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— Aí depois que eu insisti muito, o meu pai desistiu da ideia de cortar o meu cartão de crédito. — um projeto de Barbie fala toda empolgada pro resto do grupo, enquanto eu me afogo nessa maldita água tônica.

Três minutos nunca passaram tão devagar, consagrados.

— O cartão nem é seu. Certeza que foi ele quem te emprestou e esqueceu de pegar de volta. — reviro os olhos.

— Sendo assim, o cartão passou a ser meu. — ela conclui, as outras concordam e sorriem.

Seguro a risada. Bando de bonequinhas de plástico. Certeza que todas saíram da casa da Barbie nunca usada da prima robô da Giovana.

— Saúde! — levanto minha lata e forço um sorriso, logo olhando pro relógio mais próximo e me dando conta que eu tenho um plano pra concluir.

Sim, eu sou a quarta pantera. Só que ninguém me descobriu ainda. Faz parte, né? Paciência.

— Lulú, onde você vai? — Bella segura meu pulso.

— No banheiro.

— É urgente? Eu vou contar a história da minha primeira menstruação! — ela dá pulos de alegria.

— ...Sexy! — dou pulos também, rindo por dentro. — Mas eu preciso cuidar da minha menstruação, primeiro. — invento, fugindo de enrolações.

Era assim que eu conseguia escapar das aulas de história na oitava série. Não façam isso, crianças! Ou façam, não sou a mãe de vocês pra mandar igual uma general. Eu, hein. Fica quieta, Lúcia. Concentra no fucking plano.

Vou calmamente até o banheiro do apartamento da Barbie, e ao chegar lá, vejo a porta aberta e o Pedro encostado na parede de dentro, com os braços cruzados e uma cara de bunda.

— Você disse "três minutos". — ele resmunga, com um sorriso convencido no rosto *maldito.

— E a Rihanna disse "rumpumpumpum". — fico de frente pra ele.

— Tinha que falar merda, né?

— Para de bancar o machão, Pedro. Não combina com você, sério. — seguro sua camisa.

— E o que combina comigo? — ele murmura.

— Talvez... — murmuro de volta. — Um perfume melhor. — bato em seu ombro. — Desgraçado. Eu te odeio, sabia?

— Ah, claro. Me chama pra transar no banheiro e depois vem com essa de que me odeia. Ninfomaníaca do caralho... — ele provoca, segurando meus braços.

— Acha que eu transaria com você depois de toda essa merda?! Quem faria isso? Me diz!

— A Bella. — ele responde facilmente.

— ...Pior que é verdade. — franzo a testa, ele ri *essa risada de mamute engasgado.

— Você disse que me amava, sua doida.

— Como eu posso te amar, depois do que você fez?

— ...E eu fiz o que mesmo? — ele semicerra os olhos, a minha raiva volta automaticamente *aqui o negócio é mais rápido que o Flash.

— Nasceu, vagabundo. — saio do banheiro rapidamente e tranco a porta.

— Lúcia, não! Abre essa porta! — ele bate na porta desesperadamente. — Lúcia, porra!

— Só abro se usar gírias comuns.

— Nem fodendo.

— Era brincadeira, idiota! Vai ficar aí! — gargalho.

— O quê?! Eu não tava falando sério! — ele exclama, indignado.

Saio sem me despedir *que pena do FILHO DA PU-ritana moça da igreja.

darth vader [orochinho]Onde histórias criam vida. Descubra agora