29.

1.4K 112 29
                                    

— Adorei essa roupa, amiga. — Giovana me olha de cima a baixo pela quinta vez *sim, eu contei. — Podia ter colocado o vestido que eu sugeri? Poderia, mas-

— Não começa, Ovo! — levanto minha mão, estressada. — Já basta aquela sonsa da Bella Barbie.

— Tá bom, calma. Você tá uma rainha e Bella nenhuma vai te derrubar! — ela estende sua mão, empolgada, pra batermos as duas juntas.

— Isso, porra! — eu grito, retribuindo o toque *e fazendo um segurança da balada nos olhar estranho.

Qual o problema dele?! To estressada. Não me irrita! Não me irrita! Eu to vendo você pensando em me irritar, acha que eu não sei? To de olho. Mentira, eu nem te conheço. Eu acho...

Sim, paramos na entrada pra tirar uma foto nesse fundo vermelho lindíssimo que por coincidência do DESTINO, combina com a minha roupa. Giovana tinha sugerido um vestido preto brilhante que eu tenho largado no meu guarda-roupa, mas ele já tá tão gasto que sei lá. Belo argumento, Lúcia. Tá certinha.

— Lembra que a gente tem que beijar pessoas, tá? Sem timidez, sem vergonha... — Ovinho de Codorna tenta bancar a senhorita extrovertida, assim que entramos de verdade na festa.

— Claro, né? Eu não sou você. — digo com sinceridade. — Se bem que você fica com um monte de gente, então deixa pra lá. — dou de ombros, rindo.

Não vou ficar descrevendo a balada por duas razões:

1- Aqui tá escuro pra cacete;
2- Todo mundo sabe como é balada, ou pelo menos imagina como seja (quem não sabe faz bem, porque não é tudo isso);

Por que eu to estressada? Era pra eu estar feliz de meu plano ter dado certo. Ou o plano da Giovana. Ah, foda-se! O plano tá dando certo, e é isso o que importa!

Bebemos um pouco e eu me perdi da criatura no meio do lugar. Não sei como isso aconteceu, mas eu não fiquei desesperada. É até legal pensar que as pessoas daqui não tem ideia de quem eu sou, e melhor ainda, não conseguem ver minha cara cem por cento pra me reconhecer ou julgar minha digníssima face de boneca paçoquenta.

Dancei com um grupo de pessoas aleatórias que foram até que bem simpáticas comigo, perguntando o meu nome e simplesmente me chamando pra um lugar específico pra dançar uma "coreografia" que eles prepararam. Traduzindo = fingi que sabia dançar e tentei falar o mínimo de porcarias possível.

Quando uma música parou e a maioria das pessoas também pararam, andei um pouco e vi a Giovana perto do palco do DJ, abraçada com dois homens. Ignoro a cena perturbadora pra minha cabeça de santa *aham e tento voltar pro meu grupo. Outra música começa, e eu quase caio.

Lembrei de quando o Pedro Marciano me ajudou a patinar. Por um momento desejei que ele estivesse aqui, mas a resposta é tão óbvia que eu quase dei um tapa em mim mesma.

Me sento em um banco próximo à alguns espelhos e bebo um copo que tem um líquido rosa dentro. Pinga Mix Chicletinho, talvez? Se for, é maravilhoso. Minha visão tá ótima, inclusive, porque eu consegui detectar a cor da maldita bebida em questão de segundos.

Enquanto saboreio esse paraíso em forma líquida *se alguém maliciou isso me avisa, um cara de cabelo cacheado com as pontas claras e magro se aproxima. Alguém me chama pra ir no X-Men!

— Oi! — ele grita, creio eu por conta da música altíssima.

— Oi! — sorrio, simpática.

— O meu amigo ali... — ele aponta pra um cara encostado numa parede, também com espelhos. — queria muito falar com você. — ele sorri, sem graça. — Sem maldade, juro.

— Eu acredito. — me levanto, colocando meu copo em cima do banco. — Mas se vocês me matarem, eu mato os dois! — aponto pra ele, que me olha sem entender. — Brincadeira. — rio, fingindo que o que eu tinha dito anteriormente fez completo sentido.

darth vader [orochinho]Onde histórias criam vida. Descubra agora