24

1.5K 146 135
                                    

Callie Torres

Depois do meu pai ter me deixado na porta da faculdade e ainda ter esperado que eu entrasse e batesse o cartão na portaria eu comecei procurar por Marcela pelos corredores. Eu precisava contar o que havia acontecido, precisava dela pra me dizer que ficaria tudo bem e precisava de um ombro pra chorar.

— Hey, piranha! – ouvi a voz dela atrás de mim, me virei vendo Marcela com um sorriso no rosto ao lado de Felipe, o namorado dela. – Você tá com uma cara péssima, Arizona não te deixou dormir a noite? – perguntou maliciosa, revirei os olhos me forçando a ignorar aquela pergunta.

— Preciso de você. – murmurei com a voz trêmula.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupada se aproximando e tirando os fios de cabelo da minha testa pra me ver melhor.

— Aconteceu. Podemos conversar agora?

Marcela assentiu e rapidamente se despediu do namorado dizendo que eles se encontrariam quando fosse possível. Logo depois, nós fomos até a parte de trás do jardim da escola, nosso lugar favorito pra matar aula. Me sentei no gramado, encostada na parede e abracei meus joelhos. Eu estava com vontade de chorar e tudo estava conspirando a favor daquilo, até o som dos pássaros no céu. Marcela me observava em silêncio, esperando que eu falasse quando estivesse pronta.

— Meu pai descobriu tudo sobre Arizona e eu. – confessei em um sussurro. – Ontem a noite, por isso a cara péssima.

— Como isso aconteceu?

— Eu e Arizona estávamos transando na sala e ele chegou, de repente, nenhuma de nós duas estávamos esperando.

— E aí? Ele brigou com você? Te bateu?

— Não me bateu, eu preferia que tivesse. Ele mandou ela embora de casa e me proibiu de manter qualquer tipo de contato. Tô sem celular, cartão de crédito e até sem carro, você acredita? Eu não faço ideia de onde ela está e também não sei como vou fazer pra conseguir vê-la.

— Eduardo só deve estar muito decepcionado, daqui uns dias ele vai deixar isso pra lá, você vai ver.

— Ele não vai deixar pra lá, eu tenho certeza. Ele vai pegar no meu pé pra sempre, eu só preciso aguentar até terminar a faculdade.

— Olha, se você quiser, pode ficar na minha casa. – ofereceu, mas eu não estava preocupada com aquilo no momento, precisava focar em outra coisa.

— Por enquanto, minha casa é o de menos. Eu preciso da sua ajuda pra ver Arizona. – pedi, Marcela concordou com a cabeça de imediato. – Vou te dar o número dela, você vai ligar de noite e perguntar onde ela está, fala que eu vou dar um jeito de matar aula amanhã pra ir encontrá-la.

— Se Eduardo sonhar com você matando aula pra ver Arizona... Meu deus, não quero nem imaginar. Vai sobrar pra mim, porque eu quem tô arrumando o esquema.

— Eu não me importo com nada mais, e você é minha amiga por isso está me ajudando. – revirei os olhos. – Por favor, faz isso por mim.

— Tudo bem. – confirmou em rendição. – Mas se ele descobrir, não diga que eu tenho algo à ver com isso.

— Você nem sabe do assunto. – concordei sorrindo e dei um beijo na bochecha dela. – Vamos, não posso perder essa aula.

Querida madrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora