqui pra te ouvir, certo? – balancei a cabeça em afirmação e bebi um pouco da água.

— Eu definitivamente não sei por onde começar. – suspirei pesado, fechei meus olhos por um instante e continuei. – Estou transando com Arizona.

— Você o que? – falou um pouco mais alto, desviei meu olhar pro copo de água na minha mão e comecei a brincar com meus dedos na borda. – Arizona? Arizona Robbins? Sua madrasta.

— É, Arizona Robbins, minha madrasta.

— Como isso aconteceu, Callie?

— Antes de eu saber que ela era namorada do meu pai, nós nos encontramos em um bar, não nos conhecíamos, não fazia ideia que ela fosse mulher do meu pai, acabamos transando no banheiro daquele bar. Foi o melhor sexo da minha vida, Marcela, ela foi incrível...