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Assim que Giovana e sua prima Raquel *robô, já vão entender chegaram aqui em casa, do nada resolveram que queriam sair pra tomar sorvete. A pirralha resmungou dizendo que queria porque queria o maldito sorvete, então eu perdi a paciência e aceitei.

Quando sentamos na sorveteria e pedimos, Giovana ficou tirando fotos suas pelo celular e a pirralha ficou jogando em seu IPad *como sempre, não sei porque ainda dou essa informação.

— Que tal se a gente conversar? — bato na mesa, tentando ser delicada. — Pode ser sobre qualquer coisa.

— Eu tenho uma ideia. — Raquel olha pra mim, e eu bato palmas, empolgada. — Vamo conversar sobre quem vai ser a primeira a calar a boca. — ela faz uma cara de nojo e volta a se concentrar no jogo.

— Giovana, você trouxe perfume?

— Trouxe. Quer passar? — ela mexe na própria bolsa.

— Não em mim, mas seria legal se a gente colocasse no sorvete dessa pessoa aí... — viro o olho. — Bem chata, inclusive, que tá do meu lado.

— Você não consegue ficar quieta, não? — Raquel se irrita.

— Raquel! — Giovana repreende a prima. — Concentra no jogo, vai.

Rio da situação.

— Ainda tá saindo com o Rafael? — pergunto, lembrando do que soube dos dois.

— Sim, a gente...se diverte juntos. — ela sorri.

— Pelo menos alguém tá feliz, né? — resmungo.

— Seria bom se você perdoasse logo o Pedro. Tá na cara que ele gosta de você, Lúcia.

— Você nem vive por aqui! — junto as sobrancelhas. — Se frequentasse os mesmos lugares que eu, a Barbie e o arrombado, saberia que eles têm uma tensão sexual até quando não tão juntos.

— Olha, eu duvido. — ela balança a cabeça.

— E eu espirro. Atchim! — simulo um espirro escandaloso, chamando a atenção de umas pessoas ao lado *foi divertido.

— Giovana, por que você me trouxe aqui? — Raquel Robô se manifesta. — Ela só faz a gente passar vergonha.

— Fica quieta, projeto de Zangado! — finjo raiva. — Giovana...Ovinho... — volto a olhar pra minha amiga. — Mesmo que o Pedro goste de mim, não interessa, porque eu odeio ele e ponto final.

— Você não odeia ele. Você odeia o que ele fez. — ela corrige *corrige uma ova, tá errada.

— Ele só faz merda, então teoricamente ele já se transformou numa bolota de fezes gigante, então automaticamente sim, eu odeio ele! — tento ser lógica, mas não deu muito certo.

— Com licença... — um garçom aparece com uma bandeja. — Os pedidos.

— Finalmente. — a pirralha agradece, sem expressão alguma *robô, duh!

— "Finalmente", blá-blá-blá. — tento imitar a voz da menina robô, mas não deu certo *eu não dou uma dentro, perceberam?

Azar genético é foda.

— Você é estranha. — Raquel me encara com desprezo *essa criatura é muito fria pra ser uma criança de oito anos, gente.

— Raquel! — Giovana belisca a prima.

— Oi! — um menino aleatório cumprimenta Giovana com um sorriso estranho no rosto *ela é uma Bella diferenciada, entendem?

— Oi. — ela responde tímida, e o menino se afasta.

— Você também é estranha. — Raquel encara a prima da mesma forma, eu seguro a risada.

— Você não vai me defender? — Giovana me olha, ofendida.

— Eu prefiro me aliar ao demônio do que ir contra ele. Né isso, pirralha? — encosto no ombro da criança.

— Eu não sou demônio. — ela responde.

— Eu não sou café com leite. — respondo, ofendida.

— Quê?

— Quê?!

darth vader [orochinho]Onde histórias criam vida. Descubra agora