Querida madrasta

29 - BÔNUS

Callie Torres

Aquele era o dia. Definitivamente o dia que mudaria toda a minha vida. Eu estava nervosa e todas as pessoas ao meu redor me tocando como se eu fosse uma boneca quase me fazia surtar. Mas eu respirava fundo e me lembrava do porque estar ali e passando por tudo aquilo. Eu iria me casar. Eu iria me casar com Arizona Robbins.

— Estou morrendo de fome. – reclamei, Marcela me olhou revirando os olhos.

— Você já disse isso quinze vezes nos últimos dez minutos. – respondeu.

— E mesmo assim, ninguém me trouxe nada.

— Estamos terminando, só mais alguns minutos. – avisou.

Suspirei cansada ouvindo a maquiadora me mandar fechar os olhos.

Iríamos nos casar no campo. Com muito verde e muitas flores espalhadas por todo o lugar. Arizona quem tomou conta de toda a decoração, ela estava animada e planejou tudo nos mínimos detalhes. Por mim, não faríamos nada disso, a cerimônia ou os convidados... Eu queria algo simples, assinar os papéis e ir pra Lua de Mel em uma ilha onde só estaria nós duas, mas ela queria algo grande e disse que queria se divertir como não se divertiu no primeiro casamento.

Eu sentia falta de ter alguém do meu lado, de ter uma família. Eu queria que meu pai estivesse ali, pra me dar a mão e me levar até o altar, eu queria que minha mãe estivesse na primeira fila chorando e orgulhosa por mim. Mas eu não tinha ninguém. Eu estava sozinha. E aquilo estava acabando com meu dia.

— Você não pode chorar agora. – Marcela sussurrou me repreendendo.

— Preciso sair daqui. – respirei fundo, estava sufocada.

— Mas Callie...

— Agora. – falei firme olhando-a.

— Tudo bem.

Todos se afastaram e me deixaram sair do quarto em que estava. Arizona estava no quarto ao lado, e eu nem me importei em bater ou pedir permissão antes de entrar.

— Hey, o que está fazendo aqui? – ela me olhou assustada. Me sentei na cama ao lado dela sem responder a pergunta. – Você está bem?

— Não. – sorri fraco deitando minha cabeça no ombro dela. – Você está sozinha?

— Sim, já estou pronta, eu só tenho que vestir o vestido agora. – ela encostou a bochecha na minha testa e segurou a minha mão. – Você sabe que dá azar ver a noiva antes do casamento, né?

— Eu sei, mas é que eu precisava de alguém. – levantei o rosto encarando-a. Ela estava linda, a maquiagem delicada realçava cada traço desenhado por deuses. – E precisava me lembrar do motivo de estar fazendo isso.

— Não me diz que está arrependida... – me olhou desapontada.

— Claro que não. Eu só queria que segurasse a minha mão.

— Eu sei que você gostaria que seu pai estivesse aqui mas mesmo que ele estivesse fora da prisão, ele se recusaria a vir ver nós duas nos casando.

— É, mas isso não muda o fato de eu sempre ter sonhado com esse dia e não estar sendo do jeito que eu imaginei.

— E o que eu posso fazer pra mudar isso? Eu queria que hoje fosse especial pra você como está sendo pra mim.

— Está sendo especial, porque é com você. – ela sorriu depositando um beijo na minha bochecha. – Acho que você poderia me levar pra comer alguma coisa e o meu humor vai melhorar com certeza.